Vereadores retomam os trabalhos de olho na eleição de outubro deste ano

Exatamente no dia do retorno das atividades do parlamento municipal vão estar faltando 8 meses para eleição deste ano. 31 vereadores vão voltar para o plenário Simão Estácio da Silveira focados apenas em um objetivo a reeleição. Fazendo uma avaliação rápida do que foi o legislativo de São Luís nos últimos anos é possível afirmar que necessita muito de melhorias, não só aspecto estrutural, mas nos representantes do povo ludovicense.

Dos 31 parlamentares que estão em atividades na Câmara Municipal é possível contar nos dedos, aqueles que possuem uma atuação propositiva e em defesa da população. Quase 90% dos vereadores são omissos e submissos, muitos vendem seu discurso e o direito de ficarem calados por benesses ofertadas pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que pouco tem cumprido com a palavra.

Os vereadores de São Luís possuem 8 meses para mostrarem que ainda podem fazer algo de diferente, mas é muito provável que isso não ocorra.

Nas próximas linhas, uma breve analise de cada vereador que São Luís possui:

Astro de Ogum (PMN) – O homem mais forte do parlamento municipal. Chegou a presidência da Câmara no momento certo e proporcionou um dinamismo que não existia na gestão de Isaías Pereirinha (PSL), que passou 10 anos no comando. É o homem que controla as votações, por isso a Prefeitura mantém relação amistosa. Fala em disputar o cargo de prefeito. É improvável que entre nessa disputa, mas por conta da sua força e seu capital eleitoral poderia sacudir a disputa. Caso vá para reeleição é certa a vitória. Ainda vive o dilema da troca partidária ou não. Atualmente namora com o PR.

Armando Costa (PSDC) – É um dos mais inexpressivos da Câmara de Vereadores de São Luís. Pouco se escuta de qualquer ação desenvolvida e pouco usa a tribuna do parlamento. No entanto vem alcançando suas eleições de forma fácil. Na última disputa despontou com mais de 7 mil votos. Apesar da ineficiência, deve-se manter no legislativo, através de mais uma reeleição. 

Bárbara Soeiro (PMN) – Vereadora com forte nas comunidades de São Luís, principalmente na região da Cidade Operária. Demonstrou interesse e desenvoltura ao longo do seu mandato, apresentando propostas interessantes. Antes de assumir mostrou que gostaria de fazer a diferença, tanto que fez parte do grupo que disputou a eleição de presidente da Mesa Diretora da Câmara contra Isaías Pereirinha. Apesar de ser da base do prefeito Edivaldo, mantém postura independente em certas votações. Tem grandes chances de alcançar a reeleição e ir para o segundo mandato consecutivo.

Barbosa Lages (PDT) – Vereador também de pouca expressividade. Muito ausente do plenário e poucas proposições. Vive uma situação delicada no PDT, avalia possibilidade de sair da legenda e buscar outra alternativa para se eleger, mas no momento prefere ficar no partido do prefeito, pois diz que ali tem como se manter a salvo, por enquanto. Vem atuando como vereador desde 2005 e vai lutar pelo quarto mandato consecutivo, mas vai enfrentar uma difícil eleição.

Beto Castro (PROS) – Está no primeiro mandato e metade dele passou envolvido em uma polêmica que quase lhe custou o mandato. O parlamentar foi denunciado por falsidade ideológica por apresentar duas carteiras de identidade. Chegou a ser cassado no TRE-MA, mas voltou ao cargo. Desesperado para garantir sua reeleição já procurou o PCdoB para se filiar, mas foi vetado por Márcio Jerry, chegou a se manter no PRTB através de Soliney, mas agora diz estar no PROS. Muito fraco na atuação parlamentar, mas os que conhecem dizem que pode ter chance de reeleição.

