“O PDT em 2014 será protagonista”, revela Weverton Rocha
Um dos nomes mais comentados na política maranhense, Weverton Rocha fala com exclusividade a este jornalista para apontar como será o comportamento do seu partido na disputa eleitoral de 2014. O secretário-geral do PDT, conta que hoje existe uma possibilidade concreta de uma aliança com Flávio Dino (PC do B), mas que esta deve ser construída e também fazer com que sua legenda seja valorizada no processo.
Ele abre a possibilidade para uma candidatura própria, que pode ser encabeçada pelos ex-prefeitos de Santa Rita e Porto Franco, Hilton Gonçalo e Deoclides Macedo, respectivamente. Weverton ainda fala da parceria com a prefeitura e sobre a relação com os demais partidos.
Confira na íntegra a entrevista:
O que o PDT pensa para 2014?
Weverton Rocha – O PDT tem se organizado de forma bastante planejada durante todo o ano de 2013, realizando dez encontros regionais em todo o Maranhão, discutindo dentro de suas bases o fortalecimento e a renovação de sua militância. Já começamos a fazer o dever de casa, desde 2012, quando tivemos mais de 1000 candidaturas ao cargo de vereador. Hoje nós estamos presentes em todos os 217 municípios e em 2013 mostramos que o legado do Jackson ficou, enfatizando que não é apenas a sua presença física, mas o ideal que ele pregava, hoje o partido está mais fortalecido, chegando a ser um dos poucos do campo da oposição a ter condições de candidaturas próprias para as vagas deputado estadual e federal. Então nosso objetivo em 2014 é que nós participemos da grande mudança que o estado vem desejando, isso vai acontecer graças à participação política e da sociedade.
E essa mudança se faz como, através de uma candidatura própria, formando uma grande coalizão com Flávio Dino ou até mesmo enveredando por outro caminho?
Olha é importante que a gente tenha uma leitura clara e simples do processo, pois fica mais fácil de entender de como pode funcionar a estratégia da oposição em 2014. Primeiro lugar quero deixar claro que não existe uma coalizão apenas em torno do nome de Flávio Dino, eu chamo de coalização de forças, pois se for todo mundo com Flávio, não são forças com ele, mas sim uma grande união em torno dele, mas o que defendemos é uma coalizão de forças. Pois assim como o Flávio é reconhecido forte eleitoralmente, o que está mais bem posicionado no cenário eleitoral, a gente há de vir a convir, que existem outras forças políticas no Maranhão. Por exemplo, o PDT concentra essa força política em todos os seus membros, um partido como o nosso que já foi majoritário na capital e no estado, disputou as últimas três eleições de governo, tem todas as condições de disputar com uma candidatura própria, levando seu projeto de governo, isso é natural e cabível. Agora nós temos responsabilidade políticas. Estamos sentando com todos os partidos, defendendo uma grande coalização de forças, para que possamos fazer uma grande eleição no estado, transformando todos os partidos dessa coalizão em um só, o Partido do Maranhão. Mas deixamos claro que algumas discussões não abrimos mão. A aliança é perfeitamente possível, mas não perdendo de vista, que deixamos claro que ela não é automática, pois isso é igual uma planta, você vai regando para que ela tenha condições de crescer de forma saudável.
Desta forma a pré-candidatura de Hilton Gonçalo é uma realidade?
Total. Por que amanhã se o partido optar por uma candidatura própria, Dr Hilton é um dos nossos nomes, assim como o Deoclides Macedo. Dentro do partido, os dois se colocaram a disposição para uma eventual disputa no cargo de governador. Então existem totais possibilidades. Agora repito, nós temos responsabilidade, eles estão construindo suas pré-candidaturas e deve ser discutido, amadurecido com nossas bases, por isso que estamos retomando os nosso encontros regionais que vão acontecer até a nossa convenção do próximo ano. Tenho certeza que chegaremos em breve a uma definição.
Essa indefinição entre Hilton Gonçalo e Deoclides Macedo chega a atrapalhar as discussões internas?
Primeiro, eu acredito que o militante, o filiado ou simpatizante do PDT, não vota nas pessoas, mas sim no partido. É obvio que a liderança apontada pelo partido, passa a ser o reflexo e o sentimento do PDT. Eu lembro que o Lula só definiu o nome de Dilma como sua sucessora, apenas no ano da eleição, então acredito que temos tempo suficiente para esse encaminhamento. A nossa prioridade hoje é o fortalecimento partidário. Prova disso também foi à eleição do ano passado aqui em São Luís, nós só apresentamos o nosso candidato, as vésperas da eleição. Nós amadurecemos durante todo o primeiro semestre de 2012 e quando decidimos pelo nome de Edivaldo Holanda Júnior (PTC), levamos para a convenção, alguns dias antes do prazo final, sendo aprovada essa grande aliança. Dessa forma tivemos tempo suficiente para a cidade conhece-lo. Ainda digo mais, quem está com muita pressa em levar um nome só para a disputa é o candidato do governo, esse sim tem pressa, pois eles não tem mais o que mostrar.
Em relação à chapa majoritária do Flávio Dino. Desde o ano passado se fala que a vaga de vice é do PDT, isso está mantido ou mudou alguma coisa?
