Campanha de Cricielle 13.123 reanima a política e legitima projeto de mandato popular em São Luís
Em um cenário em que a violação de direitos de negros cresce 17%, com o governo escondendo dados sobre violência policial, e em que uma mulher está sendo morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil, a campanha a vereadora de Cricielle 13.123 se mostrou corajosa, aguerrida e, antes de tudo, identificada com os anseios da população de São Luís, em especial em suas áreas periféricas e mais vulneráveis.
“A nossa campanha voltou a conectar as pessoas com a política e, independente do resultado, isso é algo que vai se estender para além dos 45 dias de campanha, com certeza. A transformação social deve começar a partir da mobilização da periferia, da juventude, das mulheres e dos mais vulneráveis. A periferia é vista como minoria, mas ela precisa ocupar os espaços de tomada de decisão. Minoria como grupos sociais historicamente excluídos do processo de garantia dos direitos básicos por questões étnicas, de origem, por questões financeiras e por questões de gênero e sexualidade. Mas nunca minoria numérica”, avalia Cricielle.
A verdade é que a candidatura se espalhou e tomou conta da cidade. “Pessoas de diferentes bairros que encontrei, antes de me apresentar já me falavam: te olhei na tv, já te sigo nas redes sociais, vou votar em ti. E muitas dessas pessoas passaram a fazer parte da nossa equipe, são pessoas de diversas áreas profissionais, como advogadas (os), médicas (os), artistas visuais, nutricionistas, designers, fotógrafas (os), administradoras (os), jornalistas, antropólogas (os), que independente de suas formações, se tornaram militantes que compartilham da mesma coragem de transformar São Luís”, diz a candidata.
Esse movimento vem ao encontro do entendimento de que a proposta de mandato popular da candidatura de Cricielle 13.123 só poderia ser construída com o apoio significativo de pessoas de diversos meios sociais, gêneros, classes e ramos profissionais, o que legitima ainda mais o projeto legislativo.
A advogada Aline Aguiar conta como se engajou na campanha. “Conheci a Cricielle pelas redes sociais e gostei muito da forma com que ela se expressava, temos muitos pensamentos e coisas em comum. Só depois descobri que ela estava como candidata a vereadora, aí fui procurar as propostas, as ideias e isso realmente me deixou muito feliz e me fez entrar pro time. Nós estamos em busca de uma representante nossa, alguém que vai trazer frutos pra todas as mulheres e que seja do povo, negra e da periferia. Por isso eu acredito e confio na Cricielle”.
A campanha chega ao final, fechando um ciclo que se caracteriza como um projeto participativo e popular, pois encoraja a voz da periferia a ecoar pela cidade, e traz mais alegria e esperança a todos que têm apostado no discurso de uma mulher negra e progressista, disposta a assumir seu lugar de direito nos lugares de decisão, nas esferas do poder.
A professora e educadora social Camila Salazar fala dessa ocupação de espaços que precisa acontecer. “Conheci a Cricielle nos movimentos sociais de mulheres. O discurso motivador, empoderador que potencializa a voz da mulher negra foi o que me chamou a atenção. A população negra precisa estar em todos os espaços de decisão, rompendo os silenciamentos e as barreiras institucionais”, afirma.
Quem é Cricielle – Jovem, negra, da periferia, evangélica, bacharel em Direito e oriunda dos movimentos sociais, a candidata a vereadora Cricielle 13.123 (PT) foi, sem dúvida, a maior novidade da campanha de 2020. Moradora do São Francisco/ Ilhinha, filha de mãe trabalhadora doméstica e pai pedreiro, foi criada junto com seis irmãos. Estudou em escola pública, até chegar ao curso superior em Direito, onde formou-se.
O nome de Cricielle foi indicado como candidata a vereadora de São Luís pelo Partido dos Trabalhadores (as) por militantes petistas, estudantes, intelectuais, profissionais liberais, sindicalistas, mulheres, negros/as da cultura e o conjunto de movimentos sociais. Crici foi a primeira jovem mulher negra maranhense a integrar a cúpula nacional do PT, compondo a executiva nacional via eleições diretas do partido, conhecidas como Processo de Eleições Diretas – PED, pela sua história de luta e militância na construção dos projetos da agremiação.
Com experiência nos movimentos sociais, Cricielle 13.123 foi coordenadora estadual do Serviço Travessia; coordenadora estadual dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável; Chefe de Gabinete na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social; Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Assuntos Institucionais e ex- Conselheira Municipal de Juventude.