A chance real do PT ficar fora do palanque de Flávio Dino em 2018

Os petistas que hoje estão no governo Flávio Dino esbravejam quanto a possibilidade do PT voltar a fazer aliança com o PMDB em 2018, mesmo que muitos destes estiveram no governo Roseana Sarney entre 2009 e 2014. Mas uma aliança PT-PMDB não pode ser descartada, mesmo que seja difícil. No entanto, um cenário mais provável é o Partido dos Trabalhadores entrar em uma disputa solo na eleição do próximo ano. E quem deixou evidente essa possibilidade foi o ex-presidente José Sarney ao afirmar na última sexta-feira (15): “Gostaria do apoio do presidente Lula ao nosso grupo, mas, caso não seja possível, eu desejo no mínimo a isenção na disputa estadual”.

Lula e Sarney mantém uma relação muito próxima, e segundo relatos, ambos ex-presidentes ainda conversam de forma sistemática sobre a política e o cenário eleitoral do Brasil. Em recente artigo, o jornalista Noblat escreveu: “Por mais de 15 anos, Lula quis ver Sarney pelas costas – de preferência aposentado e cuidando dos netos no Maranhão. De 2002 para cá não abre mão de tê-lo ao seu lado”.

Essa proximidade fortalece a tese de que Sarney pode influenciar na tomada de decisão do Lula no Maranhão, que mantém uma popularidade assustadora variando entre os 60% e 70%.

Exigir a reedição da aliança com o PMDB no Maranhão talvez seja demais, mas a isenção do ex-presidente mais popular da história da República do Brasil, já seria uma grande ajuda.

O PT já optou por esse caminho em 2002, quando Zé Reinaldo Tavares (PFL – aliado do grupo Sarney na época) e Jackson Lago (PDT – falecido), se enfrentaram pelo comando do Palácio dos Leões. Em troca do apoio dos sarneystas para a disputa presidencial, o partido lançou em voo solo Raimundo Monteiro que alcançou os 6% e ajudou que o candidato do grupo Sarney alcançasse uma boa diferença em relação ao ex-prefeito de São Luís.

De quebra, a candidatura própria do PT ainda ajudou a vida de Roseana Sarney e Edison Lobão que foram eleitos senadores. A oposição teve três candidatos – Cafeteira (PDT), Haroldo Sabóia (PT) e Ildemar Gonçalves (PSDB) – se o concorrente petista estivesse fora da disputa e estes migrassem para o PDT, o “velho Cafifa” teria sido senador oito anos antes.

2006 a história não se repetiu, o PT acabou embarcando em uma aliança com o PSB de Edson Vidigal, mas 2010 e 2014, os petistas mergulharam de cabeça no projeto do PMDB no Maranhão e lá se mantiveram.

No Encontro do PT ainda no primeiro semestre desse ano, o partido registrou a seguinte tese para 2018: participação na chapa majoritária de Flávio Dino ou construção de uma candidatura própria. Como o governador deve optar por golpistas em sua chapa e também a preferência por quem tem ficha corrida, os petistas vão ficar vendo apenas o bloco passar na eleição dos comunistas no próximo ano.

A partir dessa tomada de decisão, a relação de Lula e Sarney pode ser decisiva para que o PT volte a tomar o caminho da candidatura própria. E no âmbito de formação de bancada estadual e federal, muitos enxergam que esse rumo pode garantir mais condições para a eleição de mais companheiros, afinal o partido terá tempo e fundo partidário de sobra.

Nomes não faltam ao PT e o PMDB mais do que quer, deseja que os petistas tenham sonhos ambiciosos no Maranhão, principalmente se for o desejo de disputar a corrida eleitoral ao Palácio dos Leões e as duas vagas ao Senado Federal.

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