Lula fora da eleição em 2018: pior para o grupo Sarney no Maranhão
É mais do que compreensiva e verdadeira a frase de José Sarney ao afirmar que a condenação de Lula “é uma grande frustração”. Em um primeiro momento até se comentou que o principal prejudicado seria Flávio Dino (PCdoB), mas pelo contrário, o impedimento de disputar a eleição do ex-presidente traz maiores prejuízos ao Grupo Sarney.
Não é segredo que Lula nunca morreu de amores por Flávio Dino e a recíproca é verdadeira, tanto que o comunista sempre especulou em suas entrevistas a veículos nacionais, a possibilidade de surgir outro candidato da esquerda, primeiro Ciro Gomes (PDT) e agora a Manuela D´avila (PCdoB).
Dentre aqueles que postulam para compor a chapa majoritária de Flávio Dino, apenas uma parcela diminuta vota e declara apoio ao ex-presidente Lula e estes se restringem a Waldir Maranhão (Avante) e Márcio Jardim (PT), ambos pré-candidatos ao Senado. No entanto, os outros todos têm candidatos próprios e até preferem Lula fora da eleição, caso de Weverton Rocha (PDT) com Ciro Gomes (PDT), Eliziane Gama (PPS), Zé Reinaldo Tavares (sem partido) e Carlos Brandão (ainda no PSDB) com Geraldo Alckmin (PSDB) e o próprio Flávio Dino com a “Manu”.
Prejudicados mesmo estão os membros do Grupo Sarney, afinal todos eles – Roseana Sarney, João Alberto, Edison Lobão – são defensores públicos e afirmam que vão votar em Luís Inácio “Lula” da Silva.
Por isso, o maior prejudicado com a provável saída de Lula da corrida eleitoral é o Grupo Sarney. Afinal também como protagonista da eleição, o ex-presidente teria poder de decisão nas escolhas das alianças partidárias estaduais. E no Maranhão não seria diferente.
No estado que já deu a maior votação em proporção ao PT, Lula poderia optar pelo caminho da independência ou pela “isenção” como pediu Sarney há pouco tempo. Ao falar que é frustrante a condenação do petista, o político maranhense mais influente no cenário nacional sabe que a saída de Lula da corrida eleitoral favorece a consolidação da aliança PT/PCdoB no Maranhão.
Não que Sarney sonhe com uma reedição PT/MDB no Maranhão, isso fica para os mais sonhadores, mas ele sabe que Lula é pragmático. José sabe que sua relação é bem melhor com Luís do que a de Flávio Dino com ele. Portanto com Lula a frente do processo eleitoral, o PT poderia muito bem seguir sozinho na disputa eleitoral maranhense.
Isso favoreceria os planos do MDB no Maranhão, afinal sem o tempo e o dinheiro do PT, a chapa de Flávio Dino sofreria uma grande perda de força.
É óbvio que Flávio Dino diz a todos que defende o nome de Lula e é contra a condenação, mas no fundo ou nem tanto assim, o comunista torce pela ausência do ex-presidente na eleição, assim fica mais fácil costurar seu palanque multi-presidencial com presença de Ciro Gomes, Manuela D´Avila, Fernando Collor (PTC) e outros que ainda possam surgir dos partidos que orbitam em torno do seu governo. Sem falar do PT, afinal qualquer outro nome que venha ser apresentado – Fernando Haddad ou Jacques Wagner – são bem mais suscetíveis a manutenção da aliança PT/PCdoB.
Assim o nanico PCdoB contaria com outros partidos medianos para garantir um palanque forte e usaria a mesma estratégia de 2014, quando houve a junção de forças para derrotar o Grupo Sarney.
Lula fora da eleição realmente é uma “grande frustração” para o Grupo Sarney. Para Flávio Dino motivo de alegria, apesar do mesmo não revelar isso…
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