Uma data para ser esquecida

Nesta segunda-feira, 28 de julho, “comemora-se” o dia da adesão do Maranhão a independência do Brasil, que ocorreu em 1823. A data é tão importante que é considerado feriado estadual. Porém, convenhamos, existe algo a ser comemorado nesta data?

Para entender: o Maranhão só veio aderir a independência do Brasil em 1823, quase um ano depois, foi o último estado do país a se declarar livre das amarras portuguesas. No meu ponto de vista, este 28 de julho deveria ser esquecido e ser eternizado apenas pelos livros de história.

A data desta segunda-feira, só retrata o quanto o Maranhão sempre foi atrasado em relação aos demais estados. Forças do Ceará e Piauí tiveram que intervir no Maranhão, para que este declarasse sua independência e não se mantivesse subserviente a coroa portuguesa.

No entanto, acredito, de foma equivocada, comemoramos de forma ufanista a data, chegando a gozar um feriado como forma de festejar aquele feito. 

Quase 200 anos depois da independência do Brasil e Maranhão, nosso estado continua dependente, portanto nada de comemorar adesão de independência.

Parece que nos iludimos com mitos que insistem em ser criados pelos poderosos. Assim como a história de que São Luís foi fundada por franceses, tudo isso para manter uma aparência de superioridade em relação as demais capitais brasileiras.

O Maranhão será independente quando sua população não viver mais na extrema pobreza. Quando não formos dependente de uma economia que gira em torno da agricultura de subsistência. Quando tivermos um governo que tenha voz altiva para discutir com o governo federal e demais nações.

Por isso o feriado desta segunda-feira, da “Adesão do Maranhão a Independência do Brasil” – que nome pomposo – deveria ser utilizado mais para essa reflexão do que para um simples gozo de um feriado que não deveria existir e muito menos ser comemorado.

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