DNIT admite crise e confirma paralisação de obras da BR-135 e demais rodovias do país

O Governo da presidente Dilma Rousseff tem mais problemas a enfrentar no gargalo da malha rodoviária brasileira. As obras suspensas por falta de pagamento não tem data para serem retomadas e, de acordo com um documento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), sem recursos, o órgão, que cuida dos 55.000 km de rodovias federais, “está na iminência de ter suas obras paralisadas”. No Maranhão não será diferente, a duplicação da BR-135 já tem suas obras paralisadas.

Em recente contato com o DNIT foi informado que a obra não parou, mas ficou lenta causa do período de chuvas desse ano. O atraso nas obras também se deve, segundo o Dnit, porque o governo federal demorou para fechar o orçamento. O trecho de 28 km que estava previsto para ser entregue em setembro de 2014, teve o prazo adiado para setembro deste ano.

O valor inicial da obra, que começou em 2012, era de R$ 213 milhões de reais. Atualmente, a obra está orçada em R$ 394 milhões. Enquanto isso, os motoristas que passam pela BR-135 precisam pisar no freio porque a pista é estreita, perigosa e com muitos buracos. Com o período de chuvas tudo piora, e a pista vira uma armadilha para o motorista. Somente ano passado, houve 161 acidentes com 62 pessoas feridas e nove mortes.

Já o relatório do DNIT é assinado pelo diretor interino de Infraestrutura Rodoviária, o engenheiro Luiz Guilherme Mello. O Ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, em recente audiência no Senado, há havia antecipado que as obras do país iriam parar por falta de verbas.

A situação é crítica e, segundo o Dnit, as empresas que fazem manutenção e construção de estradas do país estão com mais de R$ 1,7 bilhão a receber. Outra revelação do próprio DNIT: o departamento informa que já houve queda de 43% nas compras de asfalto (principal insumo para as obras nas rodovias) neste ano em relação a 2014.

O documento enviado ao TCU destaca ainda que, se a situação perdurar, os usuários das rodovias poderão ser prejudicados no seu “direito de ir e vir”. O documento, de acordo com reportagem do Jornal Folha de São Pauloo, é uma contestação do Dnit a uma decisão do TCU que impediu o órgão de reajustar valores pagos às empresas pela compra de asfalto nos meses de novembro de 2014 a janeiro de 2015. Para o departamento, sem esse reajuste haverá a paralisia das obras.

Muitas empresas que estavam executando obras nas rodovias federais brasileiras já estão com seus canteiros praticamente paralisados, pois não têm mais recursos para continuar mantendo os contratos pela falta de pagamento, fato agravado pelo reajuste do preço do asfalto.

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