Dirigente nacional diz que o PT está de “braços abertos” para retorno de Bira ao partido

romenioPTEscolhido pela direção nacional para cuidar especificamente e pessoalmente do Maranhão, o secretário-geral do PT esteve no Maranhão e concedeu entrevista exclusiva a este blog. Romênio Pereira falou do atual momento em que o país vive e não deixou de comentar o futuro do PT na eleição deste ano.

O dirigente nacional anunciou que o PT vai ser o partido que mais vai vencer eleições municipais. Questionado sobre a situação de São Luís, ele disse que está sendo conversado com o governador Flávio Dino, o melhor caminho a ser tomado e não descarta uma candidatura própria, inclusive do deputado estadual Bira do Pindaré.

Em tom de convite e desejo de retorno do parlamentar, Romênio diz: “a porta está aberta”. O dirigente ainda usa um trecho bíblico para incentivar a volta de Bira: “o bom filho a casa torna”. No entanto, ele lembra que o deputado estadual licenciado deve procurar as instâncias partidárias para consolidar esse ato.

Confira na íntegra a entrevista:

Blog Diego Emir – Em São Luís, como vai se comportar o PT na eleição municipal?

Romênio Pereira – Olha estive com o governador Flávio Dino e tanto na questão eleitoral como de governo, ele é um parceiro. Historicamente o nosso partido mais aliado e mais do que isso irmão é o PCdoB. O caminho inclusive que o PSB está tomando agora, sinalizando para oposição e para os golpistas nos estranha muito, pois dizem ser um partido socialista. Estive conversando com o presidente Monteiro e no Maranhão estamos muito unidos, eu acredito que o PT aqui vai buscar junto com o governador, lembrando que somos da base do prefeito, vamos achar uma forma de resolver a nossa questão em São Luís. É natural, até por conta do momento que estamos vivendo que o PT não abdique de lançar a candidatura própria. Não há nome colocado no momento, existem nomes ventilados. Então o PT discutindo com o governador e o prefeito pode discutir o seu papel na eleição. Nós não vamos permitir que ocorram alianças que escondam a presidente Dilma, o presidente Lula e muito menos o PT.

Blog Diego Emir – Diante do cenário que lhe foi apresentado em São Luís, o senhor já discutiu qual será o melhor caminho a ser seguido pelo PT?

Romênio Pereira – Não chegamos a detalhar. Afinal a direção nacional confia plenamente nas instâncias estaduais, Fernando e Monteiro. Temos certeza que o Monteiro vai conduzir bem a questão que envolve os 217 municípios maranhenses, vamos conversar sobre Timon, Imperatriz, Caxias… É um processo de construção. Em alguns momentos do PT nós convencemos homens e mulheres que era momento de colocar seus nomes para defender um projeto de uma história de defesa da democracia e esse momento está voltando agora.

Blog Diego Emir – Qual a importância do Maranhão para o PT?

Romênio Pereira – É um estado que até pela sua história política nacional tem uma relação forte com o país. No processo de redemocratização foi um maranhense que assumiu a presidência. Nós já tivemos um vice-governador aqui, hoje nós temos condições de filiar bons nomes para disputar a Prefeitura, não quero antecipar nomes, mas o Maranhão será muito importante para nós. A Secretaria Geral é o segundo cargo mais importante na hierarquia do PT e para você perceber a importância dada ao Maranhão, me destacaram para acompanhar o processo aqui.

Blog Diego Emir – Falando em novas filiações. É possível a volta de Bira do Pindaré ao PT?

Romênio Pereira – Primeiro: essa decisão deve ser dele. A decisão de sair do PT foi dele. Se ele desejar voltar ao PT, ele deve procurar as instâncias partidárias. O que eu posso te dizer é que o Bira é meu amigo. É uma pessoa progressista. Uma pessoa de respeitabilidade enorme junto a direção nacional. Usando a bíblia digo: o bom filho a casa torna. Se ele quiser voltar, ele será recebido com tapete vermelho e com os braços abertos, mas essa decisão depende dele. Se depender de mim, que não voto no Maranhão, receberemos ele com muito carinho.

Blog Diego Emir – E ele já lhe procurou?

Romênio Pereira – A mim não. Mas acredito que ele já estava conversando com outras instâncias partidárias.

