Na Argentina, futebol é para todos

Depois de 33 anos, a torcida argentina a qual é apaixonada por futebol, voltará acompanhar pela televisão o maior clássico do país, River Plate vs Boca Juniors ou Boca Juniors vs River Plate, variando de acordo com a rivalidade. Foi em 1976 que o super clássico argentino foi visto em televisão aberta pela última vez, por seus torcedores apaixonados e amantes do esporte. Desde o ano seguinte (1977), a concessão de transmitir os jogos do Campeonato Argentino foi dada a TSC, empresa do Grupo Clarín e assim mantinha um monopólio sobre as transmissões futebolítiscas no país.

A decisão é polêmica, pois a proposta partiu do Governo Argentino, o qual obrigou a AFA (Associación del Fútbol Argentino), romper o contrato com a TSC, que oferecia os jogos dos times argentinos através do canal TyC Sports, pelo sistema pay-per-view. O contrato que havia sido assinado, seria válido até 2014, podendo ser prorrogado, as cifras eram em torno de 268 milhões de pesos anuais, podendo ser aumentado o valor para 600 milhões de pesos ao fim do contrato.

Desde 2007, o governo argentino ameaçava levar a frente a proposta, o ex-presidente Nestor Kirchner era um ferrenho defensor da proposta e travava brigas com o Grupo Clarín. Enfraquecido nas últimas eleições legislativas, Kirchner se empenhou para reavivar a proposta e tornar o futebol na Argentina acessível a todos pela televisão, e o mesmo conseguiu, no último mês, agosto, a AFA anunciou o rompimento do contrato com a TSC.

A decisão pode tornar um caos o futebol argentino, o momento serial ideal para desencadear uma forte crise no país em relação ao esporte mais famoso do mundo, já que sua seleção não vive um grande momento, passando por perrengues nas eliminatórias e correndo o risco de ficar de fora da próxima Copa do Mundo. O Grupo Clarín, através da TSC anunciou que entrará na Justiça contra a Federação e os clubes, podendo assim até paralisar as disputas. Enquanto isso o Clausura, segundo turno do Campeonato local, vai sendo transmitido pelo Canal 7 – a TV pública argentina – a idéia segundo o governo é que todos os Grupos de Comunicação Argentinos tenham acesso a transmissão.

Trazendo o caso para o Brasil, fica fácil perceber que o mesmo seria impossível de acontecer no país, uma vez que todos temem a Rede Globo, desde o jogador da seleção até o presidente da CBF, a emissora do Plim-Plim é detentora dos Direitos de Transmissão das competições nacionais até 2012.

São mais de 10 anos de um contrato exclusivo, entre CBF e Rede Globo, onde as mais de 300 partidas do Campeonato Brasileiro, acabam sem nenhuma transmissão na televisão aberta, já que a Rede Globo transmite apenas um jogo por rodada e deixa impossibilitado outros canais de comprarem os Direitos, dessa forma resta o torcedor brasileiro ter que acompanhar o jogo do seu time fora da sua cidade pelo PPV(que também é de direito de um canal da Globo), pela internet ou a moda antiga, através do velho radinho de pilha.

Essa é tão sonhada liberdade de expressão que os telejornais da Rede Globo tanto crítica, nos países que tomaram decisões “socialistas” no meio televisivo. Viva a democracia brasileira! Permanecendo assim a população brasileira prefere o Golpe de Estado Argentino.

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