Chaguinhas (Sem partido) – Um dos membros do parlamento que mais usa a tribuna. É possível perceber o esforço do vereador na busca por realizar um mandato atuante, mas as vezes de atrapalha nas próprias palavras e ações. Ganhou notoriedade no inicio de 2013 ao propor a criação da CPI do Peixe, que acabou dando em nada. Chaguinhas perdeu força ao sair da presidência do PRP, sem espaço no PSB e temendo uma derrota deixou a legenda e procura um abrigo para renovar seu mandato. Está na luta pela reeleição é mais um daqueles que pode continuar no parlamento em 2017.

Chico Carvalho (PSL) – Uma das raposas no parlamento municipal. Se movimenta de forma habilidosa e sorrateiramente. Em 2012 por medo de perder a eleição vetou a candidatura de Wellington do Curso (PPS), atua como dono do PSL e coloca o partido em prol de seu mandato. Por ser um dos mais antigos com 7 mandatos (não consecutivos) conhece bem o legislativo e executivo, por isso também é um dos que possui mais influência com Edivaldo Holanda Júnior. Enfrentará uma reeleição difícil, deve disputar com Pereirinha uma vaga.

Edmilson Jansen (PTC) – Ausente. Essa poderia ser a principal característica do vereador de pouca atuação. Quase nunca é notado e só ganhou alguma visibilidade ao dizer que o PCdoB era um partido que atrapalhava a administração municipal. Edmilson deve enfrentar dificuldades para sua reeleição.

Eidimar Gomes (PSDB) – A mais idosa da atual legislatura, enfrenta muitas dificuldades na sua atuação até por conta da idade. Porém é muito influente na região do Itaqui-Bacanga. Assumiu o mandato, após a vitória de Sérgio Frota na disputa para deputado estadual. Vai depender da coligação e do seu desempenho nas urnas para voltar ao parlamento, mas possui uma boa densidade eleitoral.

Estevão Aragão (Sem partido) – Também um dos novos representantes no parlamento municipal. Tem atuação marcante no bairro do Coroadinho, sempre lutando por melhorias. Já se envolveu em polêmicas com Eliziane Gama quando era do PPS e recentemente com Simplicio Araújo quando estava no SDD. É filho do ex-deputado e ex-vereador Nonato Aragão. Estevão é um dos fortes candidatos a se manter na Câmara para a próxima legislatura.

Fábio Câmara (PMDB) – Entrou como franco atirador e deve terminar como o maior blefador do parlamento. Atuando de forma raivosa contra o prefeito Edivaldo no primeiro ano de mandato, acabou perdendo fôlego ao romper com Ricardo Murad (PMDB), seu tutor. Faz ameaças ao propor CPI´s e dizer possuir bombar é conhecido pelos demais vereadores como o “Chatô” da Câmara. Diz ser candidato a prefeito pelo PMDB. No entanto a dita candidatura talvez seja mais uma jogada para arrecadar fundos e acabe disputando a reeleição de vereador. Deve ser sair vitorioso das urnas caso dispute o cargo no legislativo municipal, mas pode enfrentar dificuldades por conta do partido.

Gutemberg Araújo (PSDB) – Considerado um dos melhores na atual legislatura. O vereador tucano tem boa atuação e vem ganhando destaque por ser um militante dos profissionais da saúde. Além disso vem apresentando forte atuação nas comunidades, principalmente na região da Radional/Santa Cruz Deve ser o único de mandato pelo PSDB a se salvar e voltar para o parlamento em 2017.

Helena Duailibe (PMDB) – Licenciada. Já informou que não vai disputar a reeleição. O marido, Afonso Manoel (sem partido), deve sair vitorioso e ocupar o posto da secretária de Saúde no parlamento municipal.

Honorato Fernandes (PT) – Uma das boas surpresas da atual legislatura. Se destacou logo no primeiro ano ao ser convidado para liderar o Governo na Câmara Municipal. Possui importante atuação nas comunidades de São Luís e desenvolveu o programa “Fala São Luís” que tem um importante papel social. O petista atualmente é cotado para encarar a disputa de vice-prefeito, mas o próprio descarta, uma vez que está focado na sua reeleição e deve ser um dos mais bem votados em 2016.

