Rompendo amarras que dificultam o diálogo produtivo

Editorial de O Imparcial


São Luís está atravessando uma situação complicada, com problemas seculares que se agravam a cada administração e se tornam mais evidentes a cada período de chuvarada, como o atual. O prefeito Edivaldo Júnior resolveu desabotoar o nó das implicações de ordem política e pedir apoio e solidariedade à governadora Roseana, à presidente Dilma Rousseff e a quem mais possa colaborar nesse momento de dificuldade porque passa a capital maranhense.

O prefeito se diz de coração aberto e disposto a quebrar paradigmas e romper amarras que possam dificultar um diálogo produtivo e institucional com o governo do Estado. Trata-se de uma providência que a população só pode considerar como um gesto de grandeza, pois ultrapassa a barreira das divergências políticas que, ao longo das décadas atravancam parcerias em favor da cidade. Nos dias atuais, com as receitas municipais em baixa, é impossível uma cidade com mais de um milhão de habitantes, realizar projetos estruturantes de forma isolada.

Desde o começo da década de 80, com a segunda eleição direta da história de São Luís, quando Gardênia Castelo sagrou-se prefeita pela oposição, até hoje a capital maranhense padece com o desentrosamento e até enfrentamento político com o governo do Estado. Resultado é que entra prefeito e sai prefeito e a cidade não consegue realizar obras relevantes. O sistema viário (se é que se pode chamá-lo assim), por exemplo, com seus equipamentos de transportes, tornou-se um monstro para a população. Completamente inviável para o volume de carros.

A cidade explodiu, sem planejamento e com ocupações irregulares, toleradas pela politicalha oportunista, e as administrações municipais não conseguiram frear a bagunça urbana. A cidade expandiu-se sem infraestrutura, sem serviços sociais, sem meio de transporte público decente, sem aberturas e novas vias e sem respeito para com a população. Passados tantos anos, a população só espera que Edivaldo Júnior possa, agora, romper as amarras do âmbito da política e avançarpara uma parceria com o governo que Estado, sem sofrer boicote de qualquer natureza.

O momento de crise financeira na prefeitura, de extrapolação dos problemas estruturantes, como drenagem, buracos, alagamentos e trânsito caótico, exige compreensão, espírito público e grandeza, para que se construam parcerias proveitosas. Desde quando Edivaldo tomou posse, Roseana Sarney o convidou para encontros administrativos. Naquele momento, nada aconteceu, mas agora, sim.

A iniciativa é do prefeito que, como a governadora, também não é candidato a nada em outubro. Ela está encerrando o seu mandato e tem apenas sete meses à frente do Palácio dos Leões, com um robusto conjunto de obras estruturantes na capital, que pretende entregar até dezembro. Mas o que a prefeitura precisa, com urgência, é ajuda para tapar buracos, organizar o trânsito, recuperar a cidade dos alagamentos e fazer fluir o trânsito, além dos hospitais de emergência. Portanto, tudo por lá é emergencial.

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