Óleo de babaçu pode ser investimento com grande potencial
Óleo, azeite, sabão, sabonete, carvão, palha para cobrir as casas e até biodiesel. Palmeira típica da região Nordeste do Brasil, largamente produzida no Maranhão e em algumas regiões do Piauí e Tocantins, o babaçu origina produtos destinados aos mais diversos usos. Também é responsável pela subsistência de centenas de famílias interioranas, as chamadas quebradeiras de coco, que passam os dias quebrando a casca e retirando as amêndoas do fruto. Até então importante para a economia regional, o babaçu vem ganhando notoriedade e atraindo investidores que apostam no seu crescimento.
“Do babaçu, tudo se aproveita”
As quebradeiras já sabem disso. A farinha retirada do mesocarpo do babaçu — altamente nutritiva — transforma-se em pães, bolos e biscoitos. A casca do coco, depois de passar por um preparo especial, torna-se uma espécie de carvão utilizado em várias regiões do Nordeste. Já em escala industrial é possível produzir etanol, metanol, alcatrão, coque, ácido acético, carvão reativado e gases combustíveis.
Mas o que vem chamando a atenção dos investidores — inclusive estrangeiros — é a possibilidade de produzir biodiesel a partir do fruto do babaçu. Pesquisadores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) garantem que o produto extraído do babaçu é mais limpo e tem maior vida útil do que outros biodieseis produzidos no Brasil.
O coordenador do estudo da Uespi, professor doutor Manoel Gabriel Rodrigues Filho, explica que a maior parte do biodiesel produzido no Brasil vem da soja, que necessita a adição de produtos sintéticos para se manter estável. E isso faz com que o biodiesel extraído da soja perca a sua característica de combustível renovável, pois o produto passa a ter a poluição dos aditivos.
A saída para essa situação, de acordo com o professor, é adicionar biodiesel do babaçu como aditivo no biodiesel de soja. “Dessa forma temos uma correção natural, mantendo o conceito de cadeia renovável”, diz Manoel Rodrigues Filho.
O desafio para a produção industrial do biodiesel de babaçu é a obtenção da matéria-prima: a separação do fruto e extração do óleo são até hoje processos artesanais. É necessário investimento para incrementar essa produção e distribuir o produto final para o mercado. A pesquisa está pronta, falta o dinheiro para garantir a sua viabilidade em escala comercial.
É um prato cheio para investidores mais antenados, que não perdem uma boa oportunidade para alocar o seu dinheiro. Afinal, já houve muita gente que perdeu milhões (ou bilhões) de dólares por não fazer a escolha certa, como mostra o infográfico da Betway Casino. Quem não se lembra do caso da gravadora que recusou os Beatles, dizendo que “as bandas de guitarra estão acabando”? Perdeu a chance de vender 191 milhões de discos!
Evoluir sem tirar o trabalho das quebradeiras
Milhares de pessoas no nordeste brasileiro vivem do babaçu. E é possível aumentar a produção sem tirar o sustento desses trabalhadores, como mostrou uma reportagem recente do Globo Rural. Na cidade de Matinha, no Maranhão, por exemplo, as quebradeiras se uniram e conseguiram fazer uma fábrica. Investimentos da iniciativa privada, há dois anos, realizaram melhorias na casa, e há um ano elas ganharam forno e prensa. A fábrica tem capacidade de produção de 1000 litros de azeite por mês, mas hoje produz somente 100 litros. O motivo? A energia que as mulheres precisam para utilizar os equipamentos não chega no local.
Muitas vezes, o que falta é transporte para levar a produção até o comprador, ou mesmo voltar para casa depois de um dia de trabalho no babaçual, como é o caso das Quebradeiras de Coco de Codó. Com a ajuda do governo, elas conseguiram uma van para compartilharem no dia a dia, mas ainda estão à espera da cozinha industrial, cujo projeto tramita no governo federal.
Outra oportunidade de investimento está no Tocantins. José Mário Frazão, agrônomo da Embrapa, coordenou o primeiro plantio de babaçu do Brasil. Segundo ele, as palmeiras começam a produzir mais rápido: em três a quatro anos, contra os dez anos da planta nativa. A fábrica ao lado da plantação utiliza cerca de 30 toneladas de coco por ano, sustentando as 1,5 mil famílias que realizam a colheita. De acordo com José Mário, o melhoramento genético do babaçu poderia ampliar a sua produção.
A organização em cooperativas é outra maneira de evoluir sem tirar o sustento dos trabalhadores, pois ajuda a otimizar a produção e conquistar novos mercados. As quebradeiras de coco do interior do Maranhão criaram, em 1990, a Coppalj (Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrícolas do Lago do Junco). A cooperativa reúne, hoje, 150 membros de 12 comunidades rurais, que se organizaram para valorizar a matéria-prima e eliminar intermediários. O valor das amêndoas retiradas do babaçu passou de 0,04 dólares (0.15 reais) em 1989 para 2,50 reais o quilo em 2017, e as quebradeiras começaram a vender diretamente para empresas do mundo todo, incluindo a The Body Shop, que fica com cerca de 45% da produção.
Além da questão econômica, a união das quebradeiras de coco em associações e cooperativas ajuda a combater os problemas sociais na região.
Os benefícios do babaçu
Não foi somente a The Body Shop que descobriu o poder do babaçu: o seu óleo é amplamente utilizado na indústria cosmética. Por ser anti-inflamatório e rico em vitamina E, ajuda na regeneração da pele, sendo um bom aliado contra a acne, cicatrização de pequenos cortes e queimaduras, picadas de inseto e pele ressecada, além de ter propriedades anti-idade.
Como alimento, o óleo de babaçu é rico em ácido láurico, que ajuda a equilibrar a flora intestinal, fortalecendo o sistema imunológico e prevenindo as doenças do sistema gastrointestinal. Esse ácido também tem propriedades antivirais, anti-inflamatórias e analgésicas. Por essa razão, o óleo de babaçu é considerado uma opção mais saudável para substituir os óleos convencionais na cozinha.
Com tantos benefícios, o babaçu pode ser considerado bom para a saúde, para a desenvolvimento sustentável, para o meio-ambiente e como fonte de receita. Pense nele na hora de alocar as suas economias!
Parabéns.
Grato.
Disponham.