Obesidade: especialistas compartilham dicas para combater a doença crônica
Hoje é o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, 11 de outubro. Esta data desperta mobilizações com o objetivo de elevar a conscientização sobre os desafios desta doença crônica, além de promover a prevenção dessa condição de saúde globalmente crescente.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo estão enfrentando esta condição, sendo que 650 milhões são adultos, 340 milhões são adolescentes e 39 milhões são crianças. A prevalência é aplicada desde 1975, informa a organização. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que entre os 41 milhões de adultos, um em cada quatro seja obeso.
Isso nos alerta para uma necessidade urgente de ação e conscientização, conforme enfatiza a enfermeira, Ingrid Geovanna. “A obesidade continua sendo uma epidemia global em crescimento constante. Suas causas incluem fatores genéticos, disfunções endócrinas e, principalmente, o estilo de vida caracterizado pelo consumo excessivo de calorias e hábitos alimentares prejudiciais, juntamente com o sedentarismo”, disse.
Fator de risco
Ingrid ressalta que a obesidade é um fator de risco para uma série de doenças cardiovasculares, entre elas, hipertensão, AVC, infarto, diabetes do tipo 2, doenças gástricas e problemas psicológicos, devido à baixa autoestima. “Devemos priorizar as mudanças do que é controlável, como o estilo de vida, através de bons hábitos alimentares, atividade física e a redução do consumo de álcool e tabaco”, destacou a enfermeira que também é professora do curso de Enfermagem da UniFTC de Juazeiro.
Ela evidencia a importância de consultas regulares com um enfermeiro, que pode solicitar exames bioquímicos para avaliar o perfil lipídico e o Índice de Massa Corporal (IMC) das pessoas. “Esses profissionais encaminham os pacientes para nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, cardiologistas, endocrinologistas e outros especialistas, conforme necessário. Ingrid acredita que a educação em saúde é fundamental: “Através de atividade física e um estilo de vida equilibrado, podemos combater a obesidade.”
Padrões de consumo e hábitos
A nutricionista Karen Dantas acrescenta que a obesidade é causada quase sempre por um desequilíbrio entre a ingestão e gasto de energia. “Quando consumimos mais energia do que gastamos, essa energia se acumula como gordura corporal. Alimentos ultraprocessados, ricos em calorias, sódio, gorduras e açúcar, são os principais vilões. Eles frequentemente carecem de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras”, explica.
Além disso, os hábitos alimentares são influenciados por uma série de fatores pessoais, como educação, cultura, crenças e emoções. “As pessoas deveriam aprender desde cedo sobre os alimentos, suas propriedades nutricionais e como eles afetam a saúde. As tradições culinárias são transmitidas de geração em geração e têm um impacto significativo nas escolhas alimentares das pessoas. Outro ponto é a falta de conhecimento sobre nutrição que pode levar a escolhas alimentares confortáveis e baseadas em métodos de preparo com ingredientes preferidos, muitas vezes não saudáveis”, destaca.
Karen Dantas, que também é docente do curso de Nutrição da UniFTC de Juazeiro, esclarece ainda que a obesidade pode estar relacionada a problemas emocionais, como estresse e ansiedade, que aumentam a probabilidade de optar por alimentos não saudáveis. “Hábitos alimentares irregulares podem estar associados ao desenvolvimento de transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar, que têm graves consequências para a saúde”, adverte.
É importante notar, completa a professora, que os nutricionistas são profissionais capacitados para criar planos alimentares personalizados de acordo com as necessidades individuais, fornecer orientações e estratégias para mudanças de comportamento, acompanhar o progresso e fazer ajustes quando necessário. “Portanto, neste Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, é vital que reconheçamos a importância de estar informados, adotar um estilo de vida melhor e buscar apoio profissional para combater essa epidemia em progresso”, concluiu Karen Dantas.