“Queremos o apoio do PT”, afirma Márcio Jerry
Um palanque múltiplo unido em torno de um objetivo: garantir a vitória da oposição no Maranhão. Assim pensa, o presidente do PC do B no Maranhão, Márcio Jerry, ao buscar o apoio dos três principais presidenciáveis, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
O comunista conta que o grupo oposicionista ainda aguarda o apoio do PT e que a militância já apoia a candidatura de Flávio Dino (PCdoB). Sobre a aproximação com o PSDB, ele lembra que isso já ocorreu em outros estado e inclusive no Maranhão.
Sobre a eleição, Márcio Jerry considera que Flávio Dino conseguirá vencer, qualquer um que seja o adversário apresentado pelo grupo governista.
O Imparcial – Márcio como você avalia o atual cenário político no Maranhão?
Márcio Jerry – Cenário muito favorável às forças da mudança e ainda mais difícil para o bloco liderado pela governadora Roseana Sarney. A mudança de candidatos, por exemplo, deu-se em função sobretudo da conjuntura desfavorável, este é o fato. Sem apoio da maioria do povo, eles no entanto contam com a força das máquinas e do dinheiro para tentar adulterar o genuíno sentimento que há hoje. Aposto que não conseguirão.
A desistência de Luís Fernando, mostra uma fragilidade no grupo governista e aumenta as chances de vitória de Flávio Dino?
Sim, é o que avalio. A conjuntura derrotou Luís Fernando, derrotou Roseana e vai derrotar o candidato que eles vierem a escalar. Está em julgamento um modelo de fazer política ultrapassado, incapaz de responder às exigências da sociedade e fracassado historicamente. As chances de vitória da oposição são muito reais, mas a vitória não é inexorável.
Existe um clima de “já ganhou”?
Estamos montando um palanque a partir das necessidades históricas do Maranhão. O próprio PT, que lidera o bloco hoje no governo federal, e do qual somos parte, tem alianças pontuais com PSDB. Nosso partido, temos dito, é o Partido do Maranhão, Partido da Mudança.
Sobre a vaga de vice, três partidos discutem o assunto: PDT, PSDB e Solidariedade. Quem ficará com a vaga?
A vaga será definida no consenso partidário. Consenso à gente constrói dialogando de forma transparente, respeitosa, democrática. Vamos chegar a um bom entendimento, reforçando a nossa unidade, que é fundamental para a vitória do povo maranhense.
Quanto ao Senado, ainda existe discussão?
Nenhuma. O debate foi encerrado com a indicação por consenso do Roberto Rocha como nosso pré-candidato. Aliás, nenhum partido que integra nosso projeto de coalizão apresentou proposta nova sobre senado.
Sendo apoiado por Eduardo Campos e Aécio Neves, como será a relação de Flávio Dino e Dilma Rousseff em uma possível vitória dos dois candidatos?
Temos uma frente ampla em que as três principais candidaturas presidenciais estão representadas. PCdoB mesmo, por exemplo, apoia a reeleição da presidente Dilma; o PSB tem a candidatura do Eduardo Campos e o PSDB a do Aécio Neves. O palanque não está sendo estruturado a partir da eleição presidencial, mas a partir da eleição estadual. Isso não é caso único aqui no Maranhão, acontece em todo o país, em praticamente todos os estados. Inclusive no palanque da candidatura oficial do Palácio dos Leões tem a presença de mais de uma candidatura presidencial. O DEM, por exemplo, é aliado de primeira hora do PSDB.
Acreditar em um apoio do PT não seria um erro de estratégia?
Queremos o apoio do PT e temos o apoio da militância partidária, daqueles que não arrearam as bandeiras de mudança do partido. Em 2010 o PT aprovou o apoio a Flávio Dino e o diretório nacional fez intervenção para submeter o partido à Roseana Sarney. Passados quase quatro anos, pra que isso serviu? Para piorar ainda mais a situação do Maranhão, dos maranhenses.
Qual seria o seu papel em um eventual governo Flávio Dino?
Não penso nisso, não é hora. Temos que atuar voltado exclusivamente para o desafio gigantesco que é fazer com que se concretize em outubro o sentimento do povo maranhense que quer alternância, quer mudança, quer e merece um Maranhão de todos nós.
Em relação à declaração de membros do PT, que consideram uma aliança com o PSDB como “atraso”. O que você tem a comentar?
Acho normal a aliança do PT com o PSDB no Mato Grosso do Sul. Como achei normal a aliança do PT com o PSDB em Açailândia. Enfim, a lógica política municipal e estadual às vezes define campos de aliança de partidos com diferenças no plano nacional.