Uma percepção do desempenho dos candidatos a prefeito de São Luís no debate da BAND

Muito se fala que a disputa eleitoral em São Luís será o mais qualificado no debate, pois os nomes que pleiteiam a função de prefeito possuem experiência e uma boa formação acadêmica. No entanto, o primeiro encontro dos 11 candidatos mostrou que não é bem isso e que a expectativa criada por um debate de propostas, causou uma grande frustração.

Uma avaliação se faz necessária do debate que evidenciou a insegurança e o nervosismo de alguns candidatos, assim como mostrou a segurança e o preparo de outros.

Bira do Pindaré – Uma das maiores decepções do debate. Após lutar muito para ser candidato a prefeito de São Luís, depois de ter sido barrado em 2008, 2012 e 2016, o candidato do PSB pouco apresentou e ainda perdeu a oportunidade por ganhar destaque no enfrentamento direto com Eduardo Braide. Pelo contrário ainda foi confrontado por Franklin Douglas ao lembrar que o socialistas fugiu do debate sobre o Cajueiro, Caema e Cultura de São Luís.

Carlos Madeira – Muito nervoso no inicio do debate, não demonstrou segurança e não passou uma boa impressão na sua primeira oportunidade de embate político. Subiu o tom no terceiro e quarto bloco ao lembrar que não é herdeiro político, tanto que mandou um duro recado: “não sou filho, não sou neto, não sou júnior, não sou sobrinho”.  Pode apresentar muito mais nos próximos debates, mas perdeu uma excelente oportunidade no primeiro encontro.

Duarte Júnior – Seguro, mostrou confiança no primeiro e segundo bloco, assim como nas considerações finais. Teve duas oportunidades de enfrentamento com Neto Evangelista, que poderia ter sido melhor aproveitada, mas aproveitou para mandar o seu recado a aqueles que representam a continuidade de herdeiros na política, acostumados com os benefícios em excesso da vida pública. Focou muito na sua gestão a frente do Viva/Procon, o que leva a irritação de algumas pessoas que pretendem escutar propostas para São Luís.

Eduardo Braide – Entrou no debate para evitar confrontos desnecessários, apresentou propostas como a construção de três terminais de integração, o fim da validade dos créditos para uso do transporte público, criação da Secretaria das Pessoas com necessidade de acessibilidade, assim como a subprefeitura da zona rural. Da forma que foi o debate, o favorece.

Franklin Douglas – O melhor no debate. Não fugiu de nenhum tema e expôs os candidatos que tem alinhamento com Flávio Dino, assim como Bolsonaro. Foi o único a abordar temas sensíveis como Cajueiro, Caema, entre outros. Cobrou a construção de 25 creches, maternidade da Cidade Operária… Demonstrou que não fugirá do debate de qualquer tema. Pode ter dificuldades de crescer ao longo da campanha, pois precisaria superar a preferência de outros candidatos da esquerda como Rubens Júnior e Bira do Pindaré.

Hertz Dias – Ao melhor estilo de inconformado com tudo que está acontecendo, o candidato do PSTU aproveitou a sua oportunidade no debate, uma vez que deve ficar de fora dos encontros da Tv Difusora, para contrapor ideias dos candidatos alinhados a Flávio Dino, assim como Eduardo Braide e Silvio Antônio. Mandou o papo reto…

Jeisael Marx – Outro que gerou muita expectativa antes do debate, mas iniciar o programa oferecendo cargo de secretário de Saúde a Yglesio Moises, adversário na disputa, já trouxe uma desconfiança quanto a sua participação nessa eleição. Nas considerações finais, voltou a mostrar um candidato aguerrido e endureceu o discurso. Terá novas oportunidades, mas não demonstra ter muito interesse de sair vitorioso na disputa.

Neto Evangelista – Ficou claro que não foi motivado para fazer enfrentamento com o seu principal adversário, Duarte Júnior, afinal quando obteve duas oportunidades para debater com ex-presidente do Viva/Procon, acabou demonstrando certa insegurança. O candidato do Democratas ficou bem aquém do esperando por alguém que se diz preparado e com um programa de governo baseado no modelo de Salvador de ACM Neto.

Rubens Júnior – Com um discurso repetitivo de ser representante de Lula e Flávio Dino, o candidato comunista teria muito mais a aproveitar, mas adotou um discurso montado por sua equipe de marketing, que pouco acrescentou. Nas considerações finais subiu o tom ao lembrar que existe candidato com o apoio de Roseana Sarney. Foi enquadrado por Silvio Antônio e Franklin Douglas e chegou até ficar na defensiva contra esses dois candidatos.

Silvio Antônio – Deixou claro que é o único candidato que representa o legado de Bolsonaro e um legítimo representante da direita. Decidiu ir para o enfrentamento com Rubens Júnior, confrontando o defensor do legado de Lula. Exaltou Roseana Sarney por suas obras em São Luís, assim como fez duras críticas a gestão Edivaldo Holanda Júnior.

Yglesio Moisés – Apresentou informações técnicas e demonstrou interesse em um debate propositivo. Talvez não tenha estado tão concentrado durante o debate, mas recebeu uma boa aceitação do público nas redes sociais. Pode fazer a diferença nos próximos debates e até surpreender no resultado final da eleição.