Flávio Dino: consórcios, acordos, novas alianças e o pragmatismo político

Na última semana surgiu no noticiário local, a informação que Carlos Brandão (PRB), está fora das eleições de 2018, a menos que dispute o cargo de governador, afinal ele ocupou a cadeira do chefe do executivo estadual, após o dia 7 de abril – prazo final para desincompatibilização. Advogados divergem, uns acreditam que ele está liberado para ser vice-governador, outros não. Aliados de Flávio Dino (PCdoB), apesar de não externar isso, relatam que o atual companheiro do governador está sim fora da disputa eleitoral.

Carlos Brandão ficar fora da eleição, não seria nada de extraordinário para quem acompanha a breve trajetória política de Flávio Dino. Obviamente, o vice-governador teria uma compensação para a possível saída do cenário político e o caminho mais provável seria uma oferta de uma vaga ao Tribunal de Contas do Estado. Para tal plano duas hipóteses são cogitadas: o vice-governador foi enganado ao assumir ingenuamente o cargo de governador e a segunda é que foi tudo combinado.

Retornando a 2012 é possível lembrar o que Flávio Dino fez na disputa eleitoral de São Luís. Receoso de entrar na disputa e perder para João Castelo (falecido), o comunista que estava sem cargo eletivo reuniu um grupo e formou um consórcio eleitoral para disputar o Palácio de La Ravardiere: Tadeu Palácio (ex-prefeito), Edivaldo Holanda Júnior (então deputado federal), Eliziane Gama (então deputada estadual), Roberto Rocha (ex-deputado federal) e Bira do Pindaré (deputado estadual).

Eram cinco cores partidárias aglutinadas em torno do futuro projeto de Flávio Dino governador. Ao longo de seis meses, o comunista usou o discurso de que o melhor pontuado nas pesquisas seria o escolhido. Tadeu Palácio alcançou a melhor pontuação, mas foi preterido por Edivaldo que formou chapa com Roberto Rocha.

O consórcio se desfez e Tadeu Palácio junto com Eliziane Gama foram abandonados a sua própria sorte. O ex-prefeito de São Luís foi um desastre eleitoral, já a parlamentar surpreendeu a todos com uma votação expressiva.

Em 2014 foi a vez de Flávio Dino ampliar o número de aliados, após vencer em 2012 com ajuda da trinca PDT-PSB e PTC, o comunista preteriu os pedetistas que indicaram o nome de Márcio Honaiser para vaga de vice-governador. No entanto o companheiro de chapa foi Carlos Brandão, indicado pelo PSDB.

A aliança partidária ampliou com a chegada do PSDB, PP, SD, PROS e o PPS de Eliziane Gama, que desistiu de sua candidatura ao governo em favor de uma isenção do comunista na disputa eleitoral de 2016.

Mais uma vez na eleição municipal de São Luís, Flávio Dino apronta. Ao invés do consórcio de 2012, agora o comunista trabalha em diversas frentes para garantir a vitória temendo uma derrota de Edivaldo Holanda Júnior. Chegou até conspirar para garantir o nome de Bira do Pindaré, fracassou mais uma vez.

Ás vésperas da eleição, o comunista anuncia possuir três candidatos: Edivaldo Holanda Júnior, Eliziane Gama e Eduardo Braide. Os dois últimos foram trucidados por uma campanha ardilosa e sorrateira montada no Palácio dos Leões. Resultado: Eliziane Gama a sensação de 2012 e completa favorita em 2016, terminou a eleição com um vexatório 6%. Eduardo Braide que foi ao segundo turno foi marcado por uma pecha de preconceituoso e racista.

Para 2018, o grupo ampliou ainda mais. Chegaram PR, PRB, PTB, DEM e PEN. Weverton conhecedor das práticas de Flávio Dino se antecipou e exigiu a indicação ao Senado com antecedência para não sofrer o mesmo que passou em 2014. Zé Reinaldo Tavares e Waldir Maranhão foram descartados, logo eles que foram responsáveis por momentos fundamentais na carreira de Flávio Dino.

Eliziane Gama então foi anunciada como o segundo nome para disputa ao Senado. Porém falta resolver a situação dos golpistas do DEM. Por isso Flávio Dino teria criado a possível saída de cena de Carlos Brandão.

Enquanto isso, o PT que é um aliado natural de Flávio Dino está alijado do processo se contentando com migalhas oferecidas como talvez a segunda suplência de senador. O PSB que foi fundamental 2012 para a vitória de Edivaldo, não tem nada. Os nanicos SD, PROS, PTC e PEN que se contentem com a “ajuda” para a disputa proporcional.

Existe protagonismo único e exclusivo ao rei sol do projeto do PCdoB no Maranhão: Flávio Dino.

No entanto, a história ainda não chegou ao fim, muitos dos que ficaram pelo caminho – Edson Vidigal, Sebastião Madeira, Wellington do Curso, Léo Costa, Roberto Rocha, Zé Reinaldo Tavares, Márcio Jardim, Waldir Maranhão, Rosangela Curado etc – são personagens do enredo que envolve consórcios, acordos, alianças, conchavos, tudo em volta do pragmatismo político de Flávio Dino.

 

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