Dia Mundial da Cerveja é celebrado no início de agosto
Agosto é um mês marcado por duas comemorações muito especiais para os cervejeiros: o Dia Internacional da IPA, na primeira quinta-feira do mês, e o Dia Mundial da Cerveja, um dia depois. E, apesar do turbilhão de desafios que temos enfrentado nos últimos dois anos, há fôlego para celebração. Afinal, mesmo em meio a um caos sanitário, político e econômico, o mercado de cervejas artesanais brasileiro se mostrou consistente e sólido, ganhando novos consumidores não só por aqui, mas, também, em outros países.
Cervejarias nacionais, como a Dádiva – produtora artesanal paulista escolhida por dois anos consecutivos (2019/20) como a melhor cervejaria do Brasil pelo Rate Beer -, ganharam com seus rótulos espaços nas geladeiras de países como Holanda, Dinamarca, Suécia, Suíça, Bélgica, França, Finlândia, Luxemburgo e outros tantos, já que os e-commerces da Holanda viabilizam a distribuição das bebidas da Dádiva a todo o território europeu.
Exportação
A cervejaria começou a exportar seus produtos em 2018 e vem se preparando, ao longo dos anos, para aumentar essa participação no mercado externo. Entre 2019 e 2020, o envio das cervejas da Dádiva para outros países triplicou, somando 10 palets enviados para a Europa e, só no primeiro trimestre de 2021, foram enviados oito pallets à Europa, número que deve crescer até o final deste ano. Uma nova remessa, inclusive, acaba de ser enviada para a Holanda e chegará ao território europeu ainda em agosto.
Segundo a sócia-fundadora da cervejaria Dádiva Luiza Tolosa, que se especializou no tema por meio do curso sobre exportação no Exporta SP (Programa Paulista de Capacitação para Exportação), o que facilitou essa abertura de fronteiras foi, além da qualidade das cervejas e de muito estudo sobre o assunto, a participação da cervejaria Dádiva em eventos internacionais, o bom relacionamento com os importadores e a produção de cervejas em colaboração com cervejarias de outros países.
Cervejas da Dádiva mais consumidas em outros países
Entre os rótulos da produtora que são mais consumidos lá fora, estão, claro, as cervejas com ingredientes típicos brasileiros – frutas tropicais, o nosso café, as nossas castanhas, entre outros. Bons exemplos disso são a Bioma (Russian Imperial Stout com castanha de baru, baunilha do cerrado e cumaru) e as Ephemerals (linha de Imperial Sours que, em uma de suas versões, traz na receita goiaba, maracujá e baunilha).
Porém, segundo Luiza, além das cervejas com os nossos insumos locais, receitas com lúpulos como protagonistas, como as IPAs, por exemplo, também são muito procuradas. “Já ganhamos prêmios com algumas das nossas cervejas mais lupuladas lá fora. Isso é bem bacana, porque nós importamos os lúpulos, executamos a receita no Brasil e depois enviamos a bebida pronta para outros países. Isso mostra que uma cerveja boa depende da qualidade dos insumos utilizados, mas também das técnicas e dos cuidados com a execução da receita”, pontua.
Na lista das IPAs da Dádiva exportadas, estão: a Double IPA HeartBeat, com lúpulo Citra usado na versão Incógnito, que é feita a partir de um método de extração que mais preserva os óleos essenciais do lúpulo, e Mosaic e Citra na versão T45, além de um toque de lúpulo El Dorado; a Amarillo Single Hop Diversity, uma NE IPA com variações do lúpulo Amarillo na receita, mostrando como os diferentes terroirs das regiões onde foram produzidas e as particularidades das tecnologias utilizadas para a extração de seus componentes podem transformá-las em lúpulos diversos, com características completamente únicas e incríveis, cada uma ao seu modo; a No World Outside, uma NE IPA com lúpulos EXP6297 e HBC472; e a Venice Beach, uma West Coast Session IPA leve e de final seco feita com lúpulos cítricos americanos.
Além das IPAs com lúpulos importados, há também a American IPA SMaSH IPA feita com lúpulo e malte brasileiros, uma produção relativamente nova, mas que tem crescido muito nos últimos anos. E, dando ainda mais peso a essa lista, estão rótulos da Brewers Cut, uma linha de cervejas que traz bebidas envelhecidas e extremamente complexas nas releituras de Victor Marinho, sócio da cervejaria e mestre cervejeiro responsável pelas receitas e produções da cervejaria.
Colabs produzidas com cervejarias de outros países
A Dádiva já produziu colabs com a dinamarquesa Amager Bryghus, a suíça Hoppy People, a luxemburguesa Totenhopfen e a alemã Ale Mania.
Com a Amager, as cervejas produzidas faziam parte da linha Point of View duas RIS (Russian Imperial Stouts) com goiabada na receita, em uma base de cerveja com notas de cacau, corpo alto e álcool bastante equilibrado. Um dos rótulos ganhou também, além da goiabada, adição de coco.
Com a cervejaria suíça Hoppy People, a cerveja colaborativa foi a Sour People, com adição de pêssego, acidez equilibrada e alta refrescância.
A colab entre a Dádiva e a Totenhopfen, de Luxemburgo, e a Ale Mania, da Alemanha, é a Ice Cream, uma IPA com lactose, maracujá, manga e um toque de baunilha foi produzida em 2019 somente na Europa, e, no Brasil,pela primeira vez, foi produzida em 2020. De cor amarela turva, tem bastante sabor das frutas e textura aveludada da lactose.
A mais recente parceria foi com a premiada cervejaria Longslice Brewery, do distrito de Canary, em Toronto, para a produção da “Mango Manjar Milkshake”, uma coconut mango APA com adição de coco, manga e lactose, de forma a lembrar um manjar branco. A cerveja tem 5% de teor alcoólico, está envasada em uma lata de 473ml e traz na estampa da arte do rótulo um delicioso milkshake com um cenário bem tropical ao fundo.
As marcas produziram a mesma receita, no mesmo dia, cada uma em sua fábrica (ou seja, a Dádiva em Várzea Paulista, no interior de São Paulo, no Brasil, e a Longslice Brewery no Distrito de Canary, em Toronto, no Canadá), em junho de 2021.