Os possíveis riscos e ganhos dos pré-candidatos a prefeito de São Luís ao fim da eleição

Treze pré-candidatos tem colocado seu nome para a disputa municipal em São Luís, caso o número seja confirmado será a eleição com mais postulantes ao Palácio de La Ravardiere. Até então o recorde é da disputa de 2008, quando onze concorreram ao cargo. E participar de uma eleição majoritária traz ônus e bônus para os postulantes, tanto que existem derrotados que saem vitoriosos.

Partindo desse pressuposto, o Blog Diego Emir faz uma projeção dos riscos e dos benefícios que cada postulantes pode acumular após a disputa eleitoral.

Eduardo Braide – É o favorito para a disputa, vive seu auge político, após um bom desempenho na eleição de São Luís em 2016. Recebeu uma votação impressionante em 2018 para deputado federal e agora em 2020, não se espera menos do que a vitória. Sair derrotado trará dúvidas para uma terceira tentativa e até mesmo para uma reeleição em 2022. Porém é impossível acreditar que uma derrota lhe deixaria fora de cargos eletivos em um futuro próximo, a vitória lhe credencia para novos rumos e uma futura disputa ao Palácio dos Leões, sendo encabeçada pelo próprio.

Duarte Júnior – É a sensação daqueles que acreditam na nova política, preferido dos jovens e daqueles assíduos usuários de redes sociais, o deputado estadual até o momento é o único que demonstra forças para tentar impedir a vitória de Eduardo Braide. Uma vitória ou até mesmo chegar ao segundo turno lhe colocaria em outro patamar, seria uma espécie de vitória contra o sistema, pois todos aqueles “herdeiros” políticos e “viciados” na política tentaram e tentam minar sua pré-candidatura. Em um pior cenário de derrota, alguns apostam que ele não chegará ao fim da eleição com menos de 10%, o que não seria considerado um vexame, mas sim uma estabilização dos seus votos de 2018, porém números inferiores abaixo dos dois dígitos o colocariam em uma situação delicada para a continuidade do seu projeto político.

Wellington do Curso – Se realmente permanecer na disputa, será aquele que fará a aposta mais arriscada. Com um bom desempenho em 2016 na disputa municipal, viu seus votos minguar em 2018. Na Assembleia Legislativa segue sua implacável oposição a Flávio Dino. Sair derrotado e humilhado na disputa municipal seria um regozijo para os frequentadores do Palácio dos Leões, uma vitória é improvável, mas seria uma reviravolta a qual São Luís não acompanhou nos últimos 30 anos. Sair derrotado em qualquer circunstância em 2020, deixará o deputado estadual em uma situação muito delicada para as futuras eleições, afinal ele já percebeu que não pode confiar em políticos, basta lembrar daqueles que estiveram ao seu lado e lhe abandonaram: Eliziane Gama, André Fufuca e o próximo pode ser Roberto Rocha.

Bira do Pindaré – É uma questão de honra disputar a eleição de 2020, após ter sido retirado em 2008, 2012 e 2016. Mas o sentimento de orgulho, pode trazer um grande prejuízo, afinal uma votação pífia pode comprometer a sua reeleição a federal em 22. Nas pesquisas desponta com um pontuação mediana, o que lhe confere algumas chances, mas por aparentar ser um lobo solitário nessa disputa, corre o risco de ser tratorado pelos adversários do seu próprio grupo político. Para sair com lucro nessa disputa, ele deve superar os dois dígitos, chegar ao segundo turno lhe voltaria ao status de 2006, quando era a grande novidade da política maranhense.

Neto Evangelista – O pré-candidato do “sistema”, aposta tudo na força dos seus aliados políticos para chegar a vitória, afinal mesmo sendo o primeiro a anunciar a pré-candidatura a prefeito de São Luís continua patinando abaixo dos dois dígitos em todas pesquisas. O deputado estadual é a grande aposta pela continuidade do projeto de poder de Weverton Rocha e Juscelino. Tem “pedigree” político, uma vez que seu pai até hoje é reconhecido como um dos melhores parlamentares que o Maranhão já teve. Porém, uma derrota lhe custará a permanência como deputado estadual, cargo que já ocupa desde 2011 e seguiria sem ter dificuldades em se reeleger em caso de derrota, porém passaria a ser insignificante e receberia o status de “derrotado” mesmo com toda estrutura e apoio que foi oferecido. A vitória lhe tornará maior e poderá passar a ser maior que seu genitor, e naturalmente credenciar para voos mais longos no futuro.

