Inadimplência em São Luís atinge nível pré-pandemia
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de junho de 2024, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), revelou que a inadimplência em São Luís caiu para 30,9%, o menor nível desde maio de 2020, quando era 26,8%. Essa queda representa uma diminuição de -5% em relação a maio deste ano e uma redução de -12% em comparação ao mesmo período do ano passado, refletindo uma melhora na economia local.
Os dados apontam que 97.210 famílias ludovicenses estão inadimplentes, logo, possuem dívidas em atraso, o que demonstra uma diminuição após um período de estabilidade. Esse cenário pode ser explicado pela manutenção da taxa básica de juros em 10,5% que ajuda a reduzir os custos de empréstimos e facilita o pagamento de dívidas.
No que diz respeito ao endividamento, 73% das famílias ludovicenses estão comprometidas com algum tipo de dívida, totalizando 229.430 famílias. Esse índice mostra uma leve queda de -0,55% em relação a 2023 e uma diminuição de -2% em relação ao mês anterior. Entre essas famílias, 10,2% se consideram muito endividadas, número estável em relação a maio, enquanto 32,5% se veem como pouco endividadas em junho, uma redução em comparação aos 33,5% do mês anterior.
“Os dados verificados por meio da pesquisa de junho de 2024 trouxeram boas notícias para os ludovicenses e para os empresários, com a inadimplência em queda. Isso demonstra um cenário positivo, em que as famílias têm mais folga para continuar consumindo, o que movimenta a economia. Além disso, observamos um consumo mais consciente e direcionado, se considerarmos as festividades juninas”, destaca o presidente em exercício da Fecomércio-MA, Manoel Barbosa.
A pesquisa revelou que 6,3% dos entrevistados não terão condições de pagar suas dívidas, uma estabilidade em relação ao mês anterior e o menor percentual desde junho de 2020. Isso sugere que a inadimplência pode continuar a diminuir nos próximos meses.
Nas modalidades de dívidas, o cartão de crédito ainda constitui a maior participação no volume de endividados do mês, sendo utilizado por 70,6% do total de devedores. Há um favorecimento para o crédito pessoal (5,8% para 6,2%) e do financiamento de veículos (8,1% para 8,5%), ambos cresceram no mês 0.4 p.p.
Este panorama pode ser explicado pela aceleração no crédito destinado às famílias brasileiras e pelo crescimento nas modalidades rotativas, como crédito à vista, financiamento de veículos e crédito pessoal não consignado, de acordo com os dados do Banco Central.
O tempo médio de atraso das contas em São Luís é de 58 dias, um dia a mais que no mês anterior. Cerca de 54,9% das famílias relataram atrasos de 30 a 90 dias, 20% até 30 dias e 24,9% acima de 90 dias. O comprometimento médio com dívidas é de 6,3 meses, com 35,5% das famílias afirmando ter dívidas entre 6 meses e 1 ano, especialmente entre aquelas com renda até 10 salários mínimos.