Ministério Público do Maranhão faz denúncia a Justiça de Yousseff, João Abreu e mais três

Alberto Youssef, Rafael Ângulo, Adarico Negromonte Filho (ex-funcionários do doleiro), o ex-secretário da Casa Civil João Guilherme Abreu e o corretor Marco Antonio Ziegert foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Maranhão por envolvimento em fraude no pagamento de um precatório no estado.

A denúncia foi oferecida pela promotora Lise de Maria Brandão de Sá Costa da 5º promotoria criminal do Maranhão. No entanto por correr em segredo de justiça, o Ministério Público informou que a promotora não irá conversar com a imprensa sobre o assunto.

Mas de acordo com o que foi apurado a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), ficou de fora da denúncia. Anteriormente ela chegou a ser apontada como suspeita de envolvimento no caso UTC/Constran.

Entre os denunciados existe a suspeita que Alberto Youssef ofertou R$3 milhões em propina para servidores públicos estaduais com intuito de que a construtora UTC/Constran “furasse” a fila de pagamento dos precatórios do Tribunal de Justiça do Maranhão e recebesse um título de dívida pública reconhecida pela Justiça no valor de R$113,3 milhões. Já Rafael Adarico e Marco Ziegert teriam sido os responsáveis por entregar o montante para João Abreu, que está sendo acusado de corrupção passiva.

A denúncia, assinada pela promotora Lise de Maria Brandão de Sá Costa, relata que o acerto para pagamento da propina foi feito entre Youssef, Ziegert e Abreu, mas que coube a Rafael e Adarico entregar os valores.  Rafael teria feito duas entregas diretamente para Abreu no Palácio dos Leões, sede do governo estadual. Rafael admitiu ainda que levava bolos de dinheiro presos ao corpo e em meiões de futebol e que em uma das entregas ele e Adarico levaram cada um R$ 300 mil, totalizando R$ 600 mil em notas de R$ 100.

Além de pedir que os cinco respondam por corrupção, o Ministério Público requereu que 14 testemunhas sejam ouvidas, entre elas o empresário Ricardo Ribeiro Pessoa, da UTC/Constran, que teria pedido para Youssef interceder e que posteriormente também se tornou um dos delatores da Operação Lava Jato.

Relembre o caso

Em março de 2014, Alberto Youssef estava no Maranhão para acertar detalhes do pagamento quando foi preso em um quarto do hotel Luzeiros pela Polícia Federal por conta de uma ação da Operação Lava Jato. Ele foi um dos primeiros delatores e contou que estava no estado para discutir os repasses e percebeu que iria ser preso. O doleiro chegou a dar dinheiro poucas horas antes de ser detido para Ziegert, que estava em outro quarto no mesmo estabelecimento e saiu sem ser visto pela polícia.

No ano passado, o processo relativo ao caso UTC/Constran iniciou sua tramitação no Superior Tribunal de Justiça, uma vez que Roseana Sarney – uma das principais suspeitas de estar negociando com o doleiro Alberto Yousseff – tinha foro privilegiado por ser governadora do Maranhão.

Após a renúncia de Roseana ao cargo em dezembro de 2014, o processo foi enviado para o Tribunal de Justiça do Maranhão. O nome da ex-governadora chegou a ser citado uma vez na denúncia, quando o MP relembrou que o inquérito começou no STJ.

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