Jornalista do UOL diz que discurso de Flávio Dino é contraditório
Desde o ano passado, este jornalista vem alertando que o Governo do Maranhão vem praticando algo que não condiz com o discurso de Flávio Dino (PCdoB). Enquanto o comunista prega democracia, republicanismo, austeridade, honestidade e outras boas características, a prática é totalmente diferente. Um dos exemplos é a contratação de uma assessoria de imprensa privada para divulgar as ações da administração estadual na mídia nacional.
Contratada por R$6 milhões via licitação, a Informe Comunicação desenvolve um trabalho que já poderia ser desempenhado pela Secretaria de Comunicação e Articulação Política, hoje comandada por Márcio Jerry (PCdoB).
No entanto aos poucos, a máscara de Flávio Dino vai caindo e o jornalista Leandro Mazzini, um dos mais renomados do país, publica em seu blog nesta segunda-feira (22), um breve comentário sobre a postura do comunista em contratar uma assessoria de imprensa privada em meio a tanta pobreza e dificuldades orçamentárias.
Mazinni diz: “Numa analogia, a Secretaria de Comunicação do Estado atua como um empresário que já tem um monomotor que lhe serve bem, mas compra um jatinho para aparecer bonito na praça. A diferença é que se trata de dinheiro público”.
Confira a seguir na íntegra o texto:
O novo Governo do Maranhão estreou 2015 cortando gastos supérfluos da gestão anterior de Roseana Sarney, como casa de praia e fretamento de jatinhos, entre tantos outros custos. Mas caiu na tentação de aparecer bonito na fita para o Brasil.
Num contrato de 12 meses, o Governo vai gastar até outubro a bagatela de R$ 6 milhões em assessoria de imprensa e gestão de imagem – embora possua equipe própria de jornalistas no Palácio dos Leões.
O Maranhão tem o IDH mais baixo do País, e o governador Flávio Dino (PCdoB) herdou a administração com um passivo de R$ 1,3 bilhão, revelou em entrevista há um ano.
Com o desafio de melhorar saúde, segurança e educação – há dezenas de escolas de barro e sapé – a contratação milionária da Informe Comunicação, de Brasília, mesmo por licitação, deixa o governador num discurso contraditório.
Numa analogia, a Secretaria de Comunicação do Estado atua como um empresário que já tem um monomotor que lhe serve bem, mas compra um jatinho para aparecer bonito na praça. A diferença é que se trata de dinheiro público.
O cenário cria um paradoxo. Para os governos, que possuem assessoria de imprensa própria, é um gasto duplo. Para os escritórios contratados, é como acertar na loteria. Em Brasília e País adentro, dominam esse mercado a FSB, CDN e Máquina da Notícia.
A contratação de agências de comunicação é modus operandi de praxe para governadores e prefeitos de capitais, que assediados pelos escritórios se encantam com o canto da sereia de maré mansa na mídia nacional – estes escritórios, com bom trânsito em jornais, emissoras e revistas, conseguem ‘plantar’ matérias positivas nos grandes veículos: uma nota numa revista, uma reportagem propositiva num caderno de economia, ou um Globo Repórter especial, etc.
A assessoria do Governo do Maranhão justifica que há necessidade de planejamento de comunicação, relações públicas e a contratada dispõe de estrutura sediada em São Luís com profissionais capacitados. Informa ainda que tem equipe insuficiente para atender demanda de 217 municípios. Procurados, os diretores do Grupo Informe não se pronunciaram.