Ivaldo Rodrigues (PDT) – Ganhou destaque durante o mandato de João Castelo (PSDB), por fazer oposição forte ao Governo estadual. Mas perdeu força na legislatura de Edivaldo. É o vice-líder do governo, mas seu papel é resumido ao fazer barulho e tentar desviar o foco quando algum vereador se levanta contra a administração municipal. Deve voltar ao parlamento em 2017, mas tem de ficar de olho nos seus adversários diretos do PDT. 

José Joaquim (PSDB) – O decano do parlamento dá sinais que pode se aposentar. O tucano é maior conhecedor do regime interno e das leis que regem o município, mas caso dispute a reeleição deve enfrentar uma complicada disputa, o que pode acarretar em uma possível derrota por conta da acirrada concorrência interna no PSDB. Existe a possibilidade dele abrir mão da candidatura para indicar algum parente. É um vereador que tem sua atuação focada principalmente junto as comunidades religiosas.

Josué Pinheiro (sem partido) – O espoca urna de 2012 parece não ter o mesmo gás em 2016. Inflado na gestão de João Castelo por ser contemplado com obras para sua empreiteira, Josué procura um partido no momento para que possa viabilizar sua reeleição. Deve continuar na Câmara em 2017, mas não será fácil como há quatro anos.

Lisboa (PCdoB) – O último colocado na eleição de 2012, mas na lista dos melhores em se tratando de atuação. Conhecedor da legislatura e com boa formação, o Professor Lisboa ainda precisa se destacar mais. Teve iniciativas pioneiras como o parlamento na comunidade, onde discutia junto a população propostas para serem debatidas na Câmara Municipal. Logo no primeiro ano de mandato enfrentou um drama ao sofre um acidente vascular encefálico. Se recuperou sem sequelas e retomou as atividades, mas não no mesmo ritmo. Deixou a vice-liderança do Governo e tem suas críticas ao prefeito Edivaldo, apesar de ser da base governista. Deve enfrentar dificuldades na sua reeleição por conta dos demais nomes fortes que surgem no PCdoB. É um dos que pode ficar de fora em 2017 da nova composição da Câmara.

Luciana Mendes (PT do B) – Mais uma que deve entrar na lista de vereadores que pouco fizeram e naturalmente serão esquecidos. Filha do ex-deputado federal Lourival Mendes, pouco aparece nas sessões, foi uma das mais faltosas em 2013 e constantemente é flagrada no shopping durante as sessões ordinárias na Câmara Municipal. Não deve disputar a reeleição, abrindo espaço para o pai. Caso concorra, deve amargar uma derrota.

Manoel Rego (sem partido) – Demonstra esforço em manter um mandato atuante, mas precisa melhorar muito. É um dos que levantam a voz contra o prefeito Edivaldo. Saiu do PTdoB e agora procura uma legenda para tentar garantir sua reeleição. A principal atuação do vereador é no Coroadinho, porém enfrenta rejeição dos habitantes da localidade. Manoel Rego corre risco de ser um vereador de mandato único, a reeleição é difícil.

Marlon Garcia (PT do B) – Ensaiou uma tentativa de oposição no inicio da legislatura, mas recuou e entrou no grupo dos submissos da Câmara. Tem forte atuação no Bairro de Fátima, mas terá que disputar concorrência com demais candidatos da região, além de enfrentar Beto Castro. Marlon tem chances de reeleição, mas vai depender de uma boa coligação e uma melhora no desempenho.

Marquinhos (DEM) – Um dos personagens mais imprevisíveis. Já mudou de lado umas 10 vezes. Agora no Democratas vive sob o apadrinhamento de Juscelino Filho (PRP). Marquinhos disputa voto com Ivaldo Rodrigues na região da Vila Luizão. É cotado como um dos mais fortes na disputa da reeleição.

Nato (PRP) – Mais um vereador de atuação no bairro do Coroadinho. Tem discreta atuação. O vereador pode enfrentar dificuldades na sua reeleição em possível disputa direta com o suplente Severino Sales.

