Em Delegacia do Maranhão presos constroem mini-favela; Polícia Civil pede socorro
Uma visita itinerante do Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (Sinpol-MA) percorreu entre os dias 18 e 19 de setembro, as cidades subordinadas a 6ª Delegacia Regional de São João dos Patos, dentre elas: Colinas, Barão de Grajaú e Paraibano, com objetivo de manter o diálogo permanente com a categoria. E como não tem sido diferente, foram detectadas inúmeras e já conhecidas irregularidades nas delegacias, o que evidencia e ratifica o total abandono a que a Polícia Civil do Estado do Maranhão tem sido submetida diariamente.
Na delegacia de Colinas, o diretor de formação sindical, Neto Waquim, pode constatar o pior cenário possível: falta de efetivo; desvio de função, o que prejudica de sobremaneira a atividade investigativa da Polícia Civil; péssima estrutura da unidade; e superlotação, com 50 presos de justiça.
Aos fundos da delegacia, pasmem, uma espécie de mini-favela prisional, que foi construída pelos próprios presos e que serve de morada para 16 detentos. É possível ver na imagem abaixo, que a estrutura do “prédio” é frágil, não existe grades, e que os presidiários transitam livremente pelo local. O ambiente tem mais características de um sítio, do que uma unidade prisional.
De forma incisiva, o sindicalista fez, em vídeo, um relato da situação de caos que atinge a delegacia de Colinas.
A falta de viaturas e sucateamento das mesmas foi identificada em todas as delegacias submetidas à 6ª Regional, o que demonstra o total descompromisso da Secretaria de Segurança e do governador do estado, com a Polícia Civil. Em Barão de Grajaú, o prédio reformado pela população, abriga atualmente 26 presos. Na delegacia de Paraibano, o jurídico do Sinpol-MA participou de uma reunião com os servidores.
Com tudo isso, é claro e proposital a falta de investimento direcionado a Polícia Investigativa. De todo valor disponibilizado, neste ano de 2017, para a pasta de Segurança Pública, o montante direcionado para a Polícia Civil não chega nem a 1%. Acreditem, apenas 0,7% (ZERO virgula sete por cento) do total foi “investido” na Polícia Civil.
Segundo Waquim, a luta por condições dignas de trabalho será uma constante e muito mais intensa: “É preciso dar um basta de locais que beiram o ambiente insalubre. As visitas não tratam apenas de denunciar sobrecargas absurdas de trabalho, onde investigadores exercem a função de carcereiros; efetivo à míngua; delegacias com falta de viaturas; paredes mofadas; fiação exposta; rachaduras; infiltrações; goteiras ou esgotos estourados; apresentar à sociedade maranhense a situação caótica e desumana na qual se encontram os policiais civis no exercício de suas atividades, e consequentemente impacta negativamente na prestação de serviço dispensada à população, que merece um atendimento digno”, declarou.
O Excelentíssimo senhor Secretário de Segurança Pública e pré-candidato a uma vaga a Deputado Federal nas Eleições de 2018, Jefferson Portela, em recente discurso concedido na solenidade de inauguração do CIOPS e uma base do CTA em Imperatriz, disse: “… é assim, olhando pra dentro de casa, como bem ensinavam os chineses, os chineses diziam que pra consertar o mundo, nós temos que dar todo dia três voltas dentro da nossa casa…”
Pois bem, senhor Pré-Candidato, Delegado de Polícia Civil e Secretário de Segurança Pública – Jefferson Portela – que, inclusive, já foi presidente da Associação dos Delegados de Polícia (ADEPOL-MA), e já ocupou a pasta de Delegado-Geral – a sua casa de origem, NECESSITA URGENTEMENTE DE SOCORRO, as paredes estão rachadas e desmoronando, só ainda não tombou por inteiro por conta dos valorosos pilares (profissionais) que a sustentam.
Pacto pela Paz, senhor secretário, significa DESVALORIZAÇÃO, DESPREZO E AMARGURA PELOS SEUS? Infelizmente, são esses os sentimentos que ecoam dentro de nossa instituição.
Feng Shui é um termo de origem chinesa, cuja tradução literal é vento e água, e acredita que tudo que está fora, no exterior, é um reflexo do nosso interior. Ou seja: “nossa casa é reflexo de nosso interior”.
NÃO existe PACTO PELA PAZ se o estado não a faz por quem primeiro a promove.
POLÍCIA CIVIL. VALORIZAR É PRECISO!!!
Ae a mudança