Exposição de Fernando Mendonça e livro de Márcio Vasconcelos instigam o público amante das artes

O artista plástico Fernando Mendonça e o fotógrafo Márcio Vasconcelos serão protagonistas na próxima terça-feira, 22, na Casa do Maranhão (Praia Grande), de um evento que promete marcar a cena cultural da Ilha nesta temporada de fim de ano.O primeiro fará a abertura da Mostra “FM +30”, exposição com a qual celebra trinta anos de trabalho como artista visual.Enquanto o segundo estará lançando o livro “Zeladores de Voduns – do Benin ao Maranhão”.

O livro foi vencedor do I Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras, da Fundação Cultural Palmares (MINC). É o resultado da saga que o fotógrafo viveu no Benin, durante 25 dias, na companhia doantropólogo africano Hippolyte Brice Sogbossi. A proposta era realizar uma pesquisa e documentação fotográfica da atual situação de terreiros e seus respectivos chefes no Benim e no Maranhão.

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A dupla fez entrevistas e ensaios com personagens de reconhecida importância no cenário do culto aos voduns, para perceber sintonias e diferenças entre os Sacerdotes africanos e os chefes de terreiros do tambor de mina do Maranhão. O fotógrafo e o antropólogo visitaram as cidades de Cotonou, Abomey, Allada, Ouidah, Calavi e Porto Novo.

Márcio Vasconcelos se dedica há mais de uma década a registrar as manifestações da cultura popular e religiosa dos afrodescendentes no Maranhão. Hippolyte Brice Sogbossi é beninense radicado no Brasil há mais de 10 anos. Doutor em Antropologia Social e professor da Universidade Federal de Sergipe.

O livro tem textos do Editor Bruno Azevedo e dos antropólogos Sergio Ferretti e Hippolyte Brice Sogbossi.

A mostra “FM +30” pode ser dividida em três partes. A maior reúne doze trabalhos em acrílico sobre tela em que as cenas urbanas e a mobilidade realçam o traço característico na obra de Mendonça. Os personagens ainda são os mesmos que o artista vem pintando durante quase toda a sua trajetória: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, travestis, crianças, trabalhadores.

Em outra parte, Mendonça mergulha em uma situação que tem tudo a ver com as suas raízes de maranhense da baixada. Mas que ainda não tinha se dado ao luxo de explorar. Vai buscar nos bordados do bumba-meu-boi inspiração para o trabalho experimental que exibe pela primeira vez. São recortes horizontais que aludem à matriz da xilogravura, trabalho este produzido em integração com artesãos do Boi da Floresta.

Uma instalação com velas de barco coloridas como se fossem papagaios completa a Mostra, que fecha – ou abre – um novo ciclo na carreira de Fernando Mendonça. Quem viver verá.

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