Carlos Brandão ganha cada vez mais espaço no Governo Flávio Dino, como articulador político e bom gestor

Blog do Aquiles Emir

Há muito uma relação entre um governador e seu vice foi tão próxima quanto no governo atual, entre Flávio Dino (PCdoB) e Carlos Brandão (PSDB). Nem mesmo as posições políticas de seus partidos no cenário nacional em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) atrapalha a linha de seus discursos, e mais: não há uma semana em que o vice não é acionado para representar o Governo do Maranhão (não o governador, já que não é seu auxiliar, portanto não deve receber delegação para representá-lo) em algum evento de grande importância. Vale recordar que esse tipo de relação nem sempre foi assim. Luiz Rocha sequer falava com seu vice, João Rodolfo; Epitácio Cafeteira acabou rompido com o vice João Alberto; José Reinaldo Tavares não gostava do vice Jura Filho; e Roseana Sarney tanto fez que aposentou o vice, Washington Oliveira, mandando-o para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Para que se tenha ideia da desenvoltura de Carlos Brandão na administração estadual, terça-feira (05), ele estava no município de Pinheiro para abertura oficial da campanha de vacinação contra febre aftosa; na quarta-feira (06), estava em Brasília representando o Maranhão no lançamento da Agência de Desenvolvimento do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Maranhão) e do Plano de Desenvolvimento Agropecuário; na quinta-feira (07), no Estado do Tocantins, participou da abertura da Agrotins, um dos maiores eventos do agronegócio nacionanal; na sexta-feira (08), em Natal (RN), participou do encontro de governadores do Nordeste e nesta segunda-feira (11) estará na região Sul do Estado para participar da solenidade de abertura da Feira de Agrotecnologia de Balsas (Agrobalsas).

A agenda de trabalho de Carlos Brandão lembra as missões que eram dadas a Darcy Ribeiro, no primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-87). Certa vez, ao ser indagado pelo vice, sobre o porquê de tanto trabalho, mesmo sabendo da fragilidade de sua saúde, Brizola respondeu: “Darcy, vice que não trabalha conspira”. Nem longe imaginar que Brandão poderia ter esta vocação de traidor, mas seu envolvimento cada vez maior nas ações do Estado podem fazer dele responsável também pelo sucesso ou cúmplice de algum fracasso, isto é, não estará dissociado dos resultados da atual administração, da qual foi um dos principais arquitetos.