Olha, todos aqui no Maranhão sabem, que Weverton Rocha é um dos defensores dessa grande coalizão e eu tenho dito, que a eleição de 2014 ela é o segundo turno de 2010, que não ocorreu. E naquele ano, Dr. Jackson ao perceber que Flávio Dino iria ao segundo turno na mesma hora ele ligou para parabeniza-lo pelo desempenho que teve nas urnas e juntos enfrentarem uma grande batalha contra a atual governadora. O nosso sentimento que vem nos fortalecendo até este momento é com essa visão que podemos construir esse segundo turno que seria ao lado do Flávio. Eu sou um grande defensor dessa tese em torno dessa eleição. Mas volto a dizer que isso são teses que são defendidas internamente. A coletividade tem outra instância e outro momento de decisão. Então a possibilidade do PDT de ir com Flávio Dino existe de forma muito concreta, mas a consagração dela deve acontecer através de sua participação em sua chapa majoritária, pois deixa claro que o PDT será protagonista. Por isso repito, não é uma adesão ao Flávio, mas sim uma coalizão de forças. Trazendo todo o sentimento de mudança e transformação que o nosso estado vive. O PDT não é candidato a vice de ninguém, afinal o vice não é votado, ele compõe um bloco majoritário, programático e inclusive pragmático. Você tem que ter a noção que o partido não está nessa discussão apenas pelo cargo, mas sim por que tem um projeto para o estado. Se o Flávio define que não será candidato, por conta de uma questão pessoal ou por um fato do destino, a oposição tem que apresentar um nome alternativo, por isso que estamos vivos, fazendo política.
Diante dessa declaração, o senhor deixa claro que não está condicionada a vaga de vice ao PDT para que o partido anuncie apoio a Flávio?
Quando é colocado que “é condicionado”, parece uma expressão de que estamos colocando nosso aliado no canto do ringue. Inclusive já utilizaram o termo de chantagem. Eu repito, não é o PDT que tem colocar o candidato no canto do ringue, o Flávio pela sua inteligência e por sua visão do futuro, ele sabe a importância do PDT neste processo. E a nossa importância não é por conta do tempo de televisão, mas por conta de sua história e sua militância. Hoje não é o PDT que vai fazer essa condição, o Flávio é que tem que nos chamar e dizer que precisa do PDT para ser governador, para construir essa grande aliança. Não somos nós que estamos batendo na porta do Flávio, pelo contrário. Se ele entender, que não devemos participar do grupo, tudo bem é um direito, assim como teremos todo direito de seguir nosso projeto político.
Diante de grandes de partidos como PDT, PSDB, PSB e o Solidariedade, por exemplo, o senhor enquanto líder partidário, como acha que pode ser conduzido pelo Flávio a busca de formar uma grande coalizão de forças?
Você não pode misturar partido com legenda. Coloque os partidos que fazem política no Maranhão e aquelas legendas que surgiram no Maranhão, isso com todo respeito, por isso acredito que não é possível misturar todos esses partidos na mesma importância. O PSDB tem uma história no Maranhão, tem uma bancada forte de deputados estaduais e federais, já dirigiu a prefeitura de São Luís. Então temos que discutir como eles estão ativamente e como vão participar. Então essa não será apenas uma definição do Flávio, todos nós vamos contribuir para construir essa coalizão. Por enquanto o que temo nos mantendo unidos é a posição de não concordar com o atual governo que está aí, mas a construção de uma grande aliança só será concluída no ano eleitoral que está chegando.
E quanto a representatividade do PDT na bancada estadual e federal? Existem metas?
O que nós estamos discutindo é que todos os partidos oposicionistas apresentem suas nominadas de candidatos a deputado estadual e federal, pois não é justo nos prepararmos para uma disputa imaginando um cenário e quando chegar na hora, está tudo diferente daquilo que pensamos. Eu defendo neste momento que nós avaliemos todas as nominadas dos partidos, para que possamos definir o melhor caminho para o PDT e para todos os partidos. Não existe apenas um esperto na construção dessa coligação. Se for melhor para o partido, coligarmos, faremos sim, se não, podemos construir duas ou três chapas ou até mesmo sair sozinho. Em relação a metas, de acordo com as nossas contas, pretendemos fazer de 4 a 5 deputados estaduais e de 2 a 3 deputados federais.
Em relação à prefeitura, qual é a participação do PDT?
O PDT é aliado do prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Sabemos que ele encontrou uma administração bem comprometida, cheia de dividas, porém com grande expectativa por parte da população. Por isso acreditamos que o PDT faz parte da transformação que está sendo construída, acreditamos que ele tem tomado às decisões corretas. Inclusive digo que poderemos falar que valeu a pena sim apoiar esse projeto, inclusive eu tenho contribuído com isso, através de emendas que estou liberando para a cidade.
Quais são as principais bandeiras defendidas pelo PDT?
Educação e Trabalho.
Nas últimas três eleições, o PDT lançou candidato próprio para governador. Em 2014, o partido será protagonista ou coadjuvante?
Protagonista. A melhor fórmula para esse processo está sendo construída, então nós que vamos dizer qual o melhor caminho a ser seguido. Agora deixo claro que ser protagonista é ser participe do plano de governo. Nós nunca botamos a “faca no pescoço” de alguém para dizer que participaremos ‘só se tivermos a vaga de vice’. Eu tenho certeza que a melhor fórmula será construída pelos engenheiros desse processo. Por isso eu deixo claro que o PDT em 2014 será protagonista na eleição.