Pré-campanha presidencial do PSOL gasta R$ 60 mil
O ESTADO DE SÃO PAULO
Com o discurso da ética na política como uma de suas bandeiras, Randolfe garante, por exemplo, não ter usado nenhuma vez a cota de passagens aéreas a que tem direito no Senado para se deslocar em agendas partidárias.
“Os jatos que eu e Luciana (Genro, candidata a vice) viajamos são os da TAM, Gol e Avianca”, brinca.Para evitar problemas, ele diz ter reunido funcionários do gabinete no Senado e a direção do PSOL, logo após ser aclamado pré-candidato em fevereiro, a fim de separar as agendas – e os recursos – de parlamentar e de presidenciável. “Fizemos uma separação rígida para não misturas as coisas”, assegura o parlamentar.
A necessidade de conciliar a tarefa de senador com a de pré-candidato de um partido nanico exige preparo físico e uma boa dose de paciência de Randolfe para frequentar os aeroportos brasileiros. Na semana passada, por exemplo, ele teve de acordar às 5h a fim de deixar o Rio de Janeiro e chegar a tempo em Brasília para o depoimento da presidente da Petrobrás, Graça Foster, no Senado.
A fim de reduzir gastos com deslocamento durante o período oficial de campanha, o PSOL também optou por instalar o comitê central e o estúdio dos programas partidários em Brasília, onde Randolfe precisará estar para comparecer ao Congresso. Até agora, ele visitou cinco capitais e o plano é viajar a mais quatro nos próximos meses.
Questionado sobre o abismo que separa sua pré-campanha da estrutura dos adversários – Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) viajam de jatinho e já contam com uma retaguarda de assessores, enquanto Dilma Rousseff (PT) leva vantagem por estar no cargo de presidente – Randolfe aproveita e parte para o ataque: “A pré-campanha precisa ser regulamentada e transparente. De onde vêm os recursos dos pré-candidatos?”.