Pela lógica de Flávio Dino, ele já manda no Maranhão há 11 anos
O governador Flávio Dino (PCdoB) interrompeu seu descanso ao lado de familiares (oficialmente está de férias) para postar nas redes sociais, neste sábado (06), uma informação que até os dias de hoje a população maranhense e os historiadores desconheciam: José Sarney manda no Maranhão desde o Vitorinismo, ou seja, desde 1956, mesmo havendo o registro histórico de que deste ano até sua posse, em 1966, passaram pelo Palácio dos Leões quatro governadores – Alderico Machado (de janeiro a março de 1956), Eurico Ribeiro (março de 1956 a julho de 1957), José de Matos Carvalho (julho de 1957 a janeiro de 1961) e Newton Belo (janeiro de 1961 a janeiro de 1966) – , todos eles ligados ao grupo político do ex-senador Victorino Freire, que mandou na política local por mais de trinta anos e de quem José Sarney era o maior adversário.
Certamente não foi por desconhecimento da História, letrado que é, professor universitário licenciado, ex-juiz federal, ex-deputado, membro da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (AMLJ) etc, porém, movido por outra intenção, Flávio Dino, ao responder a uma estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que os índices de pobreza no Maranhão se acentuaram de 2015, ano em que foi empossado no cargo de governador, para cá, jogou um petardo verbal contra o ex-senador José Sarney porque essa estatística vem sendo exaustivamente explorada pelos seus veículos de comunicação.
Para isentar-se de qualquer responsabilidade pela evolução da miséria no Maranhão nestes três últimos anos, o governador lança toda responsabilidade no adversário. “Há 62 anos no poder, o senador Sarney descobriu agora que há pobreza no Maranhão. Foi deputado, governador, presidente da República, presidente do Senado por 3 vezes. E agora ele cobra que eu resolva suas omissões em apenas três anos. Oposição irresponsável”, disse ele ao abrir seu rosário de críticas, mas o que chama atenção dos que não têm nada a ver com esse debate entre os dois é a cronologia usada pelo governador.