Marina Silva defende ação de Sérgio Moro e diz que petistas incitam a violência
Correio Braziliense
A presidente da Rede, Marina Silva, lamentou a incitação que integrantes do PT têm feito a atos violentos após a condução coercitiva do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Ela apoiou a decisão do juiz Sérgio Moro, ao autorizar a operação da Polícia Federal na última sexta-feira, mas afirmou que é preciso respeitar o direito de defesa. A ex-ministra do governo Lula voltou a defender a saída da presidente Dilma Rousseff pela cassação da chapa com o vice-presidente Michel Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“É triste, obviamente, ver um partido que no passado suscitou tantas esperanças na defesa da ética e no combate à corrupção, agora tendo que fazer apologia do conflito, do confronto, para se defender de acusações”, afirmou ao final do 2º Congresso Nacional da Rede. Ela discordou das críticas à legalidade da operação que forçou o depoimento de Lula. “Nesse caso não cabe, no meu entendimento, qualquer desqualificação ao trabalho da Justiça, nem cabe qualquer condenação daqueles que ainda estão sendo investigados”, disse.
Quanto à situação do país após a delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e da condução de Lula, Marina voltou a defender a saída de Dilma via TSE. No entendimento dela, o impeachment não é a solução adequada uma vez que Temer assumiria o poder. “PT e PMDB são faces da mesma moeda. O resultado será substituir o PT e a presidente Dilma, que tem o seu partido implicado, pelo vice-presidente que tem igualmente o seu partido implicado no caso da Lava-Jato”, afirmou.
Durante o discurso no congresso, Marina atacou o sistema político atual e partidos que se unem para ganhar eleições “a partir da mentira de marqueteiros”. “A única coisa que tinham em mente era um projeto de poder de, no mínimo, 20 anos. Deu no que deu”, afirmou em referência ao PT e ao PSDB. Na sexta-feira, dia da operação da Polícia Federal, a Rede publicou nota de apoio às investigações e condenou a incitação ao confronto.