Osmar Filho (PDT) – Suplente mas no mandato desde 2014. É o líder do governo, mas conduz com dificuldade e de forma equivocada. É um dos mais fortes nomes para disputa de reeleição. Em 2012 só não foi eleito por conta da coligação, mas em 2016 promete ser novamente um dos mais votados. Em caso de reeleição de Edivaldo também diz a aliados que deseja ser o presidente da Câmara a partir de 2017.

Paulo Luiz (PRB) – O vereador entra mudo e sai calado. Falta constantemente nas sessões ordinárias. No entanto possui a força da Igreja Evangélica, que deve lhe conduzir para mais um mandato. Fora isso demonstra ter pouca atuação.

Pavão Filho (PDT) – Caiu nas graças do deputado Weverton Rocha (PDT) e um dos principais aliados do prefeito Edivaldo. Habilidoso politicamente, tem boa lábia e deve ter uma reeleição fácil. Através de um instituto de ações sociais que mantém, Pavão tem boa penetração nas comunidades de São Luís. É apontado por atuar de forma sorrateira, comunistas dizem que ele tentou derrubar o secretário de Educação, Geraldo Castro, por diversas vezes.

Pedro Lucas Fernandes (PTB) – Jovem e no primeiro mandato. Teria tudo para se destacar, mas optou por seguir o caminho da submissão e diz que vai com o prefeito Edivaldo até o fim. Por ter o comando do PTB nas mãos do seu pai, deve armar uma legenda que garanta a sua reeleição de forma fácil, mas se continuar agindo da atual maneira que conduz seu mandato deve permanecer sem destaque na política local.

Pereirinha (PSL) – Após dez anos como presidente da Câmara Municipal, murchou e pouco aparece no parlamento. Enfrenta problemas de saúde e deve ter uma complicada reeleição. Alguns apontam Pereirinha mais forte que Chico Carvalho na disputa da vaga, mas não terá uma eleição fácil.

Ricardo Diniz (sem partido) – Envolvido em uma polêmica de uma terceirizada que prestava serviço para Educação chegou a ser investigado. Focou seu mandato em setores do ramo empresarial, mas pouco se destacou ao longo de três anos. Enfrenta rejeição de parte da Casa por ter mudado de lado em 2012 na disputa pela presidência da Câmara. Inicialmente apoiava Helena Duailibe, participou de reuniões e é apontado como o informante – assim como Beto Castro e Ivaldo Rodrigues – de Pereirinha naquela disputa. A reeleição não deve ser alcançada em 2016.

Roberto Rocha Jr. (PSB) – Cresceu ao longo de três anos, mas ainda precisa se soltar mais. É forte candidato para se reeleger e com tranquilidade, ainda mais com o apoio do pai que é senador. Tem forte atuação na região periférica da Cohama. Apesar de ser da base governista demonstra independência em certos momentos e faz fortes cobranças do executivo municipal, principalmente na Educação e Infraestrutura.

Rose Sales (PV) – Entrou em contradição e perdeu o discurso. Foi líder de oposição no governo Castelo e sonhava ser líder na gestão Edivaldo. Não teve pedidos atendidos no governo atual e acabou rompendo. Saiu do PCdoB foi para o PP, brigou com Waldir Maranhão e mostrou suas antigas relações com a família ao se filiar PV e contar com o apoio do grupo para disputar a prefeitura. No entanto, não deve ser esquecido seu papel combativo no parlamento. Tem destaca atuação em defesa do social, principalmente nas questões da Educação e Saúde. Já brigou com metade da Câmara de Vereadores e vai colecionando desafetos. Deve concorrer ao cargo de prefeita e abrir vaga na Câmara para o marido.

Sebastiao Albuquerque (DEM) – Pode passar a ser o vereador com mais mandatos em 2017, uma vez que José Joaquim e Chico Carvalho podem acabar não conseguindo não renovar seus mandatos. Tem atuação discreta, mas um grande trabalho em comunidades. Possui uma votação cristalizada e deve se reeleger com facilidade.

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