Empresário confirma “alinhamento de preços” nos postos de gasolina de São Luís

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o aumento abusivo dos preços dos combustíveis em São Luís ouviu, na tarde desta quinta-feira (05), mais duas testemunhas. O primeiro a depor foi Jean Fábio Ramos, representante legal do posto Makro na capital maranhense. Ele foi o único interrogado, até agora, a admitir que houve mesmo um alinhamento de preços de combustíveis nos postos da cidade, mas não afirmou que se trate de cartel.


O empresário disse, durante o depoimento à CPI: “Até novembro de 2013, percebia-se uma guerra de preços no setor, só que puxados para baixo. E que depois disso, observou-se um alinhamento dos preços para cima”.

Para o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da CPI, a declaração de Jean Fábio vai contribuir com as investigações da Comissão sobre a cartelização entre os postos de combustíveis da cidade. “O depoimento do representante do posto Makro é muito importante, principalmente por se tratar de uma empresa que não está atrelada ao mercado local. Os preços são definidos pela matriz em São Paulo. E essa foi a primeira vez que alguém do empresariado admite a possibilidade de alinhamento”, analisou.

O último interrogado desta semana foi o empresário João Moreno Rolim, proprietário de 15 postos de combustíveis no Maranhão. Ele afirmou que acompanha os preços dos concorrentes, mas nunca combinou valores com outros empresários.

Assim como os outros empresários do setor ouvidos pela CPI, João Rolim negou a existência de formação de cartel na capital maranhense. Usando do mesmo argumento, o empresário disse que “o mercado é livre e é o mercado quem dita as regras”.

João Rolim disse ainda que nunca foi procurado para combinar preço e muito menos recebeu planilha para orientar o valor de seu produto. “Na minha empresa quem faz a planilha de preços somos nós”, afirmou.

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