Felipe Camarão o coringa e a falta de nomes no Governo Flávio Dino

O procurador federal Felipe Camarão bateu um recorde na terça-feira (8), assume a quarta pasta no Governo Flávio Dino (PCdoB). Antes, vale lembrar, o advogado foi diretor do Procon no Governo Roseana, secretário de Urbanismo de Edivaldo e ainda vice-procurador da UFMA na gestão de Natalino Salgado. É inegável a competência e a confiança que Felipe dispõe junto ao governador, inclusive já é comparado a Olga Simão que também ocupou quatro pastas na última gestão da filha de Sarney.

Porém mais do que Felipe Camarão representar a figura de um coringa que pode ocupar diversas pastas, independente do objeto a ser administrado, evidencia algo grave na gestão de Flávio Dino: a falta de nomes para compor o Governo.

O desempenho da máquina administrativa estadual mostra a deficiência de gestores qualificados para tocarem o Governo. Exemplo disto também está na Saúde, Flávio Dino já não aguenta mais a fraca atuação de Marcos Pacheco, mas não encontra um substituto por acreditar que qualquer outro que entre vai ser suscetível a atos de corrupção. O mesmo ocorre no Meio Ambiente, o que se repete na Indústria e Comércio, mas estes são mantidos por questões políticas, mas a insatisfação é semelhante.

Outra questão que está intrínseca no processo de escolhas dos secretários é a relação de confiança de Flávio com os seus comandados. Por isso ele prefere manter alguns que pouco entendem gestão e mais atrapalham do que ajudam, mas tem plena confiança que os escolhidos são seus verdadeiros “cãos de guarda”.

É claro que Felipe Camarão não se enquadra em nenhum dos dois casos, ele está no grupo dos qualificados e de confiança assim como Carlos Lula (subsecretário da SES), Duarte Júnior (Procon e Viva Cidadão), Ted Lago (Emap) e Rodrigo Maia (Procuradoria).

Mas lamentavelmente, Flávio Dino é limitado quanto aos nomes que ele pode dispor para ajuda-lo a conduzir o Governo. Faz lembrar o que um governista disse outro dia: “esquerdista só gosta de participar de eleição e fazer barulho. De gestão eles não entendem, só querem ficar sentados em cima da máquina pública”.