Não é de hoje que o PDT vive momentos de crise. Desde a morte do ex-governador Jackson Lago – nome que unificava o partido – pedetistas maranhenses nunca mais se entenderam. Hoje o presidente da legenda é o ex-deputado federal Julião Amim, mas quem “manda” é o deputado federal eleito Weverton Rocha. Por conta desse poder, o parlamentar diz ter a soberania interna por ser o responsável pela indicação de nomes na composição do secretariado de Flávio Dino (PCdoB).
Para quem não lembra, quando o governador eleito decidiu colocar como candidato a vice Carlos Brandão (PSDB), ele procurou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e prometeu a secretaria de Educação ao partido, além de outras pastas inferiores como Trabalho e Esporte, caso chegasse a vitória.

Passada a vitória e faltando menos de dois meses para a posse, a Educação ainda não está nas mãos de Weverton Rocha. A questão é que os nomes apresentados até então por Rocha – Kariadine Maia e Márcio Honaiser – não foram aceitos por Flávio Dino, pois não atendem o critério técnico adotado pelo governador e o mesmo já percebeu a tentativa de fazer da Seduc, um balcão de negócios ligado ao PDT.

Insatisfeito com a postura de Flávio, Weverton Rocha agora vai procurar queimar todos os nomes viáveis para assumir a secretaria de Educação. Por exemplo, partiu do deputado federal o vazamento da informação que a secretária adjunta de Educação de São Luís, Aurea Prazeres, estava bem cotada para assumir o posto no estado. 

Sabendo que o tempo está passando e a possibilidade de perder espaço no governo é grande, Weverton vem buscando estratégias para de alguma forma garantir um aliado na secretaria de Educação. No entanto, alguns dos consultores políticos do pedetista já até lhe disseram: “Weverton esquece Flávio Dino, tu sabe que ele não gosta de ti, foca na prefeitura, pois tu sabe que com Edivaldo Holanda Júnior tu tem força”.

Conhecedor dessa situação, Weverton mantém os olhos arregalados para a gestão municipal e volta a buscar espaços. Porém a sua primeira tentativa já foi frustrada, o deputado federal desejava pegar a Func, mas perdeu a indicação para o PT, que seguirá no comando. Agora os olhos vão se voltar novamente para Semed.

Pra piorar a situação, Flávio Dino anunciou na noite de quarta-feira (5), o nome de Julião Amim como secretário estadual de Trabalho e Renda, o que aparentemente fortalece o presidente do PDT. A postura do governador por essa escolha pode ser justificada lá na frente: “o PDT já foi contemplado no governo”. Ficando assim livre para nomear qualquer nome para Seduc.

Em meio a tudo isso, ainda existe o choro dos derrotados. O vereador Ivaldo Rodrigues disse na manhã de quarta-feira (5), a este jornalista que se o PDT tivesse saído sozinho como pensou o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, teria eleito cinco deputados estaduais, afinal teve 320 mil votos e ele estaria dentro. No entanto, a legenda fez apenas três nomes.

A ganância pelo poder de Weverton Rocha faz mais uma vez o PDT a entrar em parafuso. Em meio a tudo isso, o pedetista ainda nutre a expectativa pela filiação de Edivaldo Holanda Júnior no partido.

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