Pesquisa do Instituto Prever mostra que Duarte, Wellington e Adriano Sarney são decisivos na eleição

Os números divulgados do Instituto Prever mostraram a repetição de um cenário que vem sendo conhecido desde 2018. Eduardo Braide disparado na frente, Duarte e Wellington do Curso embolados em segundo terceiro e os pré-candidatos do grupo Flávio mostrando fraco desempenho. Porém, às vésperas da eleição, os números permitem fazer analises e fazer um desenho daqueles que personagens que são fundamentais para resultado final da eleição.

Duarte Júnior (Republicanos), sem sombra de dúvidas é o melhor nome do grupo Flávio Dino (PCdoB), na disputa. Ainda que se tenha Bira do Pindaré (PSB), próximo ao deputado estadual – a diferença varia de 0,3% para 1,3% – a rejeição do socialista é quatro vezes maior, ou seja, deixa claro que existe um teto de crescimento para Bira.

Por conta disso, Duarte é o nome que o grupo Flávio Dino deveria concentrar forças. No entanto, não é isso que deve acontecer, pelo contrário, as pré-candidaturas de Neto Evangelista (DEM) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB), fazem de tudo para enfraquecê-lo. Por um lado, Weverton e Juscelino trabalham para retirar apoios declarados ao ex-presidente do PROCON e do outro, os comunistas tentam esvaziar a pré-candidatura do aliado do vice-governador Carlos Brandão.

Acontece que Duarte Júnior é detentor de mais de 46 mil votos em São Luís obtidos em 2018, isso é dele, o que representa quase 10% do eleitorado da capital. Ao tentar fragilizar, esticar a corda e até mesmo humilhar o deputado estadual, o grupo governista pode colocar fora um personagem que tem um perfil muito parecido com pré-candidatos fora do grupo Flávio Dino, afinal o eleitorado de Duarte Júnior tem a crença que ele é aquele representante independente, que luta contra o sistema, tanto que assim foi a sua atuação no Procon.

Colocar Duarte Júnior fora da disputa eleitoral seria um grande risco para o governador Flávio Dino passar uma grande humilhação de ser derrotado ainda no primeiro turno ou nem chegar a ter um nome do seu grupo em um eventual segundo turno.

Outro nome que pode ser decisivo nessa questão é Wellington do Curso (PSDB). Ainda com recall da eleição de 2016, o deputado estadual mantém seu percentual próximos dos 10%, mas sem apoio político e sem estrutura, o parlamentar possui poucas chances de decolar e ser um candidato competitivo. Ainda corre um risco maior ao terminar a disputa com um percentual menor que entrou, vale lembrar que situações ocorreram com Tadeu Palácio em 2012 e Eliziane Gama em 2016, estavam entre os líderes e terminaram com minguados 4% e 6%, respectivamente.

No entanto, a saída de Wellington do Curso também não é garantia mais de transferência de voto para Eduardo Braide, tanto que em todos os cenários quando retirados o nome do parlamentar, o eleitorado do tucano acaba se pulverizando.

Com e sem Wellington do Curso, Eduardo Braide oscila entre 43,1% a a 44,7%; Duarte Júnior 8,8% a 9,2%; Adriano Sarney 7,2% a 7,4%; Bira do Pindaré 5,9% a 7,2%; Neto Evangelista 5,3% a 6,6%; Madeira 2,4% a 2,8%; Jeisael 1,3% a 2,5% e outros mantém oscilação máxima de 0,5%, ou seja, fica claro que o eleitor do deputado estadual é difuso, tanto que as maiores altas são de Eduardo com 1,6%; Neto e Bira com 1,3% e Jeisael com 1,2%.

Wellington é resistente a ideia de abrir mão da disputa, porém ele ainda corre um risco ainda maior, Roberto Rocha que é presidente do PSDB no Maranhão declarar apoio formal a outra pré-candidatura, hoje existe uma sintonia com Eduardo Braide. E caso isso ocorresse, o deputado estadual perderia “valor” numa disputa em que hoje ele é pode ser decisivo para uma eleição em um ou dois turnos.

Por fim, um nome menos badalado, mas que a pesquisa do Instituto Prever mostrou a sua importância: Adriano Sarney. O presidente do PV vem sofrendo uma pressão imensa para sair da disputa e isso ocorre por forças próximas a ele como MDB e outros personagens ocultos.

Adriano é o representante do grupo político que teve mais força no Maranhão, os Sarney. O avô, José Sarney, ex-presidente da República; a tia, Roseana Sarney, ex-governadora, ex-senadora e ex-deputada federal e o pai, Sarney Filho, oito vezes deputado federal, transferem ainda que indiretamente um percentual importante para o único membro da família em cargo eletivo.

Ainda que sozinho no PV, sem apoio do MDB e outros tradicionais partidos que sempre estiveram com Roseana Sarney, Adriano Sarney pode abocanhar um percentual importante na eleição.

Outro papel fundamental de Adriano Sarney na disputa é deixar bem claro ao eleitorado ludovicense quem é o nome ainda que não oficial dos Sarneys na disputa, caso contrário e aliados de Flávio Dino apostam muito nisso, Eduardo Braide teria reais chances de ser taxado como aquele representante do grupo político que segundo os comunistas “dominou o Maranhão por 50 anos”.

Eduardo Braide, Neto Evangelista, Rubens Júnior e Carlos Madeira também são nomes importantes no processo, mas são as pré-candidaturas e eventuais candidaturas de Duarte Júnior, Wellington do Curso e Adriano Sarney, que somam juntos 24,7% de um eleitorado bem complexo e especifico, que podem definir os rumos da eleição e quem sabe o novo prefeito de São Luís.