Eles ainda não sabem o que dizem, melhor continuarmos a trabalhar!!!
Por Simplicio Araújo
Em 2019 escrevi sobre a “revolução do crédito” que se iniciou em 2018 com a agenda BC+ do Banco Central e está longe da compreensão de muitos empresários, imaginem então da compreensão da maioria da classe política.
Vejo muita gente da iniciativa privada preocupada com o aparelhamento de instituições como o BNDES, com cargos nacionais importantes e com a gestão do presidente eleito e diplomado Luís Inácio Lula da Silva.
Eu não vejo motivos para tanta preocupação, nunca a expressão “pau que bate em chico, bate em Francisco” valeu tanto quanto hoje, para o momento econômico.
Cabe colocar algumas tristes constatações, o sistema eleitoral brasileiro morreu e esqueceram de enterrar, trazendo a repetição em âmbito nacional do que acontece nos mais diversos municípios brasileiros: judicialização de resultados das urnas com alto custo para a população, discurso de “terra arrasada” quando prefeitos e até governadores se elegem e no dia seguinte já alardeiam quebradeira e caos. No entanto, mais de 99% (noventa e nove por cento) desses gestores melhoram de vida antes de assumir o mandato, comprando os melhores veículos, as vezes até uso de aeronaves e outros até mudando para a melhor casa da cidade.
Uma outra coincidência presente na maioria, é que mesmo com o “caos e quebradeira” a maioria aumenta o tamanho da máquina pública para agasalhar aliados e montam equipes com “zero preocupação” com a capacidade dos indicados para o governo.
Ou seja, fora do governo é fácil falar e projetar esse ou aquele caminho e situação, mas somente lá para meados de junho, o Presidente lula e sua equipe vão começar a entender a máquina atual e o que vivemos hoje. Afinal, o Brasil de hoje não é o mesmo de 2019, quando escrevi o artigo, imagine o de 2003/2011, quando o presidente governou o país.
Hoje mais que nunca a Política econômica e geopolítica mundial tem fortíssimo impacto nos países que não tem autossuficiência.
Dois indicadores devem ser levados em conta para que a onda de pessimismo não impeça do Brasil continuar avançando pela mão de quem verdadeiramente está construindo nosso país, gerando empregos e bancando os governos, pois é a movimentação econômica que impulsiona esses dois índices.
O primeiro é o Livro Azul da Infraestrutura, divulgado em novembro pela Abdib (associação do setor), os investimentos do setor privado na área no Brasil atingiram R$ 131 bilhões neste ano, o maior da série iniciada em 2003, em valores atualizados. O setor público, considerando todas as esferas, investiu R$ 31,9 bilhões, segundo pior resultado desde 2006, atrás apenas dos R$ 29 bilhões de 2021. Se considerado os famosos 30%(trinta por cento) de gordura, 20 a 21 bilhões viraram realmente obras.
O segundo indicador são os números atuais do BNDES, pois Em 2010, com valores corrigidos pelo IPCA, o banco desembolsou 322 bilhões de reais em empréstimos e atingiu um pico de ativos de 1,3 trilhão em 2014, e depois murchou. Em 2021, sob a gestão de Gustavo Montezano, os financiamentos somaram apenas 64 bilhões de reais e os ativos caíram para 737 bilhões de reais. O BNDES Perdeu relevância em relação ao passado e se vê claramente o quanto as ideias intervencionistas ou discursos de levar a ajuda do banco a outros países são obsoletas. Hoje o capital privado ocupou o espaço e demonstra sua força nos dois exemplos que citei. Isso foi o núcleo do artigo que escrevi em 2019.
Ou seja, o estado não é mais aquele! A resposta hoje vem rápida na forma de indicadores, e não adianta, dificilmente o cenário atual terá revertido. O próprio estado depende como nunca da iniciativa privada para a geração de empregos, crescimento econômico, fortalecimento de políticas públicas e, de novo, para custear sua manutenção.
Eu compreendo que a iniciativa privada esteja pessimista, pois muitos estão ainda consumindo as narrativas políticas da campanha eleitoral, gente que vive pra trabalhar e empreender e se viu as vezes pela primeira vez envolvida na discussão política. Mas é vital buscar mais informações a respeito da economia e claro, também da política, para não ser engolido e deixar oportunidades passarem.
Se o país não tivesse em um bom caminho, por mérito dos brasileiros e não da classe política, não estaríamos assistindo o eleito e sua equipe pregarem aumento de mais 15 ministérios e uma briga surda entre o núcleo duro de Lula pelo legado de sua imagem e do governo, disputando a fórceps áreas econômicas. Isso pode demorar um pouco até a realidade se impor, mas indica que o país está indo em frente e teremos bons resultados econômicos pela frente, apesar de visão e de um plano de desenvolvimento do governo para alavancar pra valer o crescimento no Brasil.
O mundo avança a cada 4 meses o que a classe política não avança em 40 anos.
SIMbora trabalhar! O político fala uma coisa hoje e amanhã já “desdiz”, nossos boletos não.