O Rocha e o racha
O PSDB finalmente definiu por ampla maioria que a legenda não apoiará a candidatura do ex-prefeito João Castelo a senador. A decisão consolida o nome de Roberto Rocha como candidato único do campo oposicionista, que agora segue unido para a homologação dos nomes na sua convenção.
Aparentemente uma discussão de nomes, na verdade o que estava em jogo era a própria consistência política da longa engenharia que montou a seleção da oposição para enfrentar o domínio do grupo Sarney no Maranhão. A candidatura de Roberto Rocha foi gestada há vários meses, quando não havia praticamente ninguém para a difícil missão de enfrentar Roseana Sarney nas urnas.
Roberto então firmou-se com destemor e viu seu nome se consolidar após montar diversos arranjos para compor os interesses em jogo. Quando Roseana desistiu de disputar, o nome de Roberto já estava costurado entre os diversos partidos e representava o compromisso do presidenciável Eduardo Campos no Estado.
Com a saída de Roseana, começaram a aparecer valentes que até então fugiam da disputa. Castelo resolveu anunciar que entraria no jogo, alegando uma vantagem eleitoral que só mostrava um maior recall de seu nome nas pesquisas, mas não indicava nenhuma capacidade de crescimento superior a de Roberto Rocha. Uma manobra extemporânea mas que contou com aliados dentre figuras importantes do campo oposicionista, incomodados com o crescimento da candidatura Rocha.
A verdade é que Roberto Rocha precisou derrotar três governadores para se afirmar candidato: primeiro foi Zé Reinaldo, depois Roseana e finalmente Castelo. Zé Reinaldo foi derrotado duas vezes, pois alimentou as aspirações do ex-prefeito nos bastidores.
O fato é que, goste-se ou não de Rocha, na política existe timing e senso de oportunidade. Foi Roberto que se posicionou na hora certa, sustentou sua postulação, engrossou o pescoço com o alinhamento de Eduardo Campos à sua candidatura e finalmente, com perdão do trocadilho, firmou-se como uma rocha para evitar o racha que poderia inviabilizar a unidade oposicionista, tão duramente conquistada.