Falta uma semana! 4 de novembro, o Fluminense vai alcançar a Glória Eterna

A sensação que eu vivo e outros milhões estão vivendo à espera do dia 4 de novembro, sei que muitos já viveram, mas com o Fluminense. Sei querer menosprezar o sentimento dos outros, mas o Tricolor sabe do que eu estou falando. Só quem aguentou o rebaixamento para Série C – 3ª divisão – do Campeonato Brasileiro e agora estar próximo da Glória Eterna, sabe o que passa na cabeça.

O gol de barriga de Renato Gaúcho em 1995 é minha primeira grande lembrança do Fluminense e de muitos outros tricolores. Mas existe uma outra memória que atormenta a cabeça da nossa torcida. 2 de julho de 2008 e a derrota para LDU em pleno Maracanã. Não quero comentar os erros da arbitragem e muito menos como teria sido, após um eventual título.

Foco no agora, “nada mais me interessa, Fluminense vai jogar”, brada um dos nossos cantos vindos da arquibancada. A guerra pelos ingressos é um suplício. As noites sem dormir. Não, não sou carioca e nem vivo no Rio de Janeiro, mas estive em pelo menos dois momentos nessa ilíada pela Glória Eterna. No Rio contra o Argentino Juniors e em Assunção contra o Olimpia. A distância e o destino me impediram de estar em outros momentos durante essa caminhada extenuante, afinal vivemos a euforia do 5 a 1 contra o River Plate até o pavor da eliminação contra o Internacional, sem contar o sofrido empate de 1 a 1 contra o Sporting Cristal na última rodada da fase de grupos.

O tricolor supersticioso começa a se pegar a todos os fatos que surgem e combinar com o que já passou, outros olham a tabela e já começam a imaginar uma nova decisão de pênaltis, e o frio na barriga sobe. Sonhos e pesadelos ocorrem diariamente. O tempo não passa. A esposa briga. O chefe cobra. Mas a mente está dispersa, afinal só se pensa no dia 4 de novembro.

Quem já garantiu o ingresso, vive a tranquilidade de saber que estará lá no Maracanã. Quem não tem, deixa de ser racional e começa a pensar loucuras para estar no palco da final. Quem não vai ao Rio, já não sabe se assiste com amigos, sozinho, num barzinho, se faz churrasco ou não faz… Não tem como, não pensar no dia 4 de novembro.

Os argentinos prometem 150 mil “bosteros” no Rio de Janeiro, o Fluminense terá milhões, afinal Nelson Rodrigues já profetizou: “quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas”.

E quantos vão ser aqueles que vão estar no Maracanã, nas ruas ou em suas casas, lembrando daqueles que estiveram em 2008 e já não podem estar presentes em 2023. Vai ser uma dor surreal, mas com certeza a alegria com a iminente Glória Eterna vai inundar os corações e mentes com a alegria, o êxtase daquele momento.

Sou Tricolor e não gosto de cantar vitória antecipada, mas se a Glória Eterna vier, não vai existir 5 de novembro, afinal é muito provável que eu fique preso no dia 4 de novembro na forma de um looping em parque de diversões, revivendo segundo após segundo aquela sensação.

Os dias vão passar e com o tempo a normalidade vai voltar, mas tudo será diferente, afinal teremos alcançado a Glória Eterna…

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