Casa do Maranhão vai virar unidade do hotel Vila Galé em São Luís

Está nas mãos do governador Carlos Brandão (PSB), garantir que o Centro Histórico ganhe um grande investimento privado. O grupo Vila Galé aguarda a liberação do Governo do imóvel da Casa do Maranhão para transformar o local em um moderno e aconchegante hotel.

O grupo Vila Galé vem negociando a quase dois anos, a instalação de uma rede hoteleira na capital maranhense. No total seriam três unidades, a primeira já em estágio avançado de liberação e agora a segunda entrou na fase burocrática.

As unidades do Vila Galé vão funcionar na antiga sede da Defensoria Pública do Maranhão na Rua do Comércio no Centro Histórico e na Casa do Maranhão em frente a rampa Campos Melo no antigo Cais da Sagração. A terceira unidade ainda não teve seu endereço revelado.

A Casa do Maranhão que foi inaugurada em 2002, abriga um museu sobre lendas, azulejos, embarcações, danças, gastronomia e festas religiosas, assim como uma unidade da Cresol.

O prédio que abriga a Casa do Maranhão e futuramente o hotel Vila Galé foi construído em 1873 para abrigar a Alfândega de São Luís.

A ideia é instalar 40 apartamentos no prédio que hoje abriga a Casa do Maranhão e é considerado obsoleto. O investimento traria desenvolvimento econômico para uma região do Centro Histórico que “pede” socorro.

Na outra unidade do Vila Galé em São Luís a ideia é instalar 70 apartamentos no prédio da antiga DPE. Os dois investimentos superariam mais de R$100 milhões.

Vale destacar que em São Luís, só outras três grandes redes hoteleiras estão presentes: o Luzeiros também de um grupo português, o Blue Tree de origem brasileira e o Ibis da francesa Accor.

Na semana passada, o grupo Vila Galé assinou o termo de compromisso de investimento de R$200 milhões em um segundo resort em Maceió, Alagoas.

No Brasil já estão em andamento outras duas obras, um resort em Cumbuco no Ceará e o Vila Galé Collection Ouro Preto, em Cachoeira do Campo, Minas Gerais, que deverá ser inaugurado em maio de 2025. O empreendimento será um grande resort de campo, recuperando o espaço histórico onde funcionou o primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil (em 1775) e, posteriormente, o Colégio Salesiano Dom Bosco.

Os próximos empreendimentos do grupo devem ser anunciados para São Luís, Belém e Inhotim (Brumadinho).

O Vila Galé possui dez unidades no Brasil em sete estados: 2 no Ceará, 2 no Rio de Janeiro, 2 na Bahia, 1 em São Paulo, 1 no Rio Grande do Norte, 1 em Pernambuco e 1 em Alagoas.

Originário de Portugal, o grupo possui mais de 20 hotéis em terras portuguesas, assim como unidades na Espanha e em Cuba.

20 thoughts on “Casa do Maranhão vai virar unidade do hotel Vila Galé em São Luís

  1. A notícia da transformação da Casa do Maranhão em uma unidade do hotel Vila Galé destaca um dilema crucial que requer uma ponderação cuidadosa. Esta mudança de destino para um importante patrimônio histórico não só traz a possibilidade de comemoração, mas também de lamento, especialmente considerando a perda iminente do apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Vale, que estavam prestes a financiar a restauração da Casa do Maranhão, localizada no Centro Histórico de São Luís.

    Este investimento, já em fase contratual e totalizando mais de R$ 7 milhões, tinha como objetivo transformar parte do imóvel no “Museu do Bumba meu Boi”, visando não apenas gerar renda para a população local, mas também implementar iniciativas de educação e integração regional para impulsionar a atratividade turística em São Luís. Vale ressaltar que esse projeto havia sido selecionado no Edital 2021 da Iniciativa Resgatando a História.

    Frente a este cenário, é inevitável uma reflexão mais profunda: “um povo que não valoriza a própria cultura perde a voz e a identidade”. Preservar e promover a rica herança cultural de uma região é fundamental não apenas para manter viva sua história e tradições, mas também para fortalecer a identidade e o senso de pertencimento da comunidade.

