Flávio Dino e os golpistas do seu governo
O governador do Maranhão acompanhado do presidente do PDT, Carlos Lupi, e de Ciro Gomes voltou a falar que o processo de impeachment é uma tentativa de golpe no domingo (6). Com a constituição na mão e anunciando uma nova versão da Rede da Legalidade, Flávio Dino disse: “Nós não podemos nos calar, aceitar passivamente uma virada de mesa antidemocrática”.
A questão é que Flávio Dino parece esquecer que está cercado de golpistas em seu governo ou até mesmo que mantém uma aliança com os partidos que defendem o impeachment. No primeiro escalão da administração estadual tem pelo menos três membros que são de legendas apoiadoras do processo de cassação da presidente Dilma.
O segundo homem do governo estadual, o vice-governador é do PSDB. O Carlos Brandão foi escolhido para compor uma aliança e a administração estadual a partir de uma decisão de Flávio Dino. Deve-se ressaltar que os próprios comunistas afirmavam ser essencial os tucanos na composição de chapa para garantir a vitória.
Mesmo que queira justificar que a composição do PSDB tenha sido necessária para derrotar a família Sarney em 2014, Flávio Dino não deve esquecer que foi por livre e espontânea vontade ou até mesmo estratégia política para manter governabilidade e favorecer aliados que colocou nos cargos de secretários: Neto Evangelista do PSDB (Desenvolvimento Social) e Simplício Araújo do SDD (Indústria e Comércio).
Ainda existe o secretário Rodrigo Lago que desenvolve trabalho no Controle e Transparência, que aparentemente é bem alinhado com Flávio Dino no plano das idéias, mas que também é filiado em um partido golpista. O advogado é membro do Solidariedade desde 2013.
Fora isso, ainda existe a figura do líder do governo na Assembleia Legislativa do Maranhão, Rogério Cafeteira, que apesar de não ter opinião alguma sobre quase tudo, também é registrado em um partido golpista, o PSC. A legenda socialista cristã é um dos principais aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e também faz parte do grupo que faz oposição radical a presidente Dilma, assim como o Solidariedade.
Os aliados golpistas do governador ficam calados sobre o processo do impeachment, tudo para manter seus cargos e suas benesses no governo. O único que já teve coragem de se manifestar abertamente a favor da cassação da presidente Dilma foi o secretário Simplício Araújo, mas hoje em dia está calado com intuito de manter o prêmio de consolação que recebeu, após a fidelidade demonstrada durante a campanha eleitoral de 2014.
Uma reflexão deve ser proposta: Flávio Dino vai manter os “golpistas” em seu governo? E os “golpistas”, como vão conviver com Flávio Dino?