“O PT é muito grande para se unificar em torno de um nome”, diz Francimar Melo

Candidato a presidente do PT do Maranhão, Francimar Melo concedeu uma entrevista a este jornalista. Na oportunidade, ele falou dos objetivos de sua candidatura e o que almeja para o partido no Maranhão. O petista ainda falou da importância da legenda alcançar o protagonismo político e eleitoral como já conquistou no plano nacional. Em São Luís, ele defende a candidatura do vereador Honorato Fernandes a presidência da sigla.

Confira na íntegra a entrevista:

Francimar como surgiu a tua candidatura?

A minha candidatura surgiu de um sentimento da base quando começamos a fazer uma organização do partido na perspectiva de mudar o quadro do PT no Maranhão, que era de muita guerra interna. Então buscamos construir algo diferente para o PT, com o trabalho nos municípios e daí surgiu o movimento da base sugerindo meu nome para contribuir com esse momento que o PT precisa se reajustar.

Como candidato a presidente quais são tuas principais propostas?

Olha, primeiro é dar continuidade na organização do PT. O partido é muito grande e ele precisa se organizar. Mas temos outras várias perspectivas de organização: temos que definir o projeto para o PT do Maranhão que tem de ser consistente para trazer clareza para base. Nós temos que ter candidaturas, fazer uma boa bancada estadual e federal em 2018. Segundo temos que fortalecer a candidatura do presidente Lula e terceiro é fortalecer aquilo que nós apoiamos que é a reeleição do governador Flávio Dino. A nossa meta é que em 2020 todas as cidades maranhenses tenham candidatos a prefeito e a vereador pelo PT. Eleitoralmente é esse o nosso projeto. Mas voltando a organização, o PT precisa ter boa comunicação, formação, relação com os movimentos sociais e colocar o PT no espaço que lhe é merecido.

O PT passa por um processo de reconstrução. No Maranhão o PT também precisa ser reconstruído?

Eu não sou da lógica de reconstrução. O PT precisa retomar o protagonismo que ele alcançou no país. Mesmo com todo o momento de repressão que estamos enfrentando da direita, nós continuamos a ser o maior partido. E no Maranhão precisamos alcançar esse status, nacionalmente o partido é grande, mas no nosso estado ainda não conseguiu essa expressão.

O Maranhão é o estado que dar a maior votação em proporção para a presidente Dilma, mas não consegue eleger uma bancada forte na Assembleia ou para Câmara Federal ou até mesmo nas Câmaras de Vereadores.

Esse é o debate que estamos levando para a base. Nós conseguimos absorver o projeto nacional, mas nós como partido não conseguimos montar um projeto que contemple a base do nosso partido por isso não conseguimos avançar na bancada estadual e federal. A partir do momento que nós enquanto direção nos debruçarmos para um projeto com a base com certeza nós seremos o PT que é grande no Brasil e conseguiremos captar os 80% dos votos para presidente.

Para alcançar esse protagonismo, existe a necessidade de unidade e harmonia do partido. Como conquistar isso?

Eu sou da lógica que as nossas ações elas ajudarão muito nessa unidade. Eu acredito que nesse momento conseguimos avançar muito, apesar das chapas e os nomes que estão sendo postos, mas internamente já avançamos muito, não é o ideal tanto que para chegar a essa situação, ainda temos muitas etapas. O projeto estadual acredito que já nos unificou, as chapas na disputa pelo menos defendem esse projeto é um ponto em comum. O que não está claro e precisa unificar o PT é o projeto interno. Esse é que precisamos nos debruçar. Por isso que apresento o projeto de unificação, nomes não unificam o PT, o PT é muito grande para se unificar em torno de um nome. Então o que precisamos essa unidade é um projeto claro, que deve ser discutido com todos.

Alguns dizem que “o PT não tem jeito”. Tu concorda com essa frase?

O PT já é o jeito. O PT é um partido plural que tem várias posições divergentes. O jeito já encontramos. Ao longo do tempo construímos um projeto que mudou a história desse país. Essa frase ela revela algo que as pessoas não conseguem entender: mesmo com todas as divergências, nós temos uma posição clara de transformação da sociedade. Quando governamos, nós conseguimos fazer isso, por isso o PT tem jeito. Naturalmente nós estamos mudando a sociedade, não é fácil, mas estamos conseguindo.

Dentro do PT pode-se dizer que existem vários partidos. Tu faz parte da CNB – Construindo um Novo Brasil – o que vocês pregam?

A CNB ela vem da Articulação Esquerda e Movimento 113 com um grupo que passou a compreender que não precisava ser tão radical a ponto de não fazermos alianças. Nós temos uma concepção que precisamos ter boas relações e isso as correntes mais a esquerda, as mais radicais, ela tem concepção que o nosso projeto só poder implementado com posições fixas e engessadas. A CNB dialoga com os grupos considerados de Centro e até de Direita. Nós compreendemos que até na Direita existem pessoas que possam contribuir com o desenvolvimento do país. Por isso a CNB tem uma visão mais ampla de país e de partido.

O que a eleição do PT de São Luís pode representar para o resultado final do PED?

O PT de São Luís precisa ser protagonista. Hoje temos um número muito pequeno de militantes filiados no partido. Mas de algum modo o PT não avançou, passamos oito anos sem ter vereador na capital e aí depois entrou o companheiro Honorato que cumpre um papel importantíssimo. E agora nessa disputa, o PT precisa dizer para a sociedade o que ele é. Essa direção que tá vindo aí com um projeto para 2020 de ter uma candidatura própria, resgatando a militância e dialogando com os movimentos sociais.

Qual tua avaliação da disputa pela presidência do PT no Maranhão?

A disputa está ocorrendo de forma tranquila. Existem alguns embates e isso faz parte da disputa. A unidade está sendo construída, pois temos um projeto maior em 2018 com a eleição do presidente Lula e descontruir o que os golpistas tentaram passar para a sociedade. O PED está sendo um momento de tanta unidade que não existe necessidade de nenhuma de haver guerra.

O que te diferencia dos demais candidatos?

Nós vamos percebendo isso quando ocorre uma ressonância da base. Primeiro é de fato mostrar que é possível construir a unidade. Primeiro gesto político é mostrar que não entra na mesma lógica construída por outros partidos, mostrando um diferencial do PT. Eu ouço a base. Nós precisamos conversar, passei visitando os últimos anos, visitando todos os municípios maranhenses, mas não só passando, conversando e propondo o debate. Por fim, precisamos ter a noção do que é a atual gestão e o que precisamos melhorar. O PT tem que ser protagonista, vamos construir um debate regional. Vai haver também uma gestão participativa e não só um presidente vai conseguir conduzir o partido sozinho, mas sim com o apoio de todos os companheiros. Por isso que eu consigo transitar em todas as forças internas do PT, não só por conta do meu nome, mas pelas ações que desenvolvi ao longo

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