Agroextrativistas de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues discutem alternativas de proteção do babaçu

O desenvolvimento de alternativas de proteção dos babaçuais por meio de boas práticas de manejo sustentável esteve na pauta de discussão da 56ª Assembleia Geral Ordinária da Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lado do Junco e Lago dos Rodrigues (COPPALJ). O encontro foi realizado nos dias 25 e 26, na comunidade de Ludovico, no município de Lago do Junco/MA, a 300 quilômetros de São Luís, reunindo mais de 100 pessoas, entre quebradeiras de coco babaçu e suas famílias, parceiros e equipe técnica da ASSEMA.

A COPPLAJ é hoje a única cooperativa nacional responsável pela produção de óleo orgânico certificado pela IBD e de torta de babaçu comercializados nos mercados nacional e internacional. Em 2018 bateu recorde de produção de óleo de babaçu alcançando volume de 221.000 kg, contra 197.400 kg produzidos em 2017. Ao todo foram processadas mais de 500 toneladas de amêndoas.

O óleo é produzido a partir da amêndoa fornecida pelas quebradeiras de coco babaçu da região do Médio Mearim. As amêndoas são comercializadas pelas quebradeiras de coco nas cantinas comunitárias da COPPALJ que efetua o pagamento em dinheiro ou em produtos, variando da cesta básica, ferramentas de trabalho aos mais variados produtos de higiene e beleza.

Este ano, a cooperativa passa a contar com um laboratório para análises do óleo em sua própria unidade. “Vamos poder fazer aqui mesmo as nossas análises do óleo produzido. O laboratório é fruto de um projeto da Associação em Áreas de Assentamentos no Estado do Maranhão (ASSEMA) financiado pelo Fundo Amazônia, parcerias que só vem a fortalecer cada vez mais o trabalho que iniciamos há décadas aqui na COPPALJ”, explica o gerente de produção da fábrica, Gilsimar Ermino

A COPPALJ tem incentivado seus associados (as) a desenvolver práticas produtivas mais compatíveis com a conservação do babaçu, como sistemas agroflorestais (SAF´s), pomar de frutas, criação de animais consorciando pastagem com babaçu e proteção das áreas de preservação permanentes (APP´s). Para a cooperativa todas essas alternativas devem ser praticadas respeitando a sucessão natural da palmeira de babaçu para garanti a reprodução dos meios de vida das comunidades tradicionais do babaçu.

O preço médio do quilo de babaçu adquirido pela COPPALJ foi de kg/R$ 2,95 (dois reais e noventa e cinco centavos; sendo que o preço médio da região pago pelos concorrentes da Cooperativa foi de R$/Kg 2,50. Após um ano de comercialização direta com cerca de 978 famílias em oito cantinas, a cooperativa obteve uma sobra financeira que será rateada entre seus cooperados(as), o equivalente à R$ 86.615,00 (oitenta e seis mil seiscentos e quinze reais).

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