Adriano Sarney – É um dos poucos que não tem nada perder na disputa. O neto de José Sarney entrará na disputa com a maior rejeição, mesmo nunca tendo exercido nenhum cargo no executivo e nada que desabone a sua trajetória política. Porém, o sobrenome ainda pesa, tanto negativamente, quanto positivamente e são esses os que lhe apoiam que podem colocar o deputado estadual como o responsável de colocar “sangue novo” e “oxigenação” no seu grupo político. O deputado estadual dificilmente terminará a eleição com menos de 5% e só esse percentual já lhe confere a maior votação recebida dentro de São Luís. Participar da disputa também será a única forma de elevá-lo para cargos maiores no futuro, caso contrário poderá apenas se contentar com a Assembleia Legislativa e ainda encarar dificuldades em sua reeleição.

Rubens Junior – É o que chega fazendo a maior aposta. Mas decidido a não ser mais parlamentar, o pré-candidato do PCdoB mira São Luís para iniciar sua trajetória para um dia chegar ao Palácio dos Leões. Possui fraco desempenho em todas as pesquisas até então, mas é impossível imaginar que o comunista termine com um percentual inferior a 7% a 9%, o que já lhe conferiria um crescimento de 700% a 900%. No entanto, uma derrota avassaladora lhe custará o risco de ficar fora da discussões da disputa majoritária em 2022. Apesar de Eliziane Gama ser uma prova que tudo pode mudar em dois anos, o cenário futuro é bem diferente do que ocorreu em 2018. Já a vitória, mostrará mais uma vez a força do PCdoB, de Marcio Jerry (fiel depositário) e obviamente do próprio Rubão que lhe colocará no centro do poder literalmente.

Carlos Madeira – Despontava para ser a sensação dessa disputa. Mas viu sua articulação sendo cerceada pelo DEM e PCdoB, logo em seguida veio o episódio do Valparaiso e desde então não aparece bem. Porém, independente do resultado, a menos que seja 1% ou 2%, colocará o juiz aposentado em condições de ocupar cargos eletivos, sonho este já antigo. Apoiado por Simplício, Portela, Afonso Manoel e Helena Duailibe, o pré-candidato do Solidariedade pode ser uma aposta para o futuro. Mas ainda em 2020, pode surpreender basta acertar no debate e na campanha, assim como ocorreu com Eliziane em 2012 e Eduardo Braide em 2016. Uma vitória no atual momento, ainda parece um pouco improvável.

Detinha – A pré-candidata que “brotou” por um “esperneio” de Josimar de Maranhãozinho, não tem muito a perder, mas se somente se o seu marido. Apesar de ser a única mulher na disputa, a deputada estadual do PL está longe de ter sua pré-candidatura com características semelhantes de Conceição Andrade, Helena Heluy, Eliziane Gama, Rose Sales e até mesmo Claudia Durans, mulheres que disputaram a Prefeitura de São Luís por sua luta e trajetória de vida na política. Se ganhar ou perder o ônus será todo de Josimar, que corre risco de passar vexame e dificultar seu sonho político de ser candidato majoritário em 2022.

Dr Yglésio – Precisa da eleição majoritária em São Luís para projetar-se para 2022. Não tem muitos riscos. Mesmo terminando entre os últimos, poderá usar do discurso que foi “engolido” pelo sistema e por não concordar com as “tramas” e que acabou sendo “sufocado” na disputa. Qualquer percentual que for conferido ao deputado estadual será uma vitória, ainda mais se for 2%, 3%, 4% ou 5%, porém ele aposta mais, acredita que pode ser a surpresa de 2020. Segue uma linha parecida com a de Bira do Pindaré, porém tem mais desafios a superar.

Jeisael Marx – Com um discurso populista e tentativas de frases de efeito, o pré-candidato da Rede buscará chegar mais longe que puder. Não tem nada a perder, “não tem obrigação nenhuma”, como o próprio diz. O resultado que aparecer no dia 15 de novembro, poderá dar alguma significância para futuros voos eleitorais, números insignificantes o manterá no patamar de aspirante a cargos eletivos, assim como boa parte daqueles que vivem na vida pública.

Franklin Douglas – Sem pretensões entra na disputa para apresentar a ideia do PSOL. Tem a difícil missão de se tornar o melhor nome já apresentado pelo partido para disputa majoritária, posto este ocupado por Pedrosa desde 2014. Ajudar eleger um vereador já seria um grande feito.

Hertz Dias – Sairá do anonimato para a vida a pública até o dia 15 de novembro, mais do que isso seria projetar um cenário surreal, utópico, assim como o discurso do PSTU. O partido disputa todas eleições de São Luís desde 1996 e sempre briga para não ser o último colocado. O melhor resultado foi obtido em 2012, quando Marcos Silva alcançou 2%. Perder em nada vai mudar a vida do pré-candidato e ganhar com certeza não está nos planos do pré-candidato, militantes e partido.

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