Natalino Salgado presta homenagem a profissionais da enfermagem e serviço social

Protagonistas de qualidade de vida

O mês de maio, além de ser dedicado às mães, traz em seu calendário festivo a homenagem a duas categorias de trabalhadores que reputo de fundamental importância para uma sociedade saudável e equilibrada. Trata-­se do profissional da Enfermagem ­ cuja data comemorativa ocorreu na última quinta­-feira, dia 12 ­ e a do profissional do Serviço Social, que é celebrado neste domingo, dia 15 de maio.

Presentes em todos os lugares e em todas as horas ­ numa espécie de onipotência humana ­ os profissionais da Enfermagem elegeram a arte de cuidar do próximo não apenas como meio de vida, mas também como sacerdócio. Agentes indispensáveis no processo de cura, são esses homens e mulheres os protagonistas por legar ao paciente uma vida digna, principalmente quando da convalescência de uma doença.

Este ano, o Conselho Federal de Enfermagem elegeu como tema de sua campanha o projeto de lei 2891, de 2015, que proíbe a formação não presencial para essa profissão. O projeto já recebeu parecer favorável da Comissão de Educação. Reivindicação pelas 30 horas de jornada de trabalho e por um lugar digno de descanso são alguns dos itens da (justa) lista da luta da categoria.

Quanto aos profissionais do Serviço Social, impossível prescindi­los num mundo globalizado e por consequência, cada vez mais plural e desafiante. Garantidores de direitos, auxiliares de resoluções de problemas em áreas díspares como ambientes de trabalhos e familiares, demandas de comunidades das mais diversas, são eles fundamentais ainda pelo planejamento, gestão e execução de políticas e projetos sociais.

No filme argentino Elefante Branco, que aborda os conflitos vividos por dois padres numa comunidade existente na periferia de Buenos Aires, um dos papeis de destaque é o da assistente social Luciana (vivida pela atriz Martina Gusman), uma profissional que atua na orientação de famílias que querem regularizar suas moradias. Engajada, dedicada, solícita, a assistente social cumpre muito mais que seu papel profissional exige, numa simbiose perfeita entre paixão e profissão.

Ao lançar foco nestas duas categorias de profissionais ­ aqueles que abraçaram a enfermagem e o serviço social como ofício ­ importante é destacar que eles agregam uma característica fundamental: a valorização do ser humano. Poucos são os trabalhos que permitem essa aproximação tão estreita, esse olhar arguto sobre a necessidade e vicissitudes humanas.

O sociólogo Zygmunt Bauman afirma que a liberdade de escolha é acompanhada de imensos e incontáveis riscos de fracassos. Trata­se de verdade inconteste. Mas ao lado do risco, tem­se a chance do acerto, da vitória, da conquista. Aqueles que escolheram trilhar a senda espinhosa da profissão de Enfermeiro e Assistente Social já devem ter se deparado inúmeras vezes ­ e às vezes num mesmo contexto ­ com as alegrias e tristezas de um episodio vivido por alguém alvo de sua atenção. “O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, ensina Zé Bebelo, mítico personagem de Guimarães Rosa.

E nessa frase reside meus votos a todos vocês, profissionais da Enfermagem e do Serviço Social: coragem para enfrentar a lida do dia a dia; para partir em buscas de novos desafios; de lutar pelo que é direito e justo; de recomeçar quando for necessário.

Natalino Salgado Filho – Médico nefrologista