O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou hoje que a Colômbia é uma “ameaça para a paz da região”, e rejeitou a resposta de Bogotá à queixa de Quito por causa da “violação de sua soberania”, em uma operação militar na qual foi abatido o líder das Farc, Raúl Reyes.

Chávez ratificou sua decisão de “fechar” a Embaixada da Venezuela
em Bogotá e de mobilizar tropas e tanques rumo à fronteira comum, em “apoio” ao Equador, após a ofensiva da Colômbia contra rebeldes das Farc em território equatoriano.

“Senhor ministro da Defesa, mova 10 batalhões até a fronteira com a Colômbia, de imediato, batalhões de tanques”, disse Chávez durante seu programa semanal de rádio e TV.

Chávez ainda afirmou neste domingo que a “agressão” contra o Equador foi impulsionada pelo “império americano e seus lacaios na Colômbia” para prejudicar o “processo constituinte” que está sendo desenvolvido nesse país.

“Saem dizendo (Colômbia) que não violaram nenhuma soberania. Isso
é o mesmo que os Estados Unidos dizem para invadir o Iraque,
bombardear o Afeganistão, o mesmo que diz Israel (…) para
massacrar”, disse Chávez.

Para o presidente venezuelano, a resposta da Colômbia à exigência do “valente” presidente equatoriano, Rafael Correa, agrava “muito mais” a situação suscitada pelo Governo “enlouquecido” de seu colega colombiano, Álvaro Uribe.

“Forças militares norte-americanas e colombianas invadiram o
Equador, assassinaram (os insurgentes, e) levaram alguns cadáveres,
violando não sei quantas leis internacionais (e) as próprias leis da
Colômbia”, insistiu o presidente venezuelano.

O presidente venezuelano disse que falou na manhã desse domingo com o mandatário equatoriano, Rafael Correa. O Equador está “mobilizando tropas para o norte. Correa conta com a Venezuela para o que quer que seja, em qualquer circunstância”, assinalou Chávez.

“Não queremos guerra, mas não vamos permitir que o império nem o seu filhote nos venha debilitar”, acrescentou.

Equador

O Equador também retirou neste domingo seu embaixador em Bogotá, ao considerar como “transgressão” a operação colombiana que matou, em território equatoriano, 17 guerrilheiros das Farc, incluindo o número dois do grupo, Raúl Reyes, informou a chancelaria. Em seguida, expulsou o embaixador da Colômbia e ordenou a mobilização de tropas para a fronteira com a Colômbia.

“O Equador resolver retirar, de imediato, seu embaixador em Bogotá frente aos graves fatos ocorridos na zona fronteiriça, que constituem uma transgressão dos princípios de soberania e integridade territorial”, afirmou o ministério em um comunicado.

Farc

As afirmações do governo colombiano de que o chefe rebelde Raúl Reyes foi morto no Equador “são pouco menos que uma infâmia”, disse nesse domingo a revista ‘Resistencia’, órgão de difusão das Farc, na primeira reação do grupo rebelde.

“Por agora, podemos assegurar que as afirmações do governo que dizem que nossos camaradas estavam na república irmã do Equador são pouco menos que uma infâmia”, assinalou ‘Resistencia’ em sua página na internet. Na mensagem, os autores pedem ainda que não se abale “o esforço em favor da troca humanitária e que continua o nosso processo de paz”.

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