“Faz-tudo” da família de Juscelino Filho confirma que era pago pela Câmara Federal, mas trabalhava na Fazenda
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), contratou com dinheiro público o “faz-tudo” de fazendas da sua família, no interior do Maranhão. O motorista Waldenôr Alves Catarino passou quase uma década realizando diversos serviços braçais na roça enquanto era pago pela Câmara.
Em entrevista exclusiva ao Estadão, o homem de 57 anos afirmou que foi contratado por Juscelino como assessor parlamentar, mas nunca trabalhou na função. O local de trabalho eram as terras do ex-senador e ex-prefeito de Santa Inês Roberth Bringel, tio de Juscelino. “Eu era lotado aí na Câmara Federal e trabalhava aqui para o tio dele na fazenda”, afirmou o trabalhador ao Estadão. “Eu fazia tudo, trabalhava num caminhão. Levava óleo para trator, instalando estaca na fazenda, fazia tudo…”, disse Waldênor.
O homem foi nomeado como secretário parlamentar no gabinete do então deputado Juscelino Filho logo no início do seu mandato, em outubro de 2015. A contratação irregular chegou ao fim somente em maio de 2022, um ano antes de Juscelino virar ministro de Lula, porque o funcionário quis mudar de emprego após se fartar do serviço duro que começava no nascer do sol e não tinha hora para acabar.
Waldenôr foi nomeado em setembro de 2015 e permaneceu no cargo de secretário parlamentar na Câmara Federal até março de 2022. Durante esse período, ele recebia R$1227,03 por mês. O “faz-tudo” deixou o emprego, pois “o serviço era muito puxado. Eu tinha que levantar todos os dias 5h da manhã, não tinha horário para parar.”
Isso acontece muito, reeleição deveria não existir, tudo isso favorece o enriquecimento desses políticos.