Maranhão é o terceiro do Nordeste em número de casos de HIV
Apesar das múltiplas alternativas de prevenção e tratamento, a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), continua a ser um desafio global de saúde pública. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos desenvolveram complicações relacionadas à doença em todo o país.
Em 2022, foram 16.703 novos diagnósticos positivos, sendo 826 só no Maranhão. É o terceiro maior número de registros no Nordeste, conforme o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA).
De acordo com a infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Mônica Gama, dentre os fatores que influenciam a considerável incidência da condição entre os jovens, destacam-se as relações sexuais de qualquer natureza sem preservativos, associadas ou não ao uso de algumas drogas.
Sintomas leves, como febre e mal-estar, podem acontecer logo após o contato com o vírus, que passa, muitas vezes, despercebido em estágios iniciais. O indivíduo infectado pode passar anos assintomático. Por isso, além de adotar condutas preventivas, é importante realizar o teste de forma periódica. O não controle da infecção leva à progressiva destruição das células de defesa, deixando o organismo mais vulnerável a infecções oportunistas.
“Nessa fase, também são marcantes o progressivo emagrecimento e a fraqueza, além do aparecimento de gânglios, do crescimento do baço e do fígado”, complementa a infectologista.
Mônica alerta, ainda, para os modos de transmissão. “O contágio pode ocorrer via sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. O fluido corporal de uma pessoa infectada tem que penetrar no organismo de outra e isso se dá por meio da relação sexual desprotegida, do compartilhamento de seringas, de acidentes com agulhas ou objetos cortantes infectados e da transfusão de sangue contaminado. Também pode ocorrer por meio da transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação, no trabalho de parto ou durante a amamentação”, destaca.
PREVENÇÃO
As principais medidas de prevenção são o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização única de seringas e agulhas descartáveis, sem compartilhamentos; além do uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais. Mães infectadas pelo vírus devem usar antirretrovirais durante a gestação e não devem amamentar seus filhos.
“Os medicamentos antirretrovirais impedem a multiplicação do HIV no organismo. Atualmente, há mais de 20 medicamentos que, combinados, têm garantido qualidade de vida com excelente prognóstico às pessoas vivendo com HIV. Ainda assim, a prevenção continua a ser extremamente importante”, acrescenta a médica.
A busca por uma rede de apoio e por um acompanhamento multidisciplinar são fundamentais para uma qualidade de vida adequada, pautada pelo combate ao preconceito e a eventuais estigmas.