Manifestantes do OcupaMINC-MA chamam subprefeito de São Luís de incapaz

Acostumado a falar muito e inclusive algumas besteiras, o subprefeito de São Luís, Fábio Farias, foi enquadrado por manifestantes que ocupam o IPHAN no Maranhão, após o subordinado de Edivaldo Holanda Júnior (PDT) ter tentado desqualificar o movimento. O responsável por gerir o Centro Histórico afirmou que o MPF, Polícia Federal e a Justiça Federal deveriam botar para fora a meia dúzia de protestantes que ocupam o prédio histórico. Em resposta recebeu a seguinte declaração: “O senhor é um dos responsáveis pela situação de abandono em que se encontra o Centro Histórico, por ser incapaz de articular políticas que respeitem a diversidade humana e revitalizem esse setor nuclear da história da cidade”.

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“A #Polícia Federal – #Ministério Público Federal – #Judiciário Federal precisam acabar com essa ocupação patrocinada por meia dúzia de pessoas que infelizmente estão agindo de maneira inconsequente, atingindo de forma negativa um bem tombado como Patrimônio da Humanidade e seus documentos”, sugeriu Fabio Carvalho.

Apesar de costumeiramente falar besteiras e atacar aqueles que combatem a má gestão da Prefeitura de São Luís, Fábio Farias é reconhecido por ser um dos maiores incentivadores da cultura local e brincante, tanto que por diversas vezes ele já foi visto em manifestações de cunho cultural, inclusive incorporando personagens.

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Fábio Farias é apoiador de manifestações culturais de São Luís, porém se manifestou contra o OcupaMinc-MA

Acontece que os manifestantes do IPHAN, responderam rápido ao Fábio Farias e o desqualificaram. O OcupaMinc-MA chamou o subprefeito de incapaz e ainda lembrou dos repasses feitos pelo governo federal que até então não foram aplicados na infraestrutura do Centro Histórico.

CARTA AO SR. “SUBPREFEITO” FÁBIO HENRIQUE FARIAS

O OcupaMinC-MA está ocupando o prédio do IPHAN sim. O prédio está ocupado por artistas, professores, educadores, produtores culturais e sociedade civil em geral que está engajada na resistência contra um governo golpista, fascista, ilegítimo que, em poucos dias, usurpou inúmeros direitos sociais conquistados nas últimas décadas.

A ideia é acionar o Ministério Público Federal? Ótimo! Então por que não ir mais além e acioná-lo para uma intervenção/inspeção sobre a transparência pública do repasse dos 133 milhões de reais disponibilizados para o Maranhão do PAC Cidades Históricas, que desde 2012 tem seu processo empacado com a desculpa da crise econômica? Ora, por favor, essa ocupação não se dá apenas no Maranhão, mas em todo o território nacional e tem se fortalecido ainda mais diante da podridão da política institucional estourada por todo o país.

O senhor é um dos responsáveis pela situação de abandono em que se encontra o Centro Histórico, por ser incapaz de articular políticas que respeitem a diversidade humana e revitalizem esse setor nuclear da história da cidade, especialmente para as camadas da população que precisam de políticas públicas para ter acesso à cultura.

Vale ressaltar que estamos há 13 dias ocupando (e não 20!). E em 13 dias já realizamos 02 vistorias: a primeira com o Superintendente Alfredo Alves Costa Neto e os ocupantes, e a segunda (solicitada pela ocupação) com a presença do defensor público federal Yuri Costa, onde catalogamos e interditamos todas as áreas com documentos patrimoniais. As áreas de uso da ocupação foram determinadas em comum acordo com o Superintendente e o Defensor Público, como banheiro e cozinha (até porque são necessidades básicas de seres humanos), corredores e salas de reunião, além do hall principal de entrada, onde acontecem as plenárias, as aulas públicas da Universidade Federal do Maranhão, da Universidade Estadual do Maranhão, Instituto Federal do Maranhão e debates atuais como: a Assembléia das Mulheres contra a cultura de estupro, o Encontro de povos de Terreiros, Movimento em Defesa da Ilha e inúmeros debates sobre a situação do Cajueiro e RESEX de Tauá Mirim, que está ameaçado pela construção de um porto privado.

Nós sim entendemos a importância da preservação do patrimônio histórico, e temos dado um excelente uso ao prédio: com aulas públicas com professores universitários, oficinas de formação, rodas de debates, exibição de filmes e uma programação cultural pública e gratuita no Centro Histórico, que está abandonado e depredrado, e por isso mesmo inseguro. Estamos revitalizando o espaço com atividades socioculturais e um intenso fluxo de pessoas ávidas por mais transparência e participação popular numa democracia radical.

Temos construído um novo fazer artístico, autônomo e independente das verbas públicas tão mendigadas por nós, demonstrando que é possível sim fazer uma cultura engajada quando se tem a participação de artistas renomados e novos talentos que a todo instante emergem da Ilha Rebelde. 

Meia dúzia de pessoas? Quem já passou pela ocupação e sabe contar, percebe que o número de ocupantes é muito maior. Nos dedicamos diariamente a organizar comissões de limpeza, alimentação, infraestrutura e segurança para cuidar do espaço no qual, pessoas e coletivos inteligentes têm se encontrado para utilizá-lo de forma criativa e, claro, responsável. 

Diante da imprudência do senhor de se pronunciar publicamente espalhando desinformação acerca do OcupaMinC-MA SEM NUNCA TER VINDO NOS VISITAR, o convidamos a comparecer na ocupação PARA UMA RETRATAÇÃO.

#OcupaMinCMA #OcupaMinc #OcupareResistir #ocupatudo 

#NãoÉSóPeloMinC

 

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