    Diante disso, é fundamental buscar alternativas e mobilizar esforços para garantir que iniciativas tão significativas como esta não se percam no caminho. É crucial encontrar maneiras de conciliar a preservação do patrimônio cultural com o desenvolvimento econômico da região. Em vez de optar por transformar espaços culturais em hotéis, é essencial investir na valorização da cultura como um atrativo turístico por si só. Afinal, as pessoas não são instigadas a conhecer um local pelos hotéis, mas sim pela sua história, cultura e paisagens únicas.

    1. Pessoal é muito simples. O Mudeu Bumba Meu Boi pode ir para outro prédio. E o acervo da Casa Maranhão também pode ir para outro prédio. Simples! Não tem o que discutir. Agora continuar nesse marasmo que é o nosso Centro Histórico e perder essa oportunidade de trazer uma grande rede hoteleira é que não pode. Tudo tem solução. Existem vários prédios abandonados no Centro Histórico, onde podem ir esses acervos. Nada vai se perder não. Deixem de ser dramáticos. É a crítica pela crítica, não tem nada de construtivo nesses comentários.

      1. Concordo plenamente com vc , disse tudo em poucas palvaras . no mesmo objetivo de preservar a cultura, o governo deveria resgatar o Bonde , e escolher o itenerário que possa atender a população local e os turistas entre Praça deodoro e João Lisboa, Dom pedro segundo

  2. Concordo. Rodrigo Ribeiro. Conciliar Patrimônio Histórico com desenvolvimento econômico. História é vida. O que não tem história não tem passado. O que não tem passado não existiu. Que lamentável esse desrespeito à história de um povo.

  3. Tem que ser priorizado é a educação, saúde, infraestrutura, pois em um estado onde a população tem a renda mais baixa da união, onde o analfabetismo ainda é grande é isso que o governo tem que priorizar.
    Entregar prédios histórico para a iniciativa privada só é bom para quem está por trás do processo, pois depois de usarem deixam abandonados e o estado é que fica com a conta.
    A secretaria de cultura não pode deixar que acabem com o museu que funciona no prédio, assim como o IPHAM tem obrigação de cuidar do prédio pois é patrimônio histórico do estado.

    1. Mas investir em turismo é importante demais também, um bom governante investe em tudo o que vc falou e muito mais. O museu pode ser transferido, isso vai gerar a restauração de no mínimo mais uma edificação do centro histórico.

  4. Esse atual Governo é muito fraco. Tem muitas propaganda,e poucas benfeitorias. Por que não transformas os casarões históricos em museus da cultura local, e não faz obras importantes na cidade. Eu posso citar uma nova ponte sobre o Bacanga, para desafogar o trânsito na antiga ponte? Isso é preciso fazer. Pois o chamado eixo Itaqui-bacanga, é importantíssimo para a economia e desenvolvimento da cidade. Pois os principais Portos está localizados nessa região. Até mesmo a vale , Emape e outras empresas que operam na região, poderiam financiar essa importante obra. Isso sim, é também muito importante. Aliás, as últimas gestões não construíram uma obra de verdade. Basta vê a reforma da ponte do São Francisco.

  5. E um desrespeito com a cultura maranhense e com mais de 70 grupos de Economia Solidária que estão abrigados na casa do maranhao sustentando quase duas mil famílias,entre artesãos, agricultores familiares,extrativistas ,artistas de todos os segmentos e muito mais.

  6. Acho válido, para variar o povo é contra, o mesmo povo que nunca foi neste museu! O Museu pode ser transferido para outros locais do centro, o que ia garantir novas restaurações de edificações.

  7. Essa safra de “novos políticos “, está lamentavelmente distanciada do ar de historicidade que se respira em São Luis. Nessa perspectiva, o lucro (?) oferecido pelos investidores estrangeiros, pesa mais na balança do que os valores culturais cultivados pelos originais filhos da terra.

  8. É lamentável. O Maranhão está sem governo. Isso é revoltante. Um prédio deste era ser um grande museu. O dinheiro que eles gastam com esses cantores nacionais e internacionais é suficiente pra manter um local e fortalece o turismo da capital do estado. Infelizmente agente não pode fazer nada. Mas, a justiça de Deus no falha.

  9. Porque eles não constroem um Hotel em frente ao conventos das Mercês. Rapaz, isso é comparável a um crime contra cidade de São Luis e o seu turismo. Meu voto esses caras não ganham mesmo. Deixa as eleições chegar .

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