Você moraria em uma casa ou apartamento que já foi um cemitério indígena?

O título dessa postagem é uma pergunta que surgiu nos últimos dias com a divulgação de que um condomínio residencial está sendo construído em cima de um antigo (9 mil anos atrás), cemitério indígena. O empreendimento da MRV em uma região chamada de Bambuzal em São Luís, pode soterrar definitivamente uma história de milênios, pois no local foram achados 43 esqueletos e mais de 100 mil fragmentos de utensílios domésticos.

O condomínio Ilha de San Andrés é o empreendimento que será construído em cima do sítio arqueológico encontrado desde 2019 pela própria construtora e que vem sendo pesquisado desde então por antropólogos.

Na legislação brasileira, não há nada que impeça a construção dos prédios, porém o IPHAN cassou a licença para a continuidade das obras que ainda estão no estágio inicial. Outros condomínios próximos já estão concluídos ou em fase de conclusão que é o caso do Ilha de Aruba e Ilha de Havana.

Tudo leva acreditar que o local foi uma tribo indígena e consequentemente um cemitério. O local, se continuar o projeto original, será a moradia de diversas pessoas e a história estará enterrada para sempre. Então cabem alguns questionamentos: você moraria em um local que foi um cemitério no passado? O Estado vai permitir que esse sítio arqueológico seja enterrado para sempre?

A MRV apresentou um projeto para expor e guardar os achados de forma definitiva em um espaço a ser construído na UFMA.

E vendo pelo lado de quem comprou o empreendimento, como fica a situação, uma vez que sonhos e gastos financeiros ocorreram.

Uma complexa situação se formou em um local que simplesmente era conhecido apenas como Bambuzal, porém sua terra escondia muito mais do que as simples raízes dessas plantas.

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