Prefeito de Santa Inês diz que não teve participação no governo Ribamar Alves e que fará tudo de diferente do que já foi feito

ednaldoAo receber a Prefeitura de Santa Inês, o prefeito Ednaldo Alves Lima (PT), o Dino, se deparou com uma situação estarrecedora: os cofres da administração municipal estavam zerados. De acordo com o prefeito, inclusive no dia de sua posse, ainda ocorreu uma transferência no valor de R$107 mil sem justificativa para uma empresa. Diante dessa situação de caos foi decretado estado de emergência na principal cidade do Vale do Pindaré.

Ednaldo ainda fala quais serão suas primeiras medidas a serem tomadas, assim como foi sua relação com Ribamar Alves (PSB), ao longo dos últimos três anos. Ele diz lamentar a prisão do ex-prefeito, assim como a situação em que viveu e vive a vítima e sua família.

O novo prefeito de Santa Inês ainda aproveita para falar sobre planos para o futuro e suas pretensões políticas.

Confira na íntegra a entrevista:

BLOG DO DIEGO EMIR – Ednaldo como o senhor recebeu a Prefeitura de Santa Inês?

Ednaldo Alves Lima – Ao assumir o município de Santa Inês me deparei com uma situação constrangedora, não tinha saldo bancário nas contas da Prefeitura para fazer repasse para a Câmara Municipal. Fui a todos os bancos e está tudo zerado. Nossa maior surpresa foi me deparar que na data de quinta-feira (18), transferiram para uma conta de uma empresa o valor de R$107 mil, dinheiro este que não está justificado.

E qual será sua atitude diante desse fato?

Vamos decretar estado de emergência, o município não pode ficar do jeito que está. Não há condições de administrar do jeito que recebi a Prefeitura. Hospitais sem oxigênio, sem alimentação para equipes técnicas, está muito difícil. Conversei com minha assessoria jurídica e decidimos que a melhor saída é a decretação de estado de emergência.

O pagamento dos servidores e continuidade dos serviços essenciais podem ser afetados por conta dessa situação que a Prefeitura passa no momento?

A Educação nem tanto, a secretária já está preparando um relatório, assim como a Saúde. Mas também quero dizer que a folha de pagamento de janeiro ainda não foi paga e a folha de fevereiro também ainda não foi fechada. Mas nós vamos atrás das pessoas que são responsáveis por essa situação.

Ednaldo como foi a sua participação na eleição de 2012, junto com Ribamar Alves?

A principio coloquei meu nome como candidato a prefeito, mas internamente a executiva do partido decidiu fazer uma aliança e acabou optando por seguir com Ribamar Alves. Existia um acordo para que nós administrássemos a Educação e a Cultura do município, mas nenhuma foi dada ao partido. Dessa forma, optamos por nos afastar do Governo, já que não havia interesse na nossa contribuição.

E como foi a sua relação com Ribamar Alves nesses últimos três anos?

Normal. Era “oi, como vc está?”, mas nunca participamos do Governo. Eu solicitei ainda em 2013, um gabinete para a vice-prefeitura, mas nem isso foi concedido, então estava afastado da administração municipal. Não tive nenhuma participação neste Governo ao longo dos últimos três anos.

O senhor atribui a que esse afastamento do senhor?

Fico sem entender. Pois eu estava disposto para ajudar. Com a experiência que eu tenho, então estava disponível para oferecer orientações. Mas percebi que ele não me queria no Governo.

Como o senhor recebeu a prisão do Ribamar Alves?

Lamentei e lamento a prisão de Ribamar Alves. Pois não esperava que acontecesse. Lamento pela cidade, pelas famílias, pois sei que estão sofrendo. Mas também lamento pela família da vítima que está passando por um momento muito difícil.

Ao longo de 15 dias, o senhor não entrou com um pedido de afastamento do ex-prefeito Ribamar Alves, qual motivo de sua postura?

Olha sempre me pautei pela legalidade. Pela Lei Orgânica em 8 dias o prefeito já deveria estar afastado. Procuramos o presidente da Câmara, Orlando Mendes, e ele falou que deveria esperar os 15 dias, prazo esse estipulado pela Constituição Federal. Então ele disse que me daria posse ao fim desse prazo. Decidi não entrar com nenhuma medida, pois inclusive acreditava que ele sairia da prisão e acabaria gerando um desgaste para o município, ocorrendo um embate jurídico. Decorrido os 15 dias, a Câmara fez uma sessão conturbada, cheia de erros, então decidimos ir atrás do nosso direito, inclusive para não prejudicar o povo de Santa Inês.

O que o senhor vai fazer de diferente do que foi feito nos últimos três anos?

Praticamente tudo. Não terei o tempo que o ex-prefeito teve, mas vamos trabalhar dentro do que estar planejado orçamentariamente. Santa Inês tem vários problemas, a infraestrutura é a pior, ruas intrafegáveis, a educação precisa melhorar e pra mim é primordial. Escolas estão sem funcionar por falta de vigia e zelador, a gente tem conhecimento de muitas coisas que estão deficientes e vamos resolver os problemas.

O senhor vai entrar na disputa de outubro? Vai para reeleição?

Todo político luta por um cargo de gestão ou legislativo. Com a possibilidade de fazer um excelente mandato para o povo de Santa Inês, tanto na área rural como na sede, nós colocaremos nosso nome para apreciação da população e tentaremos manter o trabalho em um eventual novo governo.

Como será sua relação com a Câmara de Vereadores?

Pacifica. Seremos parceiros. Estaremos juntos trabalhando pelo povo de Santa Inês. Vou propor que os poderes sempre coloquem a população para ser ouvida.

O senhor já tem sido procurado por outros partidos para trocar de legenda?

Sim. Mas quero me reservar ao direito de não comentar este assunto no momento, pois o objetivo agora é focar na administração de Santa Inês.

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