São Luís ganha visibilidade para o Carnaval, mas programação divulgada às vésperas da festa não traz resultados econômicos

Wesley Safadão, Alok, Zé Vaqueiro, Chiclete com Banana, Zeca Baleiro, Olodum, Lauana Prado e muitos outros artistas nacionais vão se apresentar no Carnaval de São Luís, que vive uma disputa entre Governo estadual e municipal, visando a disputa eleitoral de outubro. É inegável que a “competição”, entre os dois entes públicos traz uma visibilidade para a capital maranhense, mas a estratégia na organização e divulgação da festa, faz com que os resultados econômicos seja bem aquém do esperado.

A CCR, administradora do aeroporto de São Luís, aponta que 25 mil pessoas vão embarcar e desembarcar entre os dias 8 e 14 de fevereiro. Apesar de contar com uma forte chegada de pessoas por via terrestre, fazendo o caminho inverso que no passado faziam ao sair capital para brincar no interior, o número ainda será bem aquém de outras capitais que investem ou não são conhecidos como destino da folia no período.

Sem querer comparar com as tradicionais festas de Salvador que levará 1 milhão de turistas; Recife/Olinda que terá 3 milhões de visitantes e o Rio de Janeiro que receberá 2 milhões pessoas, a estratégia de divulgação tem que ser repensada. Afinal, Fortaleza sem festa de carnaval vai receber 95 mil turistas, já Belo Horizonte que tem apostado nos blocos de rua, terá 300 mi visitantes, sem contar outras cidades.

O deputado federal Duarte Júnior (PSB), chegou a destacar isso no inicio de janeiro em suas redes sociais. Enquanto que o prefeito de Recife, João Campos, anunciou a programação com três meses de antecedência, em São Luís não se sabia nem quem estaria presenta na festa.

O presidente da ABIH, Armando Ferreira, comemora a programação do carnaval de São Luís, mas lamenta ser divulgada apenas às vésperas da festa, mas mesmo assim trará um aumento de 5% a 10% na rede hoteleira da capital, chegando a 80% de ocupação. Além de injetar dinheiro na economia através de alugueis no Airbnb, pensões, casas por temporada e moradia de parentes.

No entanto, Armando lembra que as agências de viagens não tem como oferecer pacotes de viagens com “programações anunciadas de última hora”, afinal existe toda uma negociação com as companhias aéreas e as rede hoteleiras.

Obviamente, que ainda que o resultado não seja o esperado, tanto que São Luís ficou fora do estudo da Confederação Nacional do Comércio que avalia o impacto econômico do carnaval em 2024 nas principais cidades brasileiras, o investimento já traz um retorno, apesar de não ser estruturado.

Afinal, se houvesse um planejamento, organização e divulgação prévia de pelo menos três meses, os hotéis preparariam contratações temporárias, assim como restaurantes, bares e comércios, gerando emprego e renda. No modelo atual, óbvio que existe a entrada de dinheiro, principalmente aos informais que aproveitam a oportunidade, mas ainda não é da forma que traz impactos sólidos a economia local.

São Luís terá uma das melhores programações de carnaval do país, mas por falta de divulgação antecipada, perderá milhões. No entanto já é possível perceber avanços. Com a entrada de entes privados no investimento de camarotes vips.

Vale o aprendizado para quem sabe em 2025, São Luís passe a lucrar de fato com o carnaval que vem melhorando desde o ano de 2019, quando Flávio Dino decidiu fazer a festa para todo país e deixar que a folia de momo, fosse apenas algo local.

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