Entenda os motivos que levaram ao estremecimento da relação entre Brandão e Dino

Nos últimos meses, os maranhenses que acompanham o noticiário político estão lendo uma série de especulações sobre um possível racha entre o governador do Maranhão e o Ministro da Justiça. Alguns tentam “incendiar” o assunto e outros agem como “bombeiros” com intuito de evitar uma crise política. Mas é fato que Carlos Brandão (PSB) e Flávio Dino (PSB), não vivem os seus melhores momentos e o site www.diegoemir.com traz os motivos que estão desgastando a relação entre os dois.

Antes de mais nada é necessário lembrar, que o desenrolar dessa história pode ser muito semelhante ao que aconteceu entre Zé Reinaldo e Roseana Sarney em 2004, que romperam após um ano e dez meses depois da vitória nas urnas da dupla, o primeiro para governador e a segunda para senadora.

Mas agora em 2023, os fatos que afastam Brandão e Dino começaram a se desenrolar em 2022, quando Flávio ficou chateado com uma possível intromissão do governador na eleição do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Carlos Brandão não confiava em Othelino Neto para comandar por mais dois anos o parlamento estadual, afinal ficaram mágoas do passado, quando o então deputado estadual vetava a participação de colegas de parlamento de almoços e eventos do então vice-governador que se articulava para disputar o Palácio dos Leões, fora o fato do ex-presidente da Assembleia ter defendido até março de 2022, a pré-candidatura de Weverton.

Outro fato que deve ser lembrado é o deboche de Othelino Neto ainda em 2020, quando junto com Weverton Rocha criaram o “DESERTE-SE”, na disputa do 2º turno de São Luís entre Eduardo Braide e Duarte Júnior. Veladamente Othelino e Weverton apoiaram o atual prefeito, mas preferiram ir para Barreirinhas e por lá afirmavam: “vice, só conversa”.

Mas mesmo com esse fato, Othelino apoiou Brandão a pedido de Flávio Dino que ainda garantiu a 1ª suplência do Senado a Ana Paula Lobato, esposa do ex-presidente da Assembleia Legislativa. E por conta dessa composição, o Ministro da Justiça, achava justo, um último mandato de presidente ao deputado estadual, mas Brandão decidiu que era hora de mudar e resolveu fazer história ao ajudar a eleger a primeira mulher presidente na história da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, a deputada estadual mais bem votada nas eleições estaduais.

Após esse fato, Flávio Dino decidiu se afastar de Carlos Brandão, mas a situação piorou quando na metade de janeiro de 2023, o governador recebeu no Palácio dos Leões, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide. O gestor municipal é desafeito do Ministro da Justiça, desde o ano de 2016.

Para tentar amenizar o mal-estar, Brandão decidiu atender ao pedido de Flávio Dino e garantiu Felipe Camarão na Educação, Bira do Pindaré na Agricultura Familiar e Lene Rodrigues na Secretaria das Cidades. O governador ainda enfrentou um desgaste com Ana do Gás (PCdoB) e bancou a indicação do PCdoB de Rodrigo Lago como 1º vice-presidente na Assembleia Legislativa.

Ao fazer concessões ao Ministro da Justiça, Carlos Brandão imaginou que a relação iria melhorar. No entanto, nada mudou, só piorou. Flávio Dino sem falar nada, dá demonstrações que não é mais tão próximo do chefe do Palácio dos Leões. No carnaval, ele passou longe do camarote e do ponto da Avenida Beira Mar em que estivesse o governador. Não participou da posse dos secretários em Imperatriz e no encontro da Famem, não prestigiou Brandão e nem recebeu a presença do seu ex-vice.

Apesar de ruim a relação entre Brandão e Dino, existem alguns que apostam que isso pode ser remediável e voltar a melhorar tanto que vários são os políticos que estão atuando como “bombeiros” tentando impedir um rompimento público.

Os deputados federais Duarte Júnior e Márcio Jerry, os estaduais Carlos Lula, Júlio César e Rodrigo Lago, e o vice-governador Felipe Camarão são os principais atores nessa tentativa de apaziguamento. Enquanto que o deputado estadual Othelino Neto funciona como o mais interessado em um rompimento, afinal não esconde seu rancor de Carlos Brandão ao não ter agradecido pela indicação e nem sequer ter participado da cerimônia de posse em Imperatriz, enquanto secretário de Representação Política em Brasília.

Para fechar o estremecimento de Flávio e Brandão, ele pode ser acelerado ou retardado a depender de quem será o secretário de Segurança Pública. O nome ideal para acabar com a discussão seria manter o atual titular Sílvio Leite, mas o martelo ainda não foi batido.

Em tempo é necessário lembrar a Flávio, que ele entenda que não é mais governador, assim como Carlos Brandão no tempo que foi vice, não teve nomes indicados para compor o secretariado de Dino, portanto o mesmo respeito que o novo governador teve, o ministro da Justiça deveria ter com o atual mandatário do Palácio dos Leões.