Filme que teve participação de Yglésio Moyses recebe três prêmios em Festival de Cinema
A história do médico Yglésio Moyses a frente do Socorrão I, pode ter sido curta, mas foi capaz de ser ilustrada em uma longa-metragem maranhense, que levou três prêmios no 36º Festival Guarnicê de Cinema. O filme produzido pelo grupo Éguas Coletivo Audiovisual, “Luíses – Solrealismo Maranhense” é uma mistura de ficção e documentário que retrata a vida do ludovicense sob uma ótica crítica da sociedade. O roteiro utiliza o mito da serpente que cresce adormecida nos subterrâneos da cidade e faz uma analogia com a mobilização popular. Neste contexto, o filme mostra a história dos vários Luíses que compõem a cidade, entre eles de Yglésio Moyses, que chamou a atenção dos produtores do filme quando esteve como diretor do Hospital Municipal Djalma Marques e solicitou doação de alimentos.
Yglésio Moyses durante visita a pacientes do Socorrão I |
A história ficcional é entrecortada por vários depoimentos, entre eles o de Yglésio Moyses denuncia a corrupção no poder público e o descaso com a cidade. O real e o imaginário caminham juntos nessa história que dá início ao Solrealismo. “Inspirados no filme MA 66 do Glauber Rocha, nós tentamos trazer, com pitadas de elementos do surrealismo e do tropicalismo, além de elementos regionais (por isso o nome Solrealismo), a expressão de um anseio por mudança que cresce não só em nós, integrantes do coletivo, mas em toda a sociedade. Tentamos usar tudo isto para mostrar a possibilidade de mudança que a mobilização e a arte trazem, por isso propomos um novo movimento cultural”, afirma Keyciane Martins, a produtora.
Este é o primeiro longa-metragem produzido pelo grupo. A ideia de fazer o filme surgiu logo depois da formação do Éguas Coletivo Audiovisual, há pouco mais de um ano. O grupo, bastante heterogêneo, é formado por integrantes de várias naturalidades, todos com raízes fincadas em São Luís e envolvidos em atividades.
Com um orçamento limitadíssimo de apenas R$1200, dinheiro arrecadado em pedágios e na Festa Solrealística (realizada durante o período de gravações), artistas, músicos e atores da cidade se empenharam voluntariamente em um esforço colaborativo para garantir um trabalho profissional na produção do filme. Destacam-se as atuações de artistas maranhenses como Raphael Brito e Lauande Aires, e a trilha sonora com composições de Criolina, Zeca Baleiro, Celso Borges, Marcos Belfort, Carlos Silva Jr. e Ricardo Wayland e Ricardo Passos.
Um documentário sobre a nossa cidade e com a participação de diversas pessoas, daí o grande destaque da matéria é a participação do ex-diretor. Tendenciosidade pouca é bobagem. Nada contra o Yglésio, mas, a partir do título, essa matéria cria uma espécie de ligação entre os prêmios e a participação do ex-diretor, como se o mérito dos prêmios fosse dele.
Parabéns pra equipe!