Blog Diego Emir – O PT vive um momento muito turbulento. Em meio a toda essa crise, como o senhor avalia esse período em que o Brasil vive?

Romênio Pereira – É um momento de extrema dificuldade. Estamos vivendo esse momento pois o senador Áecio Neves ao perder uma eleição muito apertada, ele não aceita a derrota. Dessa forma setores golpistas tentam manter essa disputa. Não estou querendo dizer que o que fizemos está tudo certo, mas devemos reconhecer que existe uma instabilidade enorme que ninguém está seguro do que pode acontecer.

Blog Diego Emir – E como o PT pode superar essa crise?

Romênio Pereira – Estou há 30 anos no PT e já vivemos dificuldades enormes. Quando o presidente foi eleito, nós governarvamos 187 cidades, hoje são mais de 630.Quando vem a história do Mensalão, muitos disseram que o PT estava acabado. O FHC disse na época “acabou”. Pegamos uma senhora, uma companheira, que não era muito da militância e elegemos presidente. A Dilma nunca ganhou uma eleição para vereadora. Aí vem todo esse processo da Lava Jato e ganhamos de novo. O que eu sinto: engana-se quem pensa que o PT pode ter êxito nas eleições de 2016. Eu nunca vi o PT tão unificado como esse ano. Nós estamos buscando um grau de unidade em defesa da democracia e com apoio dos movimentos populares. Podemos surpreender ao final da eleição e a manchete estampar: o PT é o mais vitorioso nas eleições.

Blog Diego Emir – Existe uma perseguição contra o PT?

Romênio Pereira – Essa agressividade contra nós é enorme. Eu acho um absurdo, um senador que nunca pregou um prego em uma barra de sabão, apontar o dedo para nós. Nenhum partido político neste país pode apontar os dedos para nós. Em uma família que dois membros erram, você não pode punir o pai ou a mãe. Dessa forma acredito que o Monteiro junto com o Fernando, eles vão abrir o dialogo e conduzir o partido para o melhor caminho. Inclusive informo que estamos recebendo um grande número de filiados, inclusive de figuras públicas, pessoas de bem que nunca se filiaram a partido algum estão se filiando.

Blog Diego Emir – Ter colocado a Dilma para disputar a presidência foi um erro?

Romênio Pereira – Pelo contrário. O PT mais uma vez inovou na política. Desde que está instalado o regime democrático, nós somos o partido que mais governo o país. A cada 50 movimentos que o presidente Lula faz, ele acerta 49 e ele acertou ao escolher a presidente Dilma. Nós elegemos um operário, um sindicalista, que construiu a CUT e independente do momento que ele vive agora, nós construímos uma liderança de reconhecimento mundial. Com a eleição da Dilma, inovamos mais uma vez e pode ter certeza não vão achar nenhum ato de corrupção contra a Dilma.

Blog Diego Emir – E a relação com o PMDB ainda é possível manter?

Romênio Pereira – Eu acho que a relação entre PT e PMDB mantiveram um relacionamento de governabilidade. Nós fizemos muito gestos, exemplo de Minas Gerais. No próprio Maranhão, onde vários setores democráticos criticavam, nós bancamos. Então, esperamos que o PMDB não se junte com os setores golpistas para derrubar a presidente Dilma. Eu tenho vindo de vários estados e mando avisar: a cada meia hora que eles ficarem na rua, nós ficaremos um dia.

Blog Diego Emir – Jornalistas atribuem a Sarney a seguinte fala: “Acabou”. Quando supostamente perguntado sobre a situação do governo Dilma. Qual sua opinião sobre esse episódio?

Romênio Pereira – Se ele disse isso, o ex-presidente Sarney foi deselegante conosco. Pois o tratamento que o Lula e a direção nacional externou a ele, independente de críticas, deveria colocar Sarney entre os primeiros na fila em defesa da presidente Dilma e do governo PT. Por isso não acredito que ele tenha dito isso e se disse pode ter sido em um momento de cabeça quente.  E aviso que qualquer tentativa de golpe vai desestabilizar o país. Nós temos 2 milhões de assentamentos do MST espalhados pelo país, por isso repito: não vai ter chuva que nos tire da rua; não vai ter fome que nos faça parar. Vamos nos manter firme para garantir o mandato da presidente Dilma.

 

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