Residentes do HU-UFMA fazem imersão cultural no Centro Histórico

Na quarta-feira, 04, o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu uma imersão cultural no Centro Histórico de São Luís para os residentes da Residência Multiprofissional em Saúde, turma 2018/2020. A atividade foi uma extensão da disciplina “Comunicação e Relacionamento Interpessoal na Saúde”, ministrada pelo chefe da Unidade de Comunicação do HU-UFMA, Fernando Oliveira.

Os participantes conheceram o acervo do Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho e da Casa do Tambor de Crioula, equipamentos da Secretaria de Estado da Cultura, e tiveram a oportunidade de saber um pouco mais sobre a história de manifestações culturais e festas populares tradicionais do Maranhão. Participaram profissionais de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.

Patrícia Gouveia, monitora da visita no Centro de Cultura Popular, descreve o conteúdo apresentado nas exposições. “No primeiro piso, temos as religiões afro-maranhenses, popularmente chamadas de mina ou tambor de mina desenvolvidas em terreiros. Há algumas derivações nessa religião, como o terecô, realizado em Codó – uma das cidades que mais possuem terreiros no Brasil; cura ou pajelança – que pode ser desenvolvida como uma religião ou apenas como um ritual dentro dos terreiros. No segundo piso, temos as manifestações culturais baseadas nas festas religiosas, no carnaval, no ciclo natalino, o tambor de crioula, festa do Divino Espirito Santo, bumba-meu-boi e pagamento de promessa”.

O jornalista Fernando Oliveira explicou a proposta de proporcionar aos residentes um momento bastante diferente da rotina enfrentada no desempenho de suas atividades no ambiente hospitalar. “O conhecimento sobre a cultura popular maranhense deve estar ao alcance de todos, não importa a profissão que você exerça. É nossa identidade, patrimônio do qual devemos nos orgulhar. Em uma turma com mais de 50 pessoas, nenhuma sequer conhecia o Centro de Cultura, uma casa com 35 anos de existência, que reúne um acervo riquíssimo sobre as manifestações populares do Maranhão. É também uma oportunidade para quem não é do estado conhecer um pouco mais sobre essa tradição”.

Na Casa do Tambor de Crioula, o diretor Neto de Azile, presidente do Conselho Estadual de Cultura, falou aos residentes sobre o espaço. “É um equipamento público, gratuito, democrático, parte de um conjunto de medidas de preservação do bem cultural, registrado como Patrimônio Cultural do Brasil em 18 de junho de 2007, no Livro das Formas de Expressão. A Casa foi adaptada para ser um lugar onde os saberes do Tambor de Crioula possam ser reproduzidos e transmitidos”. Ao final da visita foi exibido um documentário produzido quando do registro do bem como patrimônio imaterial. “Na oportunidade, podemos ver mais de perto como é a rotina de quem tem nas veias os sons e os genes dos tambores”, acrescentou Azile.

Paula Beatriz Costa, fisioterapeuta, residente em Saúde da Criança, conta como foi a experiência. “Eu estou há quase dois anos aqui e sempre me surpreendo com a cultura que é tão forte na região, e o quanto eles lutam para manter a cultura viva. Então, não tem como você pisar nesse chão e não conhecer a imensidade dessa riqueza. Sou de Teresina, mas tenho bastante orgulho e respeito por todos daqui e por aqueles que lutam para dar continuidade a essa história”.

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