Justiceiros espancam por engano homem que foi confundido com bandido em São Luís

A cultura do “bandido bom é bandido morto” traz consequências terríveis para nossa sociedade. São revoltantes as cenas de um homem sendo imobilizado e apanhando de forma covarde por ter sido confundido com assaltantes no bairro da Forquilha, em São Luís, na segunda-feira (5). É repugnante a postura de quem se entende como justiceiro ao agredir de forma cruel, sem nenhuma averiguação, alguém que simplesmente “pareceu” ser assaltante.

Um homem que teve sua identificação preservada, após tamanha humilhação pública, foi confundido com um que assaltou uma mulher no bairro da Forquilha. Ao gritarem “assalto, pega ladrão”, um rapaz que transitava pelo local decidiu correr para se proteger, afinal ficou também assustado, porém sem ao menos ninguém perguntar ao individuo o que estava acontecendo.

Logo foi iniciada uma série de agressões. O homem imobilizado parecendo um animal chegou a receber contra sua cabeça uma violenta agressão com um capacete. Ainda levou tapas e chutes. Uma pedra chegou a ser levantada para atirar contra o “suspeito bandido”.  Mas graças ao bom senso de algumas pessoas presentes, não houve essa agressão que poderia ser fatal.

Outros justiceiros gritavam: “mata, mata, toca fogo, não tem pena de bandido”. De forma injusta um homem perderia sua vida, apenas pela suposição de alguns que estão dispostos a fazer Justiça com as próprias mãos. Por sorte, a Polícia chegou e encaminhou o “suposto bandido” para delegacia onde foi ouvido e feita a devida investigação que comprovou a sua inocência.

Aliviado, o homem foi liberado para ir a um hospital fazer um curativo nas feridas causas pelos justiceiros de plantão.

Os “animais” que praticaram o delito podem até argumentar que a culpa é do Estado. Afinal, a Força Policial e a Justiça pois em muitos casos parecem inativos e não combatem a criminalidade.

Que os justiceiros da Forquilha formulem pelo menos um pedido de desculpas ao homem agredido covardemente, ainda que em suas consciências. E peçam a Deus que nunca, mas nunca sejam confundidos de tal forma para não passar por situação semelhante e ter um desfecho pior, ou seja, fatal.

 

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