Presidentes de Equador e Colômbia encerram crise diplomática

A cúpula do Grupo do Rio de países latino-americanos encerrou seus debates na tarde desta sexta (7) em Santo Domingo com a declaração do fim da crise diplomática entre Colômbia e Equador, detonada por uma incursão militar colombiana em território equatoriano no último dia 1º. Os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Colômbia, Alvaro Uribe, selaram o fim do conflito com um aperto de mãos.
A “Declaração de Santo Domingo” foi firmada por cerca de vinte delegações de países latino-americanos após um árduo trabalho diplomático para contornar a troca de acusações entre os presidentes de Colômbia e Equador.

O documento inclui um compromisso colombiano de nunca mais repetir um ataque a outro país por questões de segurança, como ocorreu no sábado passado quando a Colômbia atacou um acampamento das Farc no Equador, o que provocou a grave crise.

“Com o compromisso de não agredir nunca mais um país irmão e o pedido de perdão, podemos dar por superado este gravíssimo incidente”, disse Correa dirigindo-se a Uribe, que se aproximou para cumprimentá-lo durante a sessão plenária da Cúpula do Grupo do Rio realizada na capital dominicana.

A reunião discutiu principalmente a crise regional desencadeada pelo ataque militar colombiano contra uma base das Farc no Equador, a dois quilômetros da fronteira, que deixou mais de vinte mortos, entre eles o número dois do grupo guerrilheiro, Raúl Reyes.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que os acordos alcançados nesta sexta permitem a retomada das relações de seu país com o governo colombiano. A Nicarágua havia anunciado na quinta-feira o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia.

Clima tenso
Antes, durante as discussões, Correa e Uribe haviam protagonizado um tenso debate e trocado acusações. Durante os debates, Uribe assegurou que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) financiaram a campanha eleitoral que levou Correa à presidência do Equador.

O colombiano sustentou suas afirmações ao ler trechos de várias cartas entre o líder das Farc, “Manuel Marulanda”, e o “número dois” desta organização, “Raúl Reyes”, que morreu no dia 1º de março na operação militar da Colômbia em território equatoriano.

Os textos lidos por Uribe, procedentes dos computadores de Reyes recuperados durante a operação, podem evidenciar, segundo o colombiano, o apoio político e financeiro da guerrilha a Correa em diferentes mensagens nos quais se fala dos resultados do primeiro turno das eleições e da estratégia para a segunda.

Por sua vez, Rafael Correa rejeitou com veemência as acusações de Uribe. “Estas mãos não estão manchadas de sangue”, disse.

O único ausente da cúpula foi o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi ao Rio de Janeiro lançar as obras do PAC nas favelas